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Breaking trabalha para brilhar em sua estreia olímpica sem perder sua bagagem cultural: "A gente carrega nossas origens para onde a gente vai"

Little Shao/Red Bull pool content


O COI surpreendeu o mundo olímpico ao anunciar a entrada do Breaking no programa olímpico dos Jogos de Paris em 2024. E para quem pensa, que ele é apenas uma simples modalidade de dança, está muito enganado. Diretamente associado ao hip-hop, o breaking quer entrar e fazer sucesso na Olimpíada sem perder sua essência de manifestação artística de resistência e sua relevância social, política e cultural. 

Na mais nova edição do Surtocast, o podcast do surto olímpico, a B.girl Lu, vice diretora do departamento de Breaking da CNDD (Conselho Nacional de Dança Desportiva) e treinadora da seleção brasileira e Ricardo, gerente de desenvolvimento do Breaking no Brasil, foram bem claros que a cultura hip-hop deverá estar muito presente nos jogos olímpicos de Paris:

"O breaking nunca vai ser só esporte. Ele também é um esporte, um recorte do que nós somos. O meio cultural é muito maior e nossa prioridade vai ser sempre a cultura, mas a gente consegue se adaptar. Toda a nossa cultura também estará na olimpíada, não somente a modalidade breaking.  A gente carrega nossas origens para onde a gente vai." disse Lu.

Apesar da surpresa inicial com a entrada da modalidade nos jogos olímpicos, Ricardo vê com bons olhos a entrada do Breaking para divulgar ainda mais a cultura hiphop e seu Lifestyle: "O lifestyle e os projetos sociais serão alavancados ainda mais, Já não vai ser mais a prática pela prática. A gente vê uma grande oportunidade para marcas da cultura hip-hop, grafiteiros, artistas plásticos, marcas de roupas, para alavancar não só quem está no meio esportivo, mas ajudar a divulgar pessoas de todas as esferas que lutam pela divulgação da cultura hip-hop"


A b.girl Lu explicou que o Breaking ainda está se adaptando ao esporte de alto rendimento de forma que não vá perder a sua essência, com novas regras inclusive no sistema de julgamenta, o trivium, e que apesar de não atrapalhar a participação em Paris 2024, isso ainda levará alguns anos para ficar totalmente alinhado: 

"Essa questão da liberdade da modalidade em relação a linha reta que é o esporte olímpico, a gente pula uma fase, não viramos só esporte, viramos esporte olímpico. E isso ainda está na fase de adaptação, isso deve levar alguns anos. E fica a pergunta de que será que isso vai descaracterizar o que nós somos? Até onde a gente pode ir com esse regramento de esporte olímpicos, direitos e deveres dos atletas, questão do doping, todo entendimento que estamos tendo nos cursos que estamos fazendo. "

SURTE + A história do Breaking e a sua jornada aos Jogos Olímpicos

A estranheza da entrada do Breaking ainda existe para muitos, mas Ricardo vê que não foi só o breaking que sofreu isso na sua entrada no programa olímpico, mas sim todos os esportes considerados mais urbanos, como skate, surfe e basquete 3x3: "Eu sei que muitas vezes essas modalidades entram em detrimento de outras mais tradicionais e acaba ficando essa briga política de que esse ou aquele merece mais, mas a busca do COI é clara: trazer mais jovens e mais público para os jogos com os esportes que se consideram mais interessantes e atuais e ao mesmo tempo baratear os custos de uma olimpíada para cada país, e esses novos esportes tem um custo muito menor."

Lu ainda frisa que todos os países vem se ajudando para desenvolver e organizar a modalidade, o Breaking em Paris deverá ser uma grande festa, com muita dança e união, assim como em todas competições de breaking pelo mundo: 

"Porque para nós estar em uma competição é brigar para ficar em primeiro, mas ao sair da competição, a gente dança junto. Aquele ‘ranço’ todo ali só é na hora da competição, e tudo acaba em dança, se você ganhou ou perdeu, não importa. E na Olimpíada não pode ser diferente, a medalha vai ser coletiva sempre. Mas a gente vai lutar muito para que a medalha seja do Brasil. A gente tem chances reais, mas a gente torce para o Breaking em um todo. A parte da batalha a gente deixa só na hora da competição. E quem ganhar a medalha vai ser o mais preparado no esporte e vamos continuar nos ajudando porque a gente quer ver a cultura crescendo em um todo."


A entrevista completa você acompanha em nosso canal do youtube neste link:

 https://www.youtube.com/watch?v=Y6YdxgepAUQ&t=14s

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