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Fina restringe regras para participação de atletas transgênero em suas competições

Lia Thomas, principal nadadora transgênero da atualidade, será impactada com a nova diretriz da FINA (Foto: Joseph Prezioso/AFP) 


Durante um congresso extraordinário realizado em meio a disputa do campeonato mundial de esportes aquáticos em Budapeste (HUN), a Federação Internacional de Esportes Aquáticos (FINA) anunciou novas regras para a participação de atletas trânsgenero em competições oficiais da federação que deverão impactar profundamente os debates sobre a inclusão de atletas transgênicos em demais modalidades.


Agora, a FINA só aceitará mulheres transgênero em suas competições se elas se submeterem a tratamentos médicos que suprimam a produção de testosterona antes do início da puberdade masculina ou antes dos 12 anos - o que ocorrer primeiro. Um grupo de trabalho criado em novembro de 2021 formado por atletas, cientistas, especialistas jurídicos e de direitos humanos apresentou a proposta e ela foi aprovada por 71.5% das confederações nacionais presentes no congresso.


Esta regra, que entrou em vigor nesta segunda (20), é uma das regras mais severas para a participação de atletas transgêneros do esporte até então. Segundo estudos realizado pelos cientistas do grupo de trabalho, a chegada da puberdade masculina - onde acontece o aumento considerável da produção de testosterona pelo corpo e acontece em média, entre 10 e 14 anos de um individuo do sexo masculino -   oferece uma vantagem física duradoura contra nadadoras do sexo feminino.


A Federação Internacional de esportes aquáticos sugeriu a criação de uma categoria "aberta" para atletas transgênero que se identificam como mulheres, mas que não encaixam na nova diretriz da entidade. Caso da nadadora estadunidense Lia Thomas, que se tornou a primeira mulher transgênero a vencer uma prova da divisão I da NCAA e tinha declarado que tinha o desejo de buscar a classificação para os Jogos Olímpicos de Paris.


O presidente da FINA, Husain Al-Musallam, falou em nota sobre o assunto: “Temos que proteger os direitos de nossos atletas de competir, mas também temos que proteger a justiça competitiva em nossos eventos, especialmente a categoria feminina nas competições da FINA. A FINA sempre receberá todos os atletas. A criação de uma categoria aberta significará que todos terão a oportunidade de competir em nível de elite. Isso não foi feito antes, então a FINA precisará liderar o caminho. Quero que todos os atletas se sintam incluídos em poder desenvolver ideias durante esse processo.” 


A decisão foi criticada por grupos de ativistas dos direitos transgêneros , que afirmou que a decisão é um grande avanço do movimento que visa impedir mulheres transgênero de praticar esportes em nível recreativo ou  de alto rendimento. Já entidades como Fifa e World Athletics, já anunciaram farão novas consultas sobre as diretivas do futebol e do atletismo para atletas transgênero até o fim do ano.


Para ver o documento completo com as novas regras e o estudo feito pelo grupo de trabalho da Fina, clique neste link: https://resources.fina.org/fina/document/2022/06/19/525de003-51f4-47d3-8d5a-716dac5f77c7/FINA-INCLUSION-POLICY-AND-APPENDICES-FINAL-.pdf

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