A atleta Sheina Vaspi, do esqui alpino, já entrou na história do esporte israelense, como a primeira pessoa do país, a se classificar para uma edição dos Jogos Paralímpicos de Inverno. Ela se classificou para Pequim-2022 no slalom gigante e o slalom, tendo que se retirar do último, após o evento ser antecipado para sábado devido as condições climáticas.
Vaspi é judia ortodoxa e guarda o sábado. O Shabat, como é chamado o último dia da semana no calendário judaico, é considerado um dia sagrado e proíbe o trabalho, além de ser um momento de descanso, assim como Deus descansou no sétimo dia da criação do mundo, como diz a tradição judaica.
15ª no slalom gigante, a atleta diz que ficou decepcionada, já que treinou muito para o slalom, mas que a fé predominou na hora de tomar a decisão.
"Foi muito difícil tomar essa decisão, porque eu realmente queria competir, eu treinei forte para o slalom. Talvez seja decisão divina,'', disse a atleta em entrevista ao The New York Times.
"Você treina dois anos e meio para esse dia e é muito difícil. Mas está acima de nós. É o clima e Deus. Os Jogos Paralímpicos e o Shabat juntos. O Shabat é maior", completou seu pai.
As mulheres judias mais ortodoxas não podem mostrar a perna acima do joelho e por isso, costumam usar saia. O uniforme cobre todo o corpo, mas marca a silhueta, isso levou ela a manter a saia, que tem o mesmo desenho do resto do uniforme e tem escrito o nome do país.
Vaspi com sua saia esperando sua vez de descer (Foto: Chang W. Lee/The New York Times) |
Embora Sheina seja a única atleta israelense nos Jogos, ela não participou da cerimônia de abertura, e a bandeira do país foi carregada por um membro da delegação. A atleta pretende voltar para o evento em 2026, na edição de Milão/Cortina D'Ampezzo e visando conseguir um resultado ainda melhor.
Foto: Chang W.Lee/ The New York Times
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