O tenista ucraniano Sergiy Stakhovsky, que se juntou ao exército do seu país para lutar contra o invasor russo, está em Kiev. Trocou as raquetes e as quadras de ténis pelas armas e pelas patrulhas na capital, onde garante que o inimigo não vai conseguir entrar.
"Vamos resistir muito tempo, a Rússia não vai apoderar-se da Ucrânia porque a resistência está em toda a parte. Está nas ruas, com os civis, com todo o mundo. Todo o mundo está contra a Rússia. A questão é saber quantos civis o Mundo quer ver morrer antes de terminar estes ataques. Isso é a única coisa que importa", contou Stakhovsky ao jornal espanhol 'Marca'.
Quando lhe perguntam se tem medo, o agora militar não esconde o que sente. "Claro que tenho medo! Mas felizmente não há fogo cruzado agora em Kiev porque as tropas russas não podem entrar na cidade. Há muitas barreiras fora de Kiev e o único perigo agora vem pelos céus, com as bombas. Talvez haja pequenos grupos de soldados russos a tentar chegar a Kiev, mas para nós é como se tivesse aberto a temporada de caça. Não é a melhor opção para eles. Toda a gente sabe que se encontrar um grupo de russos a tentar chegar à cidade, temos de os caçar", frisa o antigo n.º 1 ucraniano, dizendo que sonha com o dia de voltar para junto da família. "Penso nisso diariamente, tenho três filhos. Mas agora estamos em guerra e nenhum cidadão entre os 18 e os 60 anos pode deixar o país enquanto isto durar."
Stakhovsky explica ainda que antes de se juntar ao exército ucraniano apenas sabia "usar uma pistola". "Tinha estado num campo de tiro umas duas vezes, mas isso não pode ser considerado experiência militar."
Depois, relatou o que faz no seu dia a dia em Kiev. "Basicamente patrulhamos a cidade. Verifico os carros, as ruas, porque temos um toque de recolher obrigatório e ninguém pode andar na rua até ao dia seguinte de manhã. Patrulhamos uma zona e descansamos entre cinco ou seis horas, antes de mudarmos para outra zona. Nas horas de descanso fazemos o inventário militar ou praticamos tiro."
Foto: Reprodução/Instagram
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