FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Oval nacional de patinação de velocidade
Período: 04/02 a 19/02
Delegações participantes: 24
Total de atletas: 166 atletas (83 homens e 83 mulheres)
A prática da Patinação de Velocidade é uma das mais antigas do mundo. Há relatos na Antiguidade de humanos fabricarem sapatos especiais com ossos de animais para atravessarem lagos e rios congelados nos Países Baixos, Escandinávia e demais países do norte da Europa.
A atividade cresceu nos séculos posteriores e chegou à América do Norte no Século XIX, popularizando ainda mais as provas de velocidade em pistas de gelo. A União Internacional de Patinação (ISU) foi criada em 1891 e, dois anos depois, aconteceu o primeiro Mundial de Patinação de Velocidade, sendo uma das mais antigas competições de inverno entre países.
Clas Thunberg, da Finlândia, dono de três ouros olímpicos de Chamonix-1924 - Foto: Domínio Público/Biblioteca nacional da França |
O esporte está presente desde a primeira edição da olimpíada de inverno em 1924, não ficando de fora de nenhuma edição. As mulheres passaram a fazer parte da modalidade dos jogos em Squaw Valley em 1960.
COMO É A DISPUTA?
Arena da patinação de velocidade em Pequim - Foto: Ju Huanzong/Xinhua |
Nos Jogos Olímpicos são disputadas provas de 500m, 1000m, 1500m, 3000m, 5000m e 10000m, além das provas de perseguição por equipes e largada em massa, totalizando 14 eventos - os homens não disputam as provas de 3000m enquanto as mulheres não competem nos 10000m. Todas elas são disputadas em uma pista oval de 400m.
Nas provas de uma distância específica, os atletas competem de dois em dois e quem terminar com o menor tempo é o campeão.
A perseguição por equipes é composta por oito voltas no masculino e seis no feminino, em que três competidores de cada país se alternam na frente de seus companheiros, que formam uma fila. O tempo é determinado pelo último atleta a cruzar a linha de chegada.
Já na prova de largada em massa (que estreou nos Jogos de 2018), os atletas largam todos juntos. A classificação é definida por pontos que os patinadores recebem em sprints ao longo da corrida.
O BRASIL NA PATINAÇÃO DE VELOCIDADE
Os primeiros passos do Brasil na Patinação de Velocidade foram dados com Felipe de Souza. Entre 2004 e 2007 ele competiu em diversos torneios de patinação de velocidade em pista curta, migrando para a pista longa em 2009.
Em 2015, após uma reestruturação, a Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) voltou a investir na modalidade, mas ainda não conseguiu levar nenhum brasileiro para os Jogos Olímpicos. Atualmente os patinadores melhores ranqueados são João Victor da Silva e Larissa Paes. Em 2021, Larissa se tornou a primeira brasileira a participar de uma Copa do Mundo da modalidade, disputando a prova de largada em massa.
Larissa Paes - Foto: Divulgação/CBDG |
DESTAQUES
Os Países Baixos são os maiores vencedores da patinação em velocidade em Jogos Olímpicos, com 121 medalhas conquistadas - sendo 42 de ouro. Estados Unidos e Noruega completam o pódio dos países com mais medalhas na modalidade. Outros países com força e tradição na patinação em velocidade são a Noruega, Japão, Canadá e Rússia.
A neerlandesa Ireen Wüst é a maior medalhista olímpica, com 11 láureas conquistadas, sendo 5 de ouro, 5 de prata e 1 de bronze. Entre os homens, o também neerlandês Sven Kramer é o recordista com 9 medalhas olímpicas.
Listamos abaixo algumas das estrelas da modalidade que estarão na briga pelo ouro em Pequim.
Sven Kramer (Países Baixos)
Um dos maiores patinadores da história, dono de 9 títulos mundiais ‘all-around’- dado ao melhor patinador na soma de todas as distâncias - Kramer, que não teve o índice para algumas provas mas a federação neerlandesa de patinação o chamou mesmo assim, avisou que a competição na China será a última da carreira. Mesmo sem estar mais em seu auge, o neerlandês de 35 anos promete dar seu último esforço para se sagrar tetracampeão olímpico dos 5000m, prova que vence desde os Jogos de Vancouver-2010, além de ajudar sua seleção na prova de perseguição
Kjeld Nuis (Países Baixos)
Nuis comemorando o ouro nos 1500m em Pyeongchang-2018 - Foto: John Locher/AP |
Outro grande nome da patinação em velocidade dos Países Baixos, Nuis é especializado em distâncias mais curtas - ele é o recordista mundial dos 1500m- e é favorito a conquistar o bicampeonato olímpico nas provas dos 1000m e dos 1500m
Håvard Holmefjord Lorentzen (Noruega)
Lorentzen comemora o ouro nos 500m em 2018 - Foto: Phil Noble/Reuters |
Especializado nas provas rápidas - 500m e 1000m, o norueguês espera repetir em Pequim a atuação em Pyeongchang quatro anos atrás quando surpreendeu nos 500m ficando com o ouro e ainda levando a prata nos 1000m. Para isso, ele terá que superar os neerlandeses novamente, o que ele não tem conseguido fazer ultimamente.
Nils Van der Poel (Suécia)
Van der Poel comemora o recorde mundial nos 10000m - Foto: Erik Pasman/Bildbyran |
O sueco de 25 anos é atualmente o grande nome que vem de fora dos Países Baixos na modalidade. Especialista em distâncias mais longas, tem boas chances de medalha nos 5000 - onde será o maior rival de Kramer pelo tetra - e nos 10000 metros, ambas as provas onde ele é o atual recordista mundial
Joey Mantia (Estados Unidos)
Mantia na etapa de Calgary da Copa do Mundo - Foto: Jeff McIntosh/The Canadian Press |
O veterano estadunidense aposta suas fichas na prova da largada em massa, na qual se tornou tricampeão mundial. Sem medalhas olímpicas na carreira, o patinador vai em busca de colocar os Estados Unidos no pódio, onde desde Shani Davis não tem um grande nome na modalidade entre os homens
Ireen Wüst (Países Baixos)
Wüst comemora o ouro nos 3000m em Sochi-2014 - Foto: Reuters |
Wüst é outra lenda da patinação em velocidade que está se despedindo das olimpíadas em Pequim. Especialista nas provas de 1500m e 3000m, a neerlandesa de 35 anos deve se focar mais na primeira prova para buscar a décima segunda medalha da carreira. E ela ainda pode faturar mais uma láurea na perseguição por equipes e se isolar ainda mais como a maior medalhista olímpica da modalidade.
Antoinette de Jong (Países Baixos)
A maior rival de Wüst vem do seu próprio país. Antoinette de Jong é o nome mais forte dos Países Baixos no momento e indo para sua terceira olimpíada aos 26 anos. Deverá assumir o protagonismo em provas como os 1500m e 3000m, além de liderar seu país na perseguição por equipes.
Brittany Bowe (Estados Unidos)
Bowe competindo no Canadá em dezembro de 2021 - Foto: Jeff McIntosh/The Canadian Press |
A Estadunidense está em um grande momento da carreira e deverá ser um nome a ser batido nos 1000m, prova na qual ela é a atual campeã mundial, e nos 1500m. Bowe também estaria nos 500 metros, mas cedeu sua vaga a Erin Jackson, que lidera a copa do mundo 2021-2022 e acabou caindo durante a seletiva estadunidense.
Ragne Wiklund (Noruega)
Wiklund no Mundial de 2021 - Foto: Norges Skøyteforbund |
Uma das patinadoras da nova geração que está pedindo passagem, a norueguesa de 21 anos conquistou o título mundial da prova dos 1500m em 2021 e quer desbancar as mais experientes em Pequim para começar sua coleção de medalhas olímpicas em grande estilo.
Sato Ayano (Japão)
Sato (à dir.) no pódio de etapa da Copa do Mundo com a equipe japonesa de perseguição - Foto: Kyodo News |
A jovem patinadora japonesa vai para sua segunda olimpíada mais experiente e em busca da primeira medalha individual. As provas dos 1500m e 3000m serão suas melhores chances, mas a concorrência é grande para Ayano, de 26 anos.
CALENDÁRIO
05/02 às 05h30 - 3000m feminino
06/02 às 05h30 - 5000m masculino
07/02 às 05h30 - 1500m feminino
08/02 às 07h30 - 1500m masculino
10/02 às 09h00 - 5000m feminino
11/02 às 05h00 - 10000m masculino
12/02 às 05h00 - perseguição feminina - quartas de final
12/02 às 05h53 - 500m masculino
13/02 às 10h00 - perseguição masculina - quartas de final
13/02 às 10h56 - 500m feminino
15/02 às 03h30 - perseguição masculina e feminina - semifinais e finais
17/02 às 05h30 - 1000m feminino
18/02 às 05h30 - 1000m masculino
19/02 às 04h00 - saída em massa masculina e feminina
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