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Única treinadora de boxe em todo o Pan Júnior ajuda Brasil a conquistar quatro medalhas em Cali 2021


Assim como já havia ocorrido nos Jogos Olímpicos, o boxe brasileiro teve um grande desempenho nos Jogos Pan-americanos Júnior Cali 2021: quatro medalhas, sendo três pratas e um bronze. Um dos motivos para os bons resultados é a capacidade dos profissionais que estão à beira do ringue: os treinadores.

Na Colômbia, a delegação foi comandada por uma dupla: Amônio Silva, que esteve nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020, e Suelen Souza, primeira treinadora da história da seleção brasileira de boxe e única mulher, dentre todos os países participantes do Pan Júnior, no comando técnico de uma equipe da modalidade.

“Trabalho com boxe há 14 anos. Fui atleta, professora, técnica na base e coordenei um projeto na minha cidade, São José dos Campos (SP), o Atleta Cidadão”, explica Suelen, 32, que foi eleita melhor treinadora do Campeonato Brasileiro em 2019 e 2020, nas categorias cadete e elite feminina, respectivamente.

Credenciada pelos bons resultados, Suelen foi convidada no fim de 2020 por Mateus Alves, head coach da seleção brasileira, a integrar a Equipe Olímpica Permanente. O processo de integração à seleção foi gradual, tendo viajado para o Torneio de Strandja (Bulgária), um dos mais tradicionais da modalidade, e para a Alemanha, onde pode acompanhar o fim da preparação dos pugilistas classificados para os Jogos de Tóquio.

“Tenho muito orgulho de dizer que cheguei à seleção não por ser mulher, mas pelos resultados que tive. Fico muito feliz por ser uma representante feminina dentro da seleção e mais feliz ainda de ver que tenho capacidade de trabalhar ali independentemente do meu gênero.”

Desde maio, Suelen vinha trabalhando na preparação de jovens pugilistas para a disputa do Pan Júnior, em Cali, que terminou para o boxe na última quarta-feira, 1°, com saldo de quatro medalhas.

“Em termos de desempenho, fizemos um campeonato muito bom. Repetimos as quatro medalhas conquistadas no México (seletiva para Cali), mas conseguimos um bronze no feminino, o que não tivemos lá. E, se por um lado nossos dois finalistas no México não chegaram na decisão aqui, alcançamos três finais, mostrando que o grupo cresceu”, explica a treinadora, referindo-se aos vice-campeões Pablo Capistrano (57kg), Hebert Soares (63kg) e Ricardo Cândido (81kg) e a terceira colocada Samara Santos (69kg).

Apesar de ter sido campeã nacional como atleta em 2010, Suelen nunca teve ambição de se tornar uma pugilista da seleção brasileira. Seu maior objetivo sempre foi ser treinadora e, nesse sentido, a carreira de atleta foi determinante para entender melhor todos os processos. Após concluir a faculdade, viu seu projeto crescer e a nova carreira se consolidar. Hoje, tem plena consciência de sua importância para o desenvolvimento da modalidade, sobretudo junto às mulheres.

“O boxe levou mais de 100 anos para ser representado por mulheres em Jogos Olímpicos. Vivemos atualmente para preencher essa lacuna, causada por esse longo tempo de ausência, onde o feminino sempre ficava para trás. Isso se reflete na quantidade de mulheres competindo e também do lado de fora. Mas estamos quebrando barreiras a nível mundial, e o Brasil é um dos líderes desse processo”.

Foto: William Lucas/COB

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