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SurtoLista - Os momentos marcantes da Olimpíada de Tóquio

 

Os Jogos Olímpicos de Tóquio foram tão intensos e deixaram tantas saudades, que inspirados pelo clima natalino, resolvemos fazer um SurtoLista especial com alguns dos momentos mais especiais dos Jogos Olímpicos. Tanto é que dividimos em duas partes - Nesta véspera de Natal primeiro teremos os momentos mais marcantes e na véspera de ano novo teremos os momentos, mais inusitados de Tóquio.


Lembrando sempre que um momento ou outro pode faltar, até porque foram muita coisa a ser revista e alguma pode ter passado, mas aí você leitor diz pra gente na caixa de comentários. Quem sabe dá pra fazer uma parte 3, 4...


- Elaine Thompson-Herah quebrando recorde olímpico de Flo-Jo


foto:Reuters

Antes mesmo de cruzar a linha de chegada dos 100m metros rasos, Elaine Thompson-Herah já apontava para o placar onde mostrava o tempo. Um dos recordes olímpicos mais antigos do atletismo tinha sido derrubado, os 10s62 de Florence Griffith-Joyner feito no olimpíada de Seul em 1988, 3 anos da jamaicana nascer. Elaine foi 1 centésimo mais rápida e entrou para história, assombrando o mundo com o seu bicampeonato olímpico.


Elaine ainda falou que poderia ter ido mais rápida se não tivesse apontado para o placar nos últimos metros. E se alguém duvidou da sua declaração, 20 dias depois na etapa de Eugene (USA) da Diamond League viu que ela não estava blefando: Elaine marcou 10s54, segundo melhor tempo da história. Finalmente, o recorde mundial de 10s49 de Flo-Jo está verdadeiramente ameaçado.


- A despedida de uma lenda do basquete

Foto: FIBA/Divulgação

Um dos últimos bastiões da geração dourada do basquete argentino, Luis Scola encerrou sua carreira em Tóquio aos 41 anos de forma emocionante. ele saiu no último minuto do jogo já definido com a vitória da Austrália em cima dos hermanos, mas o jogo parou e simplesmente os dois times, árbitros e voluntários pararam a partida com aplausos efusivos para este que além do título olímpico em 2004, levou à Argentina para uma medalha de bronze em Pequim 2008 e dois vices campeonatos mundiais em 2002 e 2019.



- Dois ouros são melhores do que um

Foto: Reuters/Kai Pfaffenbach


Um dos grandes momentos da olimpíada, quando o espírito esportivo entre italiano Gianmarco Tamberi e catari Mutaz Essa Barshim na final do salto em altura falou mais alto. Depois de chegarem até os 2,37m sem nenhum erro e falharem juntos ao tentarem chegar aos 2,39m, foi dada a opção aos dois: Continuar até alguém conseguir bater a marca ou dois pararem por ali e dividirem o ouro com muita festa dos dois. 



- A Olimpíada da diversidade



A pesista neozelandesa Laurel Hubbard e a jogadora de futebol canadense Quinn fizeram história em Tóquio ao se tornarem as primeiras atletas transgênero e não binária, respectivamente, a disputarem uma olimpíada. Hubbard, de 43 anos, não conseguiu fazer nenhum levantamento e após sua participação, anunciou sua aposentadoria do esporte. Já Quinn ajudou o Canadá a conquistar um inédito ouro no futebol feminino, se tornando também a primeira atleta não binária a se tornar campeã olímpica


- O protesto de Saunders


Foto: AP

Medalha de prata no arremesso de peso, a estadunidense Raven Saunders levantou seus braços e os cruzou acima da cabeça, em um protesto que após todas as reclamações de atletas, foi o primeiro a não ser punido, com o COI cumprindo o anunciado de que iria relaxar um pouco o rigor da regra 50 da carta olímpica, onde proíbe quaisquer tipos de manifestação durante a cerimônia do pódio. Após sair do pódio, Raven, negra e homossexual, explicou o que o seu gesto significava: "a interseção de onde todas as pessoas oprimidas se encontram".  


- Simone Biles alertando o mundo para a saúde mental


Foto: Mike James/Reuters

Um dos nomes cotados para ser a estrela da olimpíada, a ginasta Simone Biles deixou o mundo preocupado quando se retirou após competir nos saltos, por conta de 'tweestie', situação onde o ginasta perde a noção de seus movimentos quando está no ar e fica completamente desorientada. A condição gera riscos para os atletas, que não sabem onde e como vão pousar, e perda de confiança no que está fazendo. Por isso, Biles resolveu se ausentar de cinco das seis finais em que era ampla favorita para priorizar naquele momento sua saúde mental.


"Eu não mudaria nada pelo mundo. Eu dei uma brecha para que os atletas falassem sobre saúde mental e sobre seu bem-estar e compreender que você pode se colocar em primeiro lugar, antes do atleta." Disse Biles que terminou a olimpíada com uma prata por equipes e um bronze na trave de equilíbrio e fez o mundo refletir, tendo talvez um impacto maior do que tivesse disputado e vencido todas as finais da Ginástica.




- A 'xodó' Rayssa Leal


Foto: Wander Roberto/COB


Não teve um brasileiro que não ficou encantado com Rayssa Leal, de apenas 13 anos, fazendo manobras de gente grande ao mesmo tempo que encarava a competição olímpica como se fosse uma prova no quintal de casa ignorando a pressão, como uma típica criança. Tanto é que ela acabou superada apenas por Nishiya Momiji, também de 13 anos e ficou com a prata no Skate street. Mas o carisma de Rayssa, que dançava junto da filipina Margielyn Didal entre uma descida ou outra, fez da atleta o xodó do Brasil nos jogos.


E não só isso, ela se tornou a atleta mais jovem a competir e conquistar uma medalha em uma olimpíada pelo Brasil com 13 anos e 203 dias, um feito que talvez será muito difícil de ser batido. E de quebra ela foi venceu um prêmio do COI de espírito olímpico, ganhando um prêmio de aproximadamente 260 mil reais, que foi doado para instituição que atende crianças carentes e as ensina a prática do skate. 

 

- Nem a prancha quebrada parou Ítalo Ferreira

Foto: Joni Roriz/COB

Italo Ferreira passou por um drama e tanto na decisão do ouro olímpico contra Kanoa Igarashi (JPN). Se não bastasse as dores na perna esquerda que o incomodavam desde a semifinal contra o Owen Wright, a prancha de Ítalo quebrou logo na primeira onda que o potiguar pegou. Foram pouco mais de dois minutos de muita tensão até que Italo Ferreira nadasse à areia para pegar outra prancha para recomeçar a decisão.

Apesar do tempo perdido, a bateria da final tinha tempo suficiente para Ítalo mostrar o seu talento e na parte final da bateria, ele brilhou e pôs seu nome na história como primeiro campeão olímpico do surfe.


- O Nocaute 


Foto: Reuters

O boxeador Hebert Conceição iniciou o terceiro round da final até 75kg contra Oleksandr Khyzhniak (UKR) sabendo que era tudo ou nada. O ucraniano dominou os dois primeiros rounds e muito provavelmente iria fazer o tempo passar na decisão para ficar com o ouro. Já Hebert partiu para única coisa que restava, a trocação de socos. Khyzhniak aceitou o desafio ao invés de gastar o tempo, talvez confiante que o cenário não mudaria, até que um cruzado de esquerda o derrubou instantaneamente. Nocaute e ouro de Hebert, um dos mais emocionantes dos Jogos olímpicos. O feito do brasileiro se torna mais incrível quando se sabe que este foi apenas o quarto nocaute da história das competições olímpicas de boxe.




- A perfeição tem nome: Quan Hongchan

Foto: Reprodução

Quando alguém perguntar se existe perfeição no esporte, pode falar de Quan Hongchan. A chinesa dos Saltos ornamentais de apenas 14 anos foi tecnicamente perfeita na final da plataforma de 10 metros. A chinesa não só conquistou o ouro, como também recebeu notas 10 de todos os juízes em dois saltos. Ela não deu chance para a colega de delegação Chen Yuxi, que ficou com a prata e nem para Melisa Wu da Austrália, que recebeu o bronze. quando as notas 10 do segundo salto perfeito dela foram divulgadas, ela foi levantada em comemoração por seu técnico, uma celebração mais do que merecida.


- A prova mais disputada da olimpíada

Foto Giuseppe Calcacce/AFP


A final dos 400 metros com barreira masculina em Tóquio, entrou para a história como uma das provas mais disputadas já vistas em uma olimpíada. Alison dos Santos, Karsten Warholm (NOR) e Rai Benjamin (USA) correram tão intensamente que o norueguês foi ouro pulverizando o recorde mundial que já era dele - 46s70 e se tornando o primeiro homem a correr os 400m com barreiras abaixo de 46 segundos - 45s94. O estadunidense foi outro que pulverizou o recorde com 46s17 e o nosso 'Piu' fez 46s72. Em uma mesma prova, foram feitos o primeiro, segundo e quarto melhores tempos da história dos 400 metros com barreiras. Algo que talvez não veremos tão cedo, ao contrário do que pensa o campeão olímpico da prova:


"Estamos vivendo uma nova era, o renascimento dos 400 metros com barreiras. Acho que vamos testemunhar novas corridas como essa no futuro. " Será? Assim esperamos...


- O pedido de casamento

Foto: Reuters

Olimpíada que se preze sempre tem um pedido de casamento público e em Tóquio, mesmo sem público, não fugiu a regra. A esgrimista argentina Maria Belén Perez Maurice, desapontada na zona mista após perder na fase 32 avos do sabre para Anna Martón (HUN), foi surpreendida pelo seu treinador e companheiro por 17 anos Lucas Saucedo com um pedido de casamento enquanto ela dava entrevista ao vivo para TV argentina.



Lucas enquanto segurava um papel sulfite escrito "Amor, quer casar comigo?", dizia em tom de brincadeira: "Diz que sim, tem muita gente vendo isso". Ela, que já tinha sido pedida em casamento pelo mesmo Lucas em 2010 e tinha dito não, dessa vez aceitou.


- A melhor nação em custo-benefício em medalhas


Foto: Reuters

Nações ganhando medalha pela primeira vez em uma olimpíada também é marcante. E levando poucos atletas é ainda mais marcante. Foi o que aconteceu com San Marino, minúscula república incrustrada dentro da Itália, que levou apenas 5 atletas para Tóquio e conquistou 3 medalhas, as primeiras na história do país - menor país em população a conseguira uma medalha olímpica na história.


A atiradora Alessandra Perilli foi o grande destaque samarinês em Tóquio. Ela foi bronze na fossa feminina e ao lado de Gian Marco Berti, foi prata na fossa mista. Myles Amine, que cidadania estadunidense e samarinesa, foi bronze na categoria livre até 86kg fechando a atuação mágica do país na olimpíada.


- O fenômeno tunisiano

 Foto: Rob Schumacher-USA TODAY Network


O tunisiano Ahmed Hafnaoui era o 'outsider' na final dos 400m livre, tanto que ficou na raia 8, considerada uma das piores para se nadar. Mas isso não foi obstáculo para o desconhecido atleta de apenas 18 anos fizesse a prova da vida superando o australiano Jack McLoughlin, favorito da prova e posicionado nas raias centrais, que ficou com a prata.


Hafnaoui, filho do ex-jogador de basquete da seleção tunisiana Mohamed Hafnaoui, que teve como maior destaque na carreira até então o oitavo na prova de 400 metros e sétimo na prova de 800 metros nos Jogos olímpicos da juventude em 2018, não acreditou quando viu seu nome em primeiro no placar eletrônico e comemorou efusivamente, indo às lágrimas ao receber sua medalha no pódio. 



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