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Sem clube e trabalhando como motorista de aplicativo, Rosângela Santos cogita fim de carreira: "Não está valendo mais a pena ser atleta"



Uma das principais velocistas brasileiras dos últimos anos pode encerrar a carreira por falta de incentivos. Rosângela Santos não teve seu contrato encerrado em outubro renovado pelo Pinheiros e desde os jogos de Tóquio tem atuado como motorista de aplicativo no Rio de Janeiro - função que ela já tinha feito quando morava nos Estados Unidos - para se manter financeiramente. Bronze com revezamento 4x100m em Pequim e única brasileira até o momento a correr abaixo de 11 segundos, Rosângela cogita encerrar a carreira pelas dificuldades que vem sofrendo.


"Eu estou me sentindo bastante cansada. Treino de manhã, de tarde. Começo a dirigir por volta de 17h e tento ir até umas 21h, 22h, porque no dia seguinte tenho que treinar de novo. Você acha mesmo que, desse jeito, para conseguir uma medalha olímpica vai dar muito certo? Acha mesmo que vale a pena? Depois de 21 anos no atletismo, passar por isso? Não está valendo mais ser atleta. Muito mais fácil focar em ser motorista de aplicativo." desabafou Rosângela, de 30 anos.


Rosângela afirma que o fim do contrato com o Pinheiros sem aviso prévio a pegou de surpresa. Hoje, ela conta apenas com o Bolsa Atleta e com um patrocinador. Não é o suficiente para bancar a rotina de treinos e viagens para competições. Classificada para o mundial de atletismo indoor que será disputado em Nanquim, na China, Rosângela mantém seu planejamento apenas até março, quando ocorrerá o mundial. E depois decidirá se vai continuar a competir ou não:


"Meu objetivo é Mundial Indoor, já estou classificada. Não sei como vai ser pista livre. Meu planejamento, agora, é até março. Estou tentando me reerguer, estou tentando criar motivações no atletismo. Porque cansa. Já estou cansada, até porque faço isso há 21 anos. Tenho artrose no quadril, dói muito. Faço infiltração para controlar. Vale a pena? Além de ter lidar com lesões, lidar com isso. A falta de investimento é natural do esporte, já estamos acostumados. Essa falta de respeito foi o pior. Se já tivessem avisado que não renovariam o contato, teria esse respaldo, iria atrás de outras coisas. "


Sem clube, Rosângela sonha com pelo menos um patrocinador para bancar seus custos, para que ela possa fazer o ciclo olímpico dos Jogos de Paris:  "Se patrocinadores se sensibilizarem, agradeço muito. Poderia até me vincular a um clube com recurso menor, mas com a ajuda de uma empresa privada. Isso já aconteceu comigo. Se isso acontecer..."


foto: Wander Roberto/COB

Com informações de globoesporte.com


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