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Tandara fala pela primeira vez sobre doping e saída no meio da Olimpíada: "Parecia que eu era uma criminosa"


 A oposta Tandara falou pela primeira vez após a divulgação de seu resultado antidoping positivo às vésperas da semifinal olímpica dos Jogos de Tóquio. Em entrevista à revista Vogue, a atleta alegou que a contaminação foi acidental e que acredita que "a justiça será feita".


"Eu não ingeri nada. Tenho minha consciência tranquila que em nenhum momento eu me prejudicaria. São 18 anos como atleta profissional. Então, acredito que a justiça vai ser feita de alguma maneira e que vai realmente provar que sou completamente inocente nisso. Não arriscaria minha carreira por uma imbecilidade dessas. Não seria burra para fazer isso. Acredito que a justiça vai ser feita", disse ela.


Tandara foi pega em um exame antidoping com a substância Ostarina, usada para dar ganho de massa em atletas. O exame foi realizado no dia 7 de julho em Saquarema, onde a seleção de vôlei feminino se preparava para a Olimpíada, mas o resultado só foi revelado um mês depois, durante a disputa dos Jogos. Tandara teve que voltar ao Brasil e ficou de fora dos jogos da semifinal e da final do Brasil, que terminou com a medalha de prata em Tóquio. 


A oposta também falou sobre o momento que recebeu a notícia: "Meu mundo caiu. Me senti completamente sem chão. É surreal. Não consigo descrever a sensação, mas o sentimento é muito ruim e, de verdade, não gostaria de passar por isso novamente. Não desejo a ninguém. (...) Sabe quando te arrancam um pedaço? Foi o que senti naquele momento".


"E então me falaram que eu teria duas horas e meia para arrumar minhas coisas e vir para o Brasil, porque eu tinha um prazo para juntar a minha defesa", continuou. "Foi complicado porque parecia que eu era uma criminosa. Totalmente afastada. Uma hora eu estava com o grupo, meia hora depois tinha sido arrancada daquele espaço. Não podia mais ver ninguém, fazer nada. Me sinto frustrada por causa dos planos", lembrou.


A atleta também revelou o apoio do técnico José Roberto Guimarães, que fez questão de conversar com ela antes da sua retirada da Vila Olímpica às pressas - ela não conseguiu se despedir das outras jogadoras. 


"Ele (o Zé) foi a primeira pessoa que disse que confiava em mim. Se eu estava falando que não faria nada para me prejudicar, ele acreditou e ficou do meu lado", revelou Tandara, que também disse receber mensagens das jogadoras Camila Brait e Adenízia constantemente.


Tandara detalhou ainda como foi ter que ver de longe o Brasil vencer a coreia do Sul na semifinal e perder para os Estados Unidos na decisão olímpica.


"Até me emociono porque foi um dos momentos mais difíceis para mim. Trabalhei cinco anos para estar lá. Então ver a final do jeito que foi. Sabíamos da grandeza dos Estados Unidos...e eu falo como se estivesse lá, porque fiz parte. Lá só tinham 11 atletas e 11 medalhas. Doeu muito, mas acredito que tudo acontece com o permitir de Deus. Tem um propósito nisso. Fica um pouco de tristeza, mas fico feliz pela campanha que fizemos. Chegamos desacreditadas e estávamos no pódio. Essa é a maior recompensa", comentou.


O processo corre em segredo de justiça e por isso, Tandara não pode falar como está o andamento dele, o que acaba gerando muita ansiedade para a atleta falar sobre o assunto: "Ainda tenho meus picos quando estou sozinha e me pego chorando. É um momento muito delicado e difícil também. A cabeça fica a mil. Sou muito forte, mas no momento não. Essa ansiedade gera frio na barriga e vira esses lapsos de desespero. Me senti envergonhada por algo que nem fiz. Confio na justiça e que tudo vai ser resolvido da melhor forma", finalizou.


Com informações da Revista vogue

Foto: Wander Roberto/COB


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