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Coluna Buzzer Beater - Petrovic 'perdeu' o elenco?



Aleksandar Petrovic está fora do comando da seleção masculina de basquete. Contratado como 'salvador da pátria', o irmão do lendário e inesquecível Drazen Petrovic fez um bom trabalho, resultado traumático na final do pré-olímpico de Split contra a Alemanha à parte. Mas o técnico resolveu seguir o seu caminho no Pesaro da Itália, clube que aceitou dirigir após o pré-olímpico, dizendo que conciliaria as duas funções. Mesmo com declarações respeitosas de ambos os lados (CBB e Petrovic), a mídia especializada especulou vários motivos citados para a sua saída, e o mais repetido foi um conhecido clichê do futebol: ele ‘perdeu’ o elenco. Será que perdeu mesmo?


Apesar de não ter nenhuma informação privilegiada de dentro do grupo de jogadores, o que pode  se deduzir que a  relação entre jogadores e o técnico degringolou foi este tweet feito dias após a dolorida eliminação contra a Alemanha, bem infeliz por sinal: 



Além de evidenciar a sua frustração com os jogadores que pediram dispensa – Raulzinho, Gui Santos e Didi – e que pediu aposentadoria – Marquinhos – colocando a culpa neles pelo fracasso sofrido, ele desmereceu o grupo que esteve no Pré-Olímpico e que vinha jogando maravilhosamente bem até aquele fatídico jogo.  Não há dúvida que os jogadores ficaram chateados e a confiança entre jogador e técnico, que é importante em qualquer grupo de esporte coletivo, foi abalada.  O tweet enigmático do pivô Augusto Lima feito pouco tempo depois após o anúncio da demissão do técnico pode ser uma prova disso:



Outra coisa que não se pode negar é que Petrovic melhorou e muito a seleção. Foi nítida a melhora defensiva dos jogadores e no ataque o que se via poucas escolhas ruins no ataque, com bons passes entre os jogadores - Jogo da alemanha à parte, aquilo foi uma anomalia. E isso no meio de uma transição entre os medalhões como Varejão, Alex, Marquinhos e Marcelinho Huertas com jovens como Yago, Leo Meindl, Georginho e Bruno Caboclo . O que até faltou foi algo alheio ao treinador, que era o clutch player para colocar a bola debaixo do braço quando a situação ficar complicada - muito necessário no jogo contra Alemanha. 


Mas apesar do bom arranjo tático e defensivo, Petrovic mostrou uma falta de tato visível com as palavras publicamente. E imagina internamente. E por mais que ele seja um grande estrategista e bom desenhador de jogadas, se você não tiver um bom relacionamento com os seus jogadores, eles não executam as jogadas. E querendo ou não, o twitter dele teria um peso muito grande em futuras convocações com os jogadores que continuariam, o que poderiam afetar o Brasil em futuras convocações, com mais um caminhão de dispensas, afinal quem ia querer estar com um treinador que não confia plenamente em você está pensando em quem não está com ele? No fim, a saída de Petrovic acabou sendo a decisão mais sensata no momento.


Agora quem poderia ser o técnico da seleção a partir de agora? O mundo do basquete vê Gustavo de Conti como uma unanimidade. E com razão, já que Gustavinho fez uma temporada perfeita com o Flamengo em 2020/21, com uma equipe de bons chutadores, que ora busca o arremesso rápido ora busca o passe extra, tudo para machucar o adversário e deixá-lo sem reação, no estilo do Golden State Warriors no auge da NBA.

Gustavo de Conti é o favorito dos fãs de basquete para assumir a seleção. (foto: FIBA)


Se ele é o melhor nome? Com certeza! Agora resta saber como ele vai poder essa nova geração de jogadores, que tem a dura função de assumir o protagonismo na seleção. Manter o apelo defensivo e acrescentar uns ‘temperos’ na parte ofensiva, se baseando no Flamengo da última temporada,  se derem o tempo necessário – um projeto de longo prazo que vá até o ciclo de Los Angeles é o ideal – ele pode sim ser o nome certo para extrair o melhor de nossos jogadores atuando pela seleção. 


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