Yeltsin fez uma prova espetacular e dominou de ponta a ponta. Ele atacou logo no começo e deixou seus concorrentes para trás, aumentando a vantagem a cada volta. Ao final, ele terminou com quase oito segundos de vantagem sobre o segundo colocado, o japonês Wada Shinya, que foi prata. Fedor Rudakov, do Comitê Paralímpico Russo, ficou com o bronze.
Aos 29 anos, o natural de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, entra para a história ao faturar a centésima medalha dourada do Brasil. Ele ainda contribuiu em dose dupla para esta conta: além dos 1.500m, Yeltsin já havia sido ouro nos 5.000m em Tóquio-2020, sendo a primeira medalha dourada do atletismo brasileiro nesta edição paralímpica, logo no primeiro dia.
"Hoje de manhã o Bira me falou isso e me deu motivação. Ele falou: 'A gente tem chance de fazer história mais uma vez. O centésimo ouro do Brasil na história da Paralimpíada'. Eu trabalho para duas coisas: a primeira para subir o Brasil no quadro de medalhas e a segunda é pra construir essa história. Graças a Deus deu tudo certo", disse Yeltsin em suas primeiras palavras após o título, ao canal SporTV.
Tratando-se apenas da Paralimpíada de Tóquio, a medalha de Yeltsin tem um outro sabor a mais: o Brasil agora tem 13 ouros e ultrapassa a Ucrânia no quadro geral de medalhas, assumindo a quinta colocação, ainda que de forma momentânea. Além das medalhas douradas, o país tem 8 pratas e 15 bronzes, totalizando 36 pódios.
Ainda na entrevista ao SporTV após prova, Bira, o guia de Yeltsin, afirmou que abaixou o ritmo da corrida ao final da prova para que a marca do novo recorde mundial não fosse ainda melhor. "Eu segurei o garoto, pela experiência de guia. Não pode quebrar um recorde tão baixo, porque depois fica complicado (pra bater quebrar de novo)", brincou o atleta-guia.
Foto de capa: Miriam Jeske/CPB
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