Últimas Notícias

Medalha de prata em Tóquio, Bia Ferreira diz "Espero conquistar o ouro em Paris"

*Com Wesley Felix

Durante a Olimpíada, o Brasil se juntou para torcer por Beatriz Ferreira, uma das atletas mais carismáticas do boxe. A baiana chegou em Tóquio para sua primeira participação olímpica com o status de atual campeã mundial e saiu de lá com uma medalha de prata, no peso leve feminino (até 60 kg). Em conversa com o Surto Olímpico, ela comentou sobre sua campanha na capital japonesa e já traçou os planos para Paris 2024.


“Muito especial essa medalha. Era a medalha-mãe, a medalha que faltava. Eu vim de um ciclo muito vitorioso e não podia encerrar da melhor maneira. Estou feliz, provou que o trabalho que tem sido feito com a equipe permanente encerrou com sucesso (o ciclo). Foi emocionante lá (em Tóquio), mas já estou mais experiente e espero conquistar a medalha de ouro em Paris”, falou Bia, hoje com 28 anos.


Estes foram os primeiros Jogos Olímpicos de Bia. Em 2016, ela apenas acompanhou Adriana Araújo, bronze em Londres-2012 e titular da seleção, através do projeto Vivência Olímpica. E logo em sua estreia, a baiana fez bonito e conseguiu o melhor resultado do boxe feminino em Olimpíadas, superando justamente a conquista de Adriana.


Para chegar até a medalha, Bia teve um caminho duro pela frente. Apesar de ser a líder do ranking mundial, por ter sido campeã em 2019, ela entrou como cabeça de chave número 3 do torneio olímpico e precisou vencer três lutas, contra a taiwanesa Shih-yu Wu, a uzbeque Raykhona Kodirova e a finlandesa Mira Potkonen, antes de perder para a irlandesa Kellie Harrington na decisão. Segundo a própria medalhista, a luta contra Potkonen foi a mais marcante de sua campanha.

Bia golpeia Potkonen na semifiinal (Foto: Miriam Jeske/ COB)

“A minha favorita foi com a finlandesa, pela rivalidade que nós já tínhamos. Agora ficou 2 a 2 (duas vitórias para cada), ela teve que parar e nós não pudemos desempatar. Mas se ela quiser voltar, eu estou pronta”, brincou. “É uma atleta experiente, dura, que eu tenho que usar a inteligência com a experiência também e acho que demos um show porque foi uma luta que teve bastantes comentários”, falou.


Depois de uma trajetória brilhante, em que todas as lutas foram vencidas de forma relativamente tranquila, Bia perdeu a disputa pelo ouro por decisão unânime (5:0), mesmo tendo ganho o primeiro round (3:2). Um dos momentos mais simbólicos da Olimpíada foi protagonizado por Bia após a final. Derrotada, ela se virou a uma das câmeras e pediu desculpas à torcida brasileira. 


“Eu pedi desculpa no calor da emoção, mas também porque eu sabia que muita gente estava confiante, assim como eu, queria sair com a vitória. Então foi um desabafo por ter decepcionado a galera que estava me acompanhando”, explicou Bia ao ser questionada pelo Surto Olímpico.


Apesar de toda a tristeza pela derrota, Bia protagonizou outro dos momentos mais especiais das Olimpíadas após o combate decisivo. Assim que a vitória de Harrington foi anunciada, o primeiro gesto da irlandesa não foi o de comemorar, mas sim de erguer os punhos da brasileira parabenizando-a pela conquista. Bia retribuiu reverenciando a adversária, mesmo não tendo intimidade com ela. A brasileira explicou a cena:

Abraço entre Bia e Kellie após o anúncio do resultado (Foto: Miriam Jeske/ COB) 

“A gente se respeita, não só ela, mas todas as outras adversárias. A gente tem a rivalidade em cima do ringue, mas independente disso estamos ali porque a gente amamos o esporte. Não temos muita afinidade e ali foi uma demonstração de carinho, porque eu sabia o que significava o título pra ela, assim como significaria para mim.”


Com um espírito vencedor, Bia já vira a chave para Paris e sua nova meta é o ouro, para tentar uma “revanche” contra Kellie. O novo ciclo já começou e a brasileira terá uma agenda cheia até o final do ano. No próximo mês, ela embarca com para Moscou, na Rússia, onde disputará o Mundial Militar, entre os dias 16 e 26. Em outubro, será a vez de defender seu título no Mundial Sênior, com as melhores atletas do planeta. Ela ainda disputará o Campeonato Brasileiro em dezembro.


Foto de capa: Jonne Roriz/ COB

 

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar