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Macris e Rosamaria mudam o jogo, e Brasil derrota russas para chegar à semifinal do vôlei feminino

A rivalidade Brasil e Rússia no vôlei feminino ganhou mais um capítulo em sua história nesta quarta-feira (04). Pelas quartas-de-final dos Jogos Olímpicos de Tóquio, as brasileiras derrotaram o Comitê Olímpico Russo de virada: 3 sets a 1, parciais de 23-25, 25-21, 25-19 e 25-22. Agora, o próximo desafio é a semifinal contra a Coreia do Sul, marcada para a madrugada/manhã de sexta-feira (06).

O triunfo passou pelas mãos de duas jogadoras que saíram do banco de reservas. Depois de um início ruim do time brasileiro, José Roberto Guimarães acionou Macris, recém-recuperada de uma lesão no tornozelo, e Rosamaria. As duas mudaram o astral do Brasil e foram fundamentais para a efetivação da virada. Como oposta, Rosa anotou 16 acertos, incluindo os três últimos pontos da partida.

Outro nome importante do Brasil foi Gabi. A ponteira comandou o fundo de quadra da seleção brasileira e ainda marcou 18 pontos, sendo a maior pontuadora do time na partida. Forte nos momentos decisivos, Fê Garay marcou 14 pontos. Já Carol Gattaz fez um terceiro set impecável e terminou o jogo com 16 pontos, o melhor número entre todas as centrais do jogo.

A grande jogadora da partida para as russas foi a jovem Arina Fedorovtseva, de apenas 17 anos. Mesmo jovem, ela comandou a seleção de seu país - sem bandeira devido aos escândalos de doping - com 20 pontos. A ponteira Irina Voronkova marcou 18 pontos e também foi bem.

No outro confronto de semifinal, Sérvia e Estados Unidos se enfrentarão. Os países venceram Itália e República Dominicana, respectivamente, e seguem na briga por uma medalha.


Times iniciais


Foto: Reprodução/FIVB

Brasil: Roberta, Tandara, Carol, Carol Gattaz, Gabi, Fê Garay e Camila Brait (L). Técnico: José Roberto Guimarães. Entraram: Macris, Rosamaria e Natália.

ROC: Evgeniya Startseva, Nataliya Goncharova, Irina Koroleva, Irina Fetisova, Irina Voronkova, Arina Fedorovtsa, Ekaterina Enina e Anna Lazareva.

O jogo

Para as russas, a partida poderia ser uma revanche dos Jogos Olímpicos de Londres-2012. Na ocasião, a seleção brasileira eliminou a Rússia em uma virada épica, em que Sheilla salvou cinco de seis match points russos antes de o Brasil vencer o tie-break por 21 a 19. Em Tóquio, cinco atletas que entraram em quadra nesta quarta-feira também estavam nesse jogo épico em Londres: Natália, Tandara e Fê Garay, pelo Brasil, e Goncharova e Startseva, pelo Comitê Olímpico Russo.

Com objetivo de devolver essa derrota, o Comitê Olímpico Russo começou o primeiro set abrindo 4 a 0 logo de cara. Sem perder a calma, o Brasil se recuperou e encostou em 5 a 4. As russas responderam e, com bola pelo fundo de Fedorotseva, voltou a aumentar a vantagem para 7 a 4. A partida seguiu com essa lógica: a seleção brasileira se aproximava, mas as russas voltavam a abrir com um bloqueio eficiente.

A virada de bola do Brasil tinha dificuldades de entrar no jogo. Enquanto isso, Fedorovtseva, Goncharova e Voronkova se revezavam nos ataques russos. O time do Comitê Olímpico abriu 18 a 13 e parecia encaminhar uma vitória tranquila. Foi quando o bloqueio do Brasil encaixou. Com Carol e Rosamaria fechando a porta de Fedorovtseva, a vantagem diminuiu para 19 a 17, forçando o técnico Sergio Busato a parar o jogo.

Porém, assim como foi a tônica de toda a parcial, as russas não me permitiram que o Brasil empatasse o set. O time recuperou a confiança no ataque e manteve a intensidade para fechar o set em 25 a 23. Fedorovtseva, com 7 pontos, foi a líder em acertos da parcial.

Veterana de 2012, Goncharova é a líder do time russo (Foto: Reprodução/FIVB)

O segundo set começou de forma semelhante ao primeiro, com os dois times trocando pontos. Em ataque de Gabi, o Brasil assumiu a ponta pela primeira vez no jogo em 3 a 2. Irritado, Busato pediu tempo logo de cara, quando o placar ainda estava 4 a 3 para a seleção brasileira. A parada funcionou, e as russas assumiram a dianteira e abriram 8 a 4.

Sem conseguir colocar a bola no chão, José Roberto Guimarães acionou Macris, recuperada de lesão, e Rosamaria com o placar de 12 a 8 contra. Não parecia, esse seria o momento chave do jogo. Logo de cara, a mexida funcionou, e o Brasil conseguiu se aproximar em 15 a 14. Depois, empatou em 16 a 16. A virada chegou em ace de Rosamaria logo depois: 18 a 17.

Em um primeiro momento, as russas sentiram a reação brasileira. O time verde e amarelo abriu 21 a 18 e parecia ter encaminhado a vitória. O ROC ainda tentou a reação e trocou pontos até o fim, mas Gabi explorou o bloqueio e fechou o set em 25 a 21, empatando o jogo em 1 a 1.

Do lado brasileiro, Fê Garay assumiu a responsabilidade nos momentos decisivos (Foto: Reprodução/FIVB)

O Brasil começou o terceiro set mais ligado na defesa, abrindo 5 a 3. Um ace de Carol Gattaz aumentou a vantagem para 7 a 4. Com mais serenidade no ataque, o Brasil começou a pressionar as russas. Aos poucos, o ROC entrou no jogo pelas mãos de Voronkova. Em bloqueio de Koroleva sobre Gabi, a vantagem diminuiu para 15 a 14, deixando o set ainda mais tenso e forçando Zé Roberto a parar o jogo.

Os dois times seguiram trocando pontos até a reta final do set. No momento crítico da parcial, Lazareva, que entrou no lugar de Goncharova, atacou para fora e ajudou o Brasil a abrir 20 a 17. A partir daí, foi só administrar a vantagem para fechar o set em ataque de Carol Gattaz: 25 a 19.

Carol Gattaz voou no terceiro set, com 9 pontos anotados (Foto: Reprodução/FIVB)

Precisando da vitória no quarto set, o Comitê Olímpico Russo começou a parcial com tudo e abriu 2 a 0. O Brasil não sentiu e se recuperou rapidamente, virando para 4 a 3 e, ainda, ampliando para 7 a 4. Mas não poderia ser fácil: as russas cresceram e encostaram em 7 a 6, com Fedorovtseva virando a maioria das bolas que recebeu.

A seleção começou a cometer erros bobos, permitindo a reação russa. Ainda com 12 a 11 a favor, Zé Roberto parou o jogo para reorganizar o time. Deu certo: a sorte parecia ter virado, e Rosamaria marcou um ace com a ajuda da fita da rede para abrir 15 a 12. Mas as russas responderam com grande passagem de saque de Fedorovtseva, virando o jogo em 17 a 15.

Para tentar mudar o jogo, Zé Roberto voltou com Roberta e Tandara na inversão do 5-1, e conseguiu empatar novamente, 17 a 17. A partida seguiu com equilíbrio impressionante, com as duas seleções trocando pontos. Ao voltar para a quadra, Macris marcou um ace providencial, colocando o Brasil à frente novamente em 20 a 19. Quem também voltou foi Rosamaria, que bloqueou Voronkova para marcar o 21º. Gabi ainda ampliou para 22 a 19.

As russas reagiram e empataram novamente em erro de ataque de Rosamaria: 22 a 22. A oposta brasileira compensou na mesma hora, com bloqueio sobre Goncharova e contra-ataque providencial, dando ao Brasil dois match points. Ao contrário da Rússia em 2012, o Brasil matou o jogo no primeiro: Rosamaria, sempre ela, fechou o jogo para o Brasil.

Foto: Reprodução/FIVB

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