O FUTEBOL DE 5
O futebol de 5 é uma modalidade disputada exclusivamente por deficientes visuais. Gerido pela Federação Internacional dos Desportos para Cegos (IBSA, na sigla em inglês), o esporte está presente no programa paralímpico desde Atenas-2004.
Assim como no futebol convencional, o objetivo das equipes é chutar a bola e acertar o gol adversário. Cada time entra em campo com quatro atletas de linha - todos deficientes visuais usando vendas - e um goleiro, que não possui deficiência. Em contrapartida, o goleiro não pode tocar a bola fora da área delimitada, sob pena da marcação de pênalti.
Para nortear os atletas pelo som, a bola tem uma espécie de "guizo" em seu interior. Outra referência importante para os times são os guias, que ficam posicionados atrás do gol da equipe adversária para informar os esportistas sobre a distância da bola para a baliza e orientar a movimentação ofensiva.
Ricardinho, do Brasil, tenta chute contra o Irã na final da Rio-2016; o guia orienta o atleta atrás do gol (Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB) |
O silêncio nas vazias arquibancadas de Tóquio-2020 pode ajudar os atletas, já que a audição é um sentido fundamental para o desenvolvimento do jogo. Porém, a vibração da torcida após os gols e durante as paradas técnicas certamente fará falta.
A quadra de futebol de 5 tem dimensões de 40m x 20m. Ela é rodeada por paredes, o que impede que a bola deixe o campo de jogo. Com isso, não há cobranças de lateral ou de escanteio nesse esporte.
Algumas regras foram modificadas em relação aos Jogos Paralímpicos de 2016. Uma delas é a duração da partida: em vez de dois tempos de 25 minutos, agora, serão dois tempos de 20 minutos, com o cronômetro sendo paralisado nos momentos em que a bola não está em disputa, como após uma falta.
Outra alteração é o tamanho dos gols, que foi aumentado para 3,66 metros de largura por 2,14 metros de altura.
Paredes rodeiam o campo de jogo no futebol de 5 (Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB) |
O futebol de 5 é a única modalidade do programa dos Jogos Paralímpicos de Tóquio exclusivamente masculina. O esporte ainda busca maior popularidade entre as mulheres, uma vez que poucos países contam com atletas nessa categoria.
O primeiro Mundial feminino oficial ocorreria em novembro deste ano, na Nigéria, mas acabou adiado. Agora, a disputa foi transferida para 2023, dentro dos Jogos Mundiais da IBSA em Birmingham, no Reino Unido.
CLASSIFICAÇÃO
O futebol de 5 nas Paralimpíadas incluiu apenas atletas da classe B1, composta por esportistas que tem nenhuma ou baixíssima visão. Como há diferentes níveis de percepção da luminosidade, o uso de vendas é obrigatório para todos os atletas, de forma a tornar as condições de jogo iguais para todos.
Jefinho (esquerda), eleito o melhor jogador do mundo em 2010, disputa bola com atleta francês nos Jogos de Londres-2012 (Foto: Fernando Maia/CPB) |
Já o goleiro é o único atleta sem deficiência visual, ou seja, não passa por critérios de classificação. Assim como os esportistas de linha, os goleiros também recebem medalhas.
HISTÓRICO DO BRASIL
O Brasil é a maior potência mundial do futebol de 5. Desde a inclusão da modalidade nos Jogos Paralímpicos, em Atenas-2004, a seleção brasileira conquistou a medalha de ouro nas quatro edições disputadas até hoje. Além disso, o país nunca perdeu uma partida da modalidade em Paralimpíadas.
No torneio de estreia, o time verde e amarelo venceu Argentina, Grécia, Espanha, França e Coreia do Sul sem sofrer um gol sequer. Quatro anos depois, em Pequim, o Brasil superou os chineses, donos da casa, na decisão para conquistar o bicampeonato. Em Londres-2012, a força brasileira se manteve, e a seleção ficou com o ouro sem sofrer gols novamente.
Nos Jogos Paralímpicos do Rio, em 2016, a pressão era maior: confirmar o favoritismo conquistando o ouro em casa. E ele veio: depois de vencer a China de virada nas semifinais, o Brasil bateu o Irã por 1 a 0 na final, com gol de Ricardinho, e chegou ao tetracampeonato.
A festa da torcida brasileira após o ouro na quadra montada no Centro Olímpico de Tênis do Rio de Janeiro (Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB) |
Além dos títulos paralímpicos, o Brasil venceu cinco dos sete Campeonatos Mundiais disputados até hoje - incluindo os três últimos. Nos Jogos Parapan-Americanos, o mesmo domínio se repete: quatro ouros em quatro torneios disputados. O desafio em Tóquio será o de manter essa hegemonia histórica.
BRASILEIROS CONVOCADOS PARA TÓQUIO-2020
Cássio Lopes dos Reis
Idade: 32 anos
Posição: Fixo/Ala defensivo
Participações em Jogos Paralímpicos: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 2 ouros (2012 e 2016)
Damião Robson de Souza Ramos
Idade: 46 anos
Posição: Fixo
Participações em Jogos Paralímpicos: 3 (Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 3 ouros (2008, 2012 e 2016)
Gledson da Paixão Barros
Idade: 30 anos
Posição: Ala ofensivo/Pivô
Participações em Jogos Paralímpicos: 1 (Londres-2012)
Medalhas: 1 ouro (2012)
Jardel Vieira Soares
Idade: 25 anos
Posição: Ala
Participações em Jogos Paralímpicos: 0
Jefferson da Conceição Gonçalves - Jefinho
Idade: 32 anos
Posição: Ala ofensivo
Participações em Jogos Paralímpicos: 3 (Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 3 ouros (2008, 2012 e 2016)
Luan de Lacerda Gonçalves
Idade: 28 anos
Posição: Goleiro
Participações em Jogos Paralímpicos: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro (2016)
Matheus da Costa Coelho Bumussa
Idade: 27 anos
Posição: Goleiro
Participações em Jogos Paralímpicos: 0
Raimundo Nonato Alves Mendes - Nonato
Idade: 34 anos
Posição: Ala ofensivo/Pivô
Participações em Jogos Paralímpicos: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 2 ouros (2012 e 2016)
Ricardo Steinmetz Alves - Ricardinho
Idade: 32 anos
Posição: Ala ofensivo
Participações em Jogos Paralímpicos: 3 (Pequim-2008, Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 3 ouros (2008, 2012 e 2016)
Tiago da Silva
Idade: 25 anos
Posição: Ala ofensivo
Participações em Jogos Paralímpicos: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro (2016)
PAÍSES PARTICIPANTES
Grupo A: Brasil, Japão, França e China
Grupo B: Argentina, Espanha, Tailândia e Marrocos
CALENDÁRIO
29/08 (domingo)
21:00 - Grupo A: Japão x França
23:30 - Grupo A: Brasil x China
30/08 (segunda-feira)
04:30 - Grupo B: Argentina x Marrocos
07:30 - Grupo B: Espanha x Tailândia
21:00 - Grupo A: China x França
23:30 - Grupo A: Brasil x Japão
31/08 (terça-feira)
04:30 - Grupo B: Tailândia x Marrocos
07:30 - Grupo B: Espanha x Argentina
21:00 - Grupo A: Japão x China
23:30 - Grupo A: França x Brasil
01/08 (quarta-feira)
04:30 - Grupo B: Argentina x Tailândia
07:30 - Grupo B: Marrocos x Espanha
02/08 (quinta-feira)
21:00 - Disputa dos 7º e 8º lugares
23:30 - Disputa dos 5º e 6º lugares
03/08 (sexta-feira)
04:30 - Semifinal 1
07:30 - Semifinal 2
23:30 - Disputa da medalha de bronze
04/08 (sábado)
05:30 - Final
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