O CICLISMO PISTA PARALÍMPICO
As disputas do ciclismo de pista em Tóquio-2020 ocorrerão no Velódromo de Izu, onde também aconteceram as provas olímpicas. Participam dessa modalidade atletas com deficiência física ou deficiência visual.
Enquanto o ciclismo de estrada foi implementado em Nova York-1984, as provas de pista só entraram no programa paralímpico em Atlanta-1996. Desde então, o número de eventos tem aumentado a cada ano, chegando a 17 na edição atual.
Muitos atletas que competem no ciclismo de estrada participam, também, das provas de pista. É o caso de Lauro Chaman, único ciclista brasileiro com medalhas paralímpicas (leia mais sobre ele em Histórico do Brasil).
Assim como nos Jogos Olímpicos, a pista do velódromo paralímpico tem 250m. Nesse espaço, os atletas competem em três tipos de evento: contrarrelógio, perseguição individual e sprint por equipes mistas.
Edson Rezende (piloto) e Luciano da Rosa foram bronze no Parapan de Toronto, em 2015 (Foto: Marcelo Regua/MPIX/CPB) |
Nas provas de contrarrelógio, os ciclistas tentam percorrer determinada distância o mais rápido que podem e são classificados de acordo com seus tempos de chegada. Nesse evento, as provas masculinas serão disputadas ao longo de 1000 metros; já a classes femininas, ao longo de 500m.
Já a perseguição individual consiste em disputas "mano a mano" entre dois atletas. Os ciclistas começam em lados opostos da pista e correm para ultrapassar uns aos outros ou cruzar a linha de chegada primeiro. A prova individual masculina das classes B e C4-5 é disputada em uma distância de 4 km; as demais, em 3 km.
Os dois pilotos mais rápidos das rodadas preliminares competem pela medalha de ouro, com os próximos dois mais rápidos competindo pelo bronze.
Por fim, no sprint em equipes, times mistos de três ciclistas correm três voltas e, após cada volta, o atleta que estava na frente se afasta para permitir que o resto da equipe vá para a linha de chegada. Cada esportista recebe pontos de acordo com seu gênero e deficiência, sendo as equipes permitidas um máximo de 10 pontos.
CLASSIFICAÇÃO
No ciclismo pista, apenas duas das quatro classificações existentes no ciclismo paralímpico são incluídas. Atletas das classes C ("Cycling", com bicicletas convencionais) e B ("Tandem Bycicle", com bicicletas próprias para deficientes visuais) participam dos eventos no velódromo.
Na classe C, competem pessoas com deficiência físico-motora e amputados. Esse grupo é subdividido em classes C1, C2, C3, C4 e C5, de acordo com o grau da deficiência. A bicicleta utilizada é a convencional, com pequenas modificações sendo permitidas para maior conforto e segurança dos atletas.
Atleta americano da classe C compete em Londres-2012 (Foto: Reprodução/Youtube) |
Já a classe B é voltada para os deficientes visuais, que competem em bicicletas chamadas de tandem, com dois assentos. Esse grupo compete com o auxílio de um guia, que vai no banco dianteiro para direcionar o veículo. É importante que ambos pedalem com sintonia para atingir maiores velocidades.
Nas Paralimpíadas, as subclasses B1, B2 e B3 - que dividem os atletas de acordo com o grau da cegueira - competem juntas.
As categorias H ("Handcycle", ou bicicleta de mão) e T ("Trycicle", ou triciclo) são exclusivas das provas de rua.
HISTÓRICO DO BRASIL
O primeiro brasileiro a competir nas provas de ciclismo pista nos Jogos Paralímpicos foi Rivaldo Martins, que disputou o Omnium misto C2 em Atlanta-1996. Pioneiro, Rivaldo havia participado das provas de estrada em Barcelona-1992, sendo o primeiro ciclista do país a disputar as Paralimpíadas. Já em 1994, foi campeão mundial de estrada na Bélgica.
Amputado da perna esquerda depois de um acidente de carro em 1986, ele ainda esteve nas Paralimpíadas de Atenas-2004 antes de encerrar a carreira. Além do ciclismo, Rivaldo competiu em provas de triatlo e de Ironman, sendo um dos atletas mais importantes da história do esporte paralímpico brasileiro.
Rivaldo Martins competindo em prova de estrada (Foto: Reprodução) |
Em Sidney-2000, Roberto Silva e Claudio Santos foram os representantes brasileiros no esporte. Já em Pequim-2008, Soelito Gohr e Flaviano Carvalho fizeram suas estreias paralímpicas, tanto na estrada, quanto na pista. Gohr ainda competiria em Londres-2012 (ao lado de João Alberto Schwindt Filho) e na Rio-2016.
Foi justamente no Rio de Janeiro que o país conquistou sua primeira medalha no ciclismo de pista paralímpico: Lauro Chaman ficou com o bronze no contrarrelógio da classe C5. Dias depois, ele ainda ganharia prata na corrida de estrada C4/C5.
Lauro Chaman competindo nos Jogos Paralímpicos de 2016 (Foto: Alaor Filho/MPIX/CPB) |
Na mesma edição, a primeira mulher brasileira participou de uma prova de ciclismo pista. Marcia Fanhani, ao lado de sua guia, Mariane Ferreira, ficou em 13º na disputa individual da classe B.
Em 2018, o Velódromo do Rio de Janeiro recebeu o Mundial de Ciclismo de Pista Paralímpico. Na ocasião, Chaman conquistou a única medalha do país no evento: o ouro da corrida Scratch das classes C4-C5.
Liderada pelo medalhista Lauro, a delegação brasileira do ciclismo terá cinco atletas nos Jogos Paralímpicos de Tóquio, sendo que quatro competirão nas provas de pista. A expectativa é que a equipe conquiste mais medalhas para o país - quem sabe, o primeiro ouro.
Lauro Chaman comemora ouro no Mundial de 2018 (Foto: Marco Antonio Teixeira/MPIX/CPB) |
BRASILEIROS EM TÓQUIO-2020
André Luiz Grizante (C4)
Idade: 44 anos
Provas: Contrarrelógio C4-5 e Perseguição C4
Participações em Jogos Paralímpicos: estreante
Carlos Alberto Gomes Soares (C1)
Idade: 26 anos
Provas: Contrarrelógio C1-3 e Perseguição C1
Participações em Jogos Paralímpicos: estreante
Lauro Chaman (C5)
Idade: 34 anos
Provas: Contrarrelógio C4-5 e Perseguição C5
Participações em Jogos Paralímpicos: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 prata (estrada na Rio-2016) e 1 bronze (pista na Rio-2016)
Ana Raquel Lins (C5)
Idade: 30 anos
Provas: Contrarrelógio C4-5 e Perseguição C5
Participações em Jogos Paralímpicos: 1 (Rio-2016 - competiu no triatlo)
Ana Raquel Lins será única ciclista do Brasil nas provas femininas de pista em Tóquio (Foto: Ale Cabral/CPB) |
DISPUTAS
Contrarrelógio masculino:- Classe B
- Classe C1-C3
- Classe C4-C5
Contrarrelógio feminino:
- Classe B
- Classe C1-C3
- Classe C4-C5
Perseguição masculino:
- Classe B
- Classe C1
- Classe C2
- Classe C3
- Classe C4
- Classe C5
Perseguição feminino:
- Classe B
- Classe C1-C3
- Classe C4
- Classe C5
Sprint por equipes:
- Equipes mistas
CALENDÁRIO
24/08 (terça-feira)
22:00 - Qualificatórias da Perseguição Feminina C1-C3
22:56 - Qualificatórias da Perseguição Feminina C4
23:17 - Qualificatórias da Perseguição Feminina C5
23:52 - Qualificatórias da Perseguição Masculina B
25/08 (quarta-feira)
01:45 - Disputa do bronze e final da Perseguição Feminina C1-C302:00 - Disputa do bronze e final da Perseguição Feminina C4
02:25 - Disputa do bronze e final da Perseguição Feminina C5
02:50 - Disputa do bronze e final da Perseguição Masculina B
22:00 - Final do Contrarrelógio Feminino B
22:30 - Qualificatórias da Perseguição Masculina C1
23:22 - Qualificatórias da Perseguição Masculina C2
26/08 (quinta-feira)
00:04 - Qualificatórias da Perseguição Masculina C3
02:00 - Final do Contrarrelógio Masculino C4-C5
03:03 - Disputa do bronze e final da Perseguição Masculina C1
03:27 - Disputa do bronze e final da Perseguição Masculina C2
03:52 - Disputa do bronze e final da Perseguição Masculina C3
22:00 - Final do Contrarrelógio Feminino C1-C3
22:36 - Qualificatórias da Perseguição Masculina C4
23:14 - Qualificatórias da Perseguição Masculina C5
27/08 (sexta-feira)
01:20 - Final do Contrarrelógio Masculino C1-C3
02:29 - Final do Contrarrelógio Feminino C4-C5
03:15 - Disputa do bronze e final da Perseguição Masculina C4
03:40 - Disputa do bronze e final da Perseguição Masculina C5
22:00 - Qualificatórias da Perseguição Feminina B
22:32 - Qualificatórias do Sprint por Equipes Mistas
23:08 - Final do Contrarrelógio Masculino B
23:47 - Disputa do bronze e final da Perseguição Feminina B
28/08 (sábado)
00:12 - Disputa do bronze e final do Sprint por Equipes Mistas
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