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Guia Paralimpíadas Tóquio 2020: Canoagem

Como funciona a canoagem nas Paralimpíadas


A PARACANOAGEM

Modalidade com pouco mais de uma década de existência oficial, a paracanoagem surgiu por iniciativa da ICF, a federação internacional da modalidade olímpica. O primeiro Mundial de paracanoagem foi disputado em 2010 e a modalidade apareceu pela primeira vez em Jogos Paralímpicos na Rio-2016.

Podem competir na paracanoagem atletas com deficiência físico-motora. Os competidores são divididos em três grupos de classificação funcional (L1, L2 e L3), de acordo com o grau de movimentação dos membros inferiores, superiores e do tronco. As classes K são para atletas que competem utilizando o caiaque e V é a classe destinada para os atletas que usam a Va'a, embarcação que faz sua estreia em Tóquio.

Brasileiros na paracanoagem, regras
Diferenças entre os barcos Va'a (primeiro plano) e caiaque (segundo plano) (Foto: Alê Cabral/CPB)
Sinteticamente, as disputas da paracanoagem consistem em corridas de velocidade, em que os atletas remam uma distância de 200m. Vence quem cruzar a linha de chegada (imaginária) primeiro. Em Tóquio, haverá nove provas, sendo cinco masculinas (KL1, KL2, KL3, VL2 e VL3) e quatro femininas (KL1, KL2, KL3 e VL3). A única diferença entre homens e mulheres é que eles têm a presença da VL2, e elas, não.

Cada prova tem cerca dez atletas inscritos e, assim, há duas fases preliminares antes da final. Na maioria das vezes, os paracanoístas são divididos em duas baterias de cinco em que os dois melhores se garantem na decisão. O restante disputa uma espécie de repescagem (chamada de semifinal), em os quatro melhores vão para a final, totalizando oito barcos classificados.

CLASSIFICAÇÃO

A paracanoagem possui três tipos de classificação funcional, chamados de L1, L2 e L3, de acordo com o grau de movimentação de seus membros inferiores, superiores e do tronco. Quando menor o número (1), maior o grau de deficiência, e quanto maior o número (3), menor a deficiência. Além dessa divisão, os atletas são separados de acordo com a prova que disputam: V para Va'a e K para caiaque.

K - representa caiaque
V - representa Va'a

L1 - usa somente os braços na remada
L2 - usa tronco e braços na remada
L3 - usa braços, tronco e pernas na remada

Classificação funcional da paracanoagem
Giovane Vieira de Paula compete na classe VL3, na embarcação Va'a e utilizando braços, tronco e pernas na remada (Foto: Alê Cabral/CPB)

HISTÓRICO DO BRASIL

Apesar da curta história da paracanoagem, o Brasil já tem uma medalha paralímpica. Em 2016, Caio Ribeiro de Carvalho foi bronze no KL3. Naquela edição, o país ainda contou com outros quatro representantes: Luis Carlos Cardoso foi o quarto colocado no KL1, enquanto Mari Santilli (KL3), Igor Tofalini (KL2) e Debora Raiza Benevides (KL2) não chegaram nas finais.

Brasil, Ucrânia e Alemanha no pódio das Paralimpíadas
Caio Ribeiro foi ao pódio na Rio-2016 (Foto: Reuters)

A adesão embarcação Va'a ao programa paralímpico de Tóquio-2020 beneficiou o Brasil, que conseguiu ótimos resultados no ciclo. No último Mundial da modalidade, em 2019, por exemplo, o país faturou um ouro, com Luis Cardoso (VL2), e uma prata, com Caio Ribeiro (VL3), com as novas provas do programa. Além disso, Luis foi bronze no KL1 e Caio, bronze no KL3.

As conquistas garantiram classificação automática dos brasileiros para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Além deles, também garantiram vaga Adriana Gomes de Azevedo (KL1), Débora Raiza Benevides (KL2), Mari Santilli (KL3), Fernando Rufino (KL2) e Giovane de Paula (VL3). Assim, o Brasil tem sete atletas garantidos, a segunda maior delegação da modalidade nesta Paralimpíada, atrás apenas da Grã-Bretanha (8) e empatada com o Comitê Paralímpico Russo (RPC).

Brasileiros na canoagem nas Paralimpíadas de Tóquio
Luis Carlos Cardoso é atual campeão mundial no VL2 e é a principal esperança brasileira em Tóquio (Foto: Divulgação/CBCa)

Entre todos os classificados, as maiores chances de pódio são com os medalhistas mundiais Luis Cardoso e Caio Ribeiro, que disputarão duas provas. Luis tem cinco títulos mundiais no VL2 e resultados muito bons no KL1, enquanto Caio foi bronze na Rio-2016 no KL3 e vice-campeão mundial por duas vezes no VL3. Destaque também para Fernando Rufino, o "Peão", que faturou medalhas nos Mundiais de 2014 e 2015.

O caçula da equipe brasileira é Giovane de Paula, que tem 23 anos. Natural do Paraná, foi campeão sul-americano em 2018 e campeão pan-americano em 2017, ambos no VL3. Entre as mulheres, Debora Benevides (KL2) é dona de medalhas em Copas do Mundo, enquanto Adriana Gomes foi vice-campeã sul-americana no KL1 em 2017 e Mari Santilli participou da Rio-2016.

BRASILEIROS EM TÓQUIO-2020

Adriana Gomes de Azevedo fará sua estreia paralímpica em Tóquio (Foto: Alê Cabral/CPB)
Adriana Gomes de Azevedo: KL1
Idade: 43 anos
Participações paralímpicas: 0

Caio Ribeiro: KL3 e VL3
Idade: 35 anos
Participações paralímpicas: 1 (2016)
Medalhas: 1 bronze (2016)

Débora Raiza Benevides: KL2
Idade: 25 anos
Participações paralímpicas: 1 (2016)
Medalhas: 0


Fernando Rufino sonhava em ganhar o mundo sendo peão, mas ganhou destaque com a canoagem (Foto: Alê Cabral/CPB)
Fernando Rufino: KL2
Idade: 36 anos
Participações paralímpicas: 0

Giovane Vieira de Paula: VL3
Idade: 23 anos
Participações paralímpicas: 0

Luís Carlos Cardoso: KL1 e VL2
Idade: 36 anos
Participações paralímpicas: 1 (2016)
Medalhas: 0

Mari Santilli: KL3
Idade: 43 anos
Participações paralímpicas: 1 (2016)
Medalhas: 0

Equipe paralímpica brasileira de canoagem, em período de aclimatação em Hamamatsu (Foto: Alê Cabral/CPB)

DISPUTAS

Homens: KL1, KL2, KL3, VL2 e VL3 (todos 200m)
Mulheres: KL1, KL2, KL3 e VL3 (todos 200m)

CALENDÁRIO

01/09, a partir da 21h30
todas as eliminatórias

02/09, a partir das 21h30
KL1 masc: semi e final
VL2 fem: semi e final
KL2 masc: semi e final
KL3 masc: semi e final

03/09, a partir das 21h30
KL1 fem: semi e final
KL2 fem: semi e final
VL2 masc: semi e final
KL3 fem: semi e final
VL3 masc: semi e final

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