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Guia Paralimpíadas Tóquio 2020: Bocha



A BOCHA PARALÍMPICA

A bocha está presente no programa dos Jogos Paralímpicos desde os Jogos de Nova York 1984. Antes disso, uma modalidade similar esteve presente nas Paralimpíadas, o lawn bowls, uma espécie de bocha ao ar livre, disputada na grama. Foi no lawn bowls que o Brasil conquistou sua primeira medalha paralímpica, em Toronto-1976, com Róbson Sampaio de Almeida e Luiz Carlos “Curtinho” conquistando uma prata na modalidade.

Um jogo estratégico, a bocha é disputada em provas por equipes, pares ou individuais, com homens e mulheres competindo juntos. No começo de cada período do jogo (chamado de end), uma bola branca (o jack ou bolim) é lançada na área de competição. O objetivo dos atletas é lançar bolas coloridas o mais próximo possível do bolim. Ao fim de cada end, o jogador com a bola mais próxima do bolim marca um ponto, podendo marcar pontos extras se tiver outras bolas à frente da bola do adversário que esteja mais próxima do bolim.

As partidas individuais ou de pares são disputadas em quatro ends. Já os jogos de equipes têm a duração de seis ends. Ganha quem tiver mais pontos no final.

Eliseu Santos e Dirceu Pinto nos Jogos Paralímpicos Pequim-2008 - Foto: Saulo Cruz/CPB

CLASSIFICAÇÃO

Na bocha paralímpica, competem pessoas com paralisia cerebral ou outras deficiências severas. Todos os atletas competem em cadeira de rodas e são divididos em quatro classes de acordo com o grau da deficiência e a necessidade de auxílio. Os atletas com maior grau de comprometimento podem usar uma calha para ajudar a impulsionar a bola. E os que não tem movimentos de braços usam uma faixa ou capacete na cabeça com uma agulha para conseguir impulsionar a bola.

Evelyn Oliveira direciona bola com auxílio da calha - Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB

BC1 - conta apenas com pessoas com paralisia cerebral, que podem jogar com as mãos ou com os pés e podem ter um auxiliar para entregar a bola

BC2 - o atleta apresenta quadro de paralisia cerebral. Na BC2, não é permitida a assistência de um auxiliar e os atletas jogam a bola com a mão.

BC3 - é a classe com os atletas com maior grau de comprometimento motor. Os jogadores são assistidos pelos calheiros, que tem a função de direcionar a calha que auxilia na impulsão da bola, de acordo com as orientações do atleta.

BC4 - atletas com deficiências com origem não cerebral, como distrofia muscular progressiva, esclerose múltipla, lesão medular com tetraplegia, etc. 

HISTÓRICO DO BRASIL

A bocha paralímpica começou a ser organizada no Brasil apenas em 1995. Na ocasião, antes de existirem os Jogos Parapan-Americanos, a cidade de Mar del Plata na Argentina sediou os Jogos Pan-Americanos e, além deles, três competições de esportes paralímpicos. Para os I Jogos Paradesportivos de Paralisados Cerebrais, o Brasil recebeu o convite para participar das competições de bocha, sendo ali formada a primeira Seleção Brasileira da modalidade.

A primeira participação nos Jogos Paralímpicos foi em Pequim-2008, com a participação de Eliseu Santos e Dirceu Pinto na classe BC4. Os dois levaram a medalha de ouro nos pares, enquanto no individual Dirceu levou o ouro e Eliseu a prata. A dupla repetiu os resultados em Londres-2012, onde o Brasil também levou o ouro no individual da classe BC2 com Maciel Santos

Maciel Santos na semifinal da BC2 em Londres-2012 - Foto: Patricia Santos/CPB

Na Rio-2016, foram duas medalhas: o ouro nos pares da classe BC3 com Evani da Silva, Antônio Leme e Evelyn de Oliveira - que será uma das porta-bandeiras do Brasil em Tóquio - e a prata nos pares da BC4 com Dirceu, Eliseu e Marcelo dos Santos.

Brasileiros ouro nos pares mistos BC3 na Rio-2016 - Foto: Daniel Zappe/MPIX/CPB
Mesmo com apenas três participações, o Brasil já é uma das potências da modalidade, estando em terceiro lugar no quadro de medalhas da bocha paralímpica, atrás apenas de Coreia do Sul e Portugal. O maior campeão olímpico da modalidade é Dirceu Pinto, dono de quatro ouros e uma prata.

Dirceu e Eliseu no pódio do individual BC4 em Londres-2012 - Foto: Guilherme Taboada/CPB


BRASILEIROS EM TÓQUIO-2020

Andreza Ferreira de Oliveira: BC1
Idade: 20
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0

Guilherme Germano Moraes: BC1
Idade: 31
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0

José Carlos de Oliveira: BC1
Idade: 44
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 0

Maciel Santos: BC2
Idade: 36
Participações paralímpicas: 2 (Londres-2012 e Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro

Natalí de Faria: BC2
Idade: 31
Participações paralímpicas: 1 (Londres-2012)
Medalhas: 0

Evani da Silva: BC3
Idade: 31
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro

Renata da Silva: calheira da Evani
Idade: 41
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro

Evelyn de Oliveira: BC3
Idade: 44
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 ouro

Roberto Ferreira: calheiro da Evelyn
Idade: 43
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0

Mateus Rodrigues Carvalho: BC3
Idade: 28
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0

Oscar Carvalho: calheiro do Mateus
Idade: 55
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0

Eliseu dos Santos: BC4
Idade: 44
Participações paralímpicas: 3 (Pequim-2008 a Rio-2016)
Medalhas: 2 ouros, 1 prata e 2 bronzes

Ercileide da Silva: BC4
Idade: 45
Participações paralímpicas: 0
Medalhas: 0

Marcelo dos Santos: BC4
Idade: 48
Participações paralímpicas: 1 (Rio-2016)
Medalhas: 1 prata

DISPUTAS

Individual:
BC1, BC2, BC3 e BC4

Pares:
BC3 e BC4

Equipes:
BC1/BC2

CALENDÁRIO

27/08, 28/08, 29/08 e 30/08 - fase de grupos individual - a partir das 21h30
30/08 - quartas de final individual - a partir das 22h45
31/08 - semifinais individual - a partir das 5h15
31/08 - disputas do bronze individual - a partir das 21h30
01/09 - final BC4 individual - 0h05
01/09 - final BC3 individual - 3h05
01/09 - final BC1 individual - 4h50
01/09 - final BC2 individual - 6h25

01/09 e 02/09 - fase de grupos - equipe e pares - a partir das 21h30
03/09 - semifinais - equipes e pares - a partir das 21h30
04/09 - disputas do bronze - equipes e pares - 0h10
04/09 - final pares BC4 - 3h20
04/09 - final pares BC3 - 5h05
04/09 - final equipes BC1/BC2 - 7h10

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