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Após ouro em Tóquio, Hebert revela segredo do nocaute: "Não foi sorte"



*Com Nathan Raileanu 

O ouro de Hebert Conceição foi, sem dúvidas, um dos momentos mais marcantes dos Jogos Olímpicos de Tóquio. Após perder os dois primeiros rounds na final do peso médio do boxe, o brasileiro precisava de um nocaute no último round para reverter sua situação. E foi o que ele fez: com um cruzado de esquerda, acertou em cheio o ucraniano Oleksandr Khyzhniak e jogou-o no chão para ficar com o título. Uma semana após a conquista, ele contou ao Surto Olímpico que sua vitória “não foi sorte", e sim, resultado de muito treinamento.

“Eu não desisti em nenhum momento. No terceiro round, voltei pro corner e ouvi as instruções. Estava perdendo e só eram três minutos para reverter aquela situação. Como sempre fui um cara de mente muito forte, acreditei até o final e fui para a trocação franca em busca do nocaute. O nocaute não foi sorte, foi muito trabalho”, afirmou o atleta, de 23 anos.

"Aquela situação específica eu treino muito. Sempre que estou cansado no segundo round eu lembro disso. Eu treino justamente os dois golpes que eu acertei, que é chamar com a da frente com um cruzado sem força e voltar com a mão de trás com o tronco, que dá mais peso. Eu já sabia que estava perdendo, então parti pro tudo ou nada”, analisou baiano, agora campeão olímpico.

A exatos 1:30 do fim, Hebert derrubou o adversário. O árbitro nem mesmo iniciou a contagem e já decretou o nocauteo primeiro em uma final olímpica desde Atlanta-1996, quando o norte-americano David Reid superou o cubano Alfredo Duvergel na categoria até 71 kg.

Ucraniano no chão após o nocaute (Foto: Ueslei Marcelino/ Reuters)

Para engrandecer ainda mais o feito de Hebert, todo o torneio olímpico de boxe em Tóquio teve apenas outros três nocautes em mais de 270 lutas disputadas - todos, no máximo, até as quartas de final. Além disso, a vitória do brasileiro também marcou o fim de uma sequência de mais de 60 lutas de invencibilidade do ucraniano, que não perdia desde 23 de junho de 2016.


Hebert também havia sido uma das “vítimas” de Khyzhniak, campeão mundial há quatro anos, nesta sequência. Em 2019, no Torneio de Strandja, na Bulgária, o ucraniano venceu o brasileiro por decisão unânime, logo na segunda rodada. Também por esse motivo, a vitória na final olímpica teve um sentimento a mais para Hebert.


“Sabia que ele vinha em um ritmo muito forte, há várias lutas invicto. Era um dos favoritos, um cara de muita mídia e de muita visibilidade no boxe mundial. Mas eu sabia da minha capacidade de enfrentá-lo e vencê-lo. Como sempre foi em todas as minhas revanches, eu venci”, disse o baiano, orgulhoso.


Hebert também comentou sobre seu sentimento logo após o nocaute. “Eu não lembro o que eu pensei na hora, só gritei e desabafei. A única coisa que passava na minha cabeça era ‘Você é campeão olímpico! Você é campeão olímpico!’”, lembrou o medalhista de ouro. 


Hebert aponta para o emblema do Time Brasil ao fim da luta (Foto: Gaspar Nóbrega/COB)


Sua emoção foi passada ao público, que elegeu sua conquista como a mais emocionante dos Jogos Olímpicos de Tóquio, em votação popular feita pelo globoesporte esta semana.


“Fiquei muito feliz de ser medalhista e ser responsável pela mais emocionante. A gente estava precisando de um momento de felicidade, principalmente quem está passando por dificuldade. Esse ouro é para o Brasil inteiro”, vibrou o campeão, brincando com sua “dupla-conquista”.


Foto de capa: Wander Roberto/ COB


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