Quando rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho durante o Campeonato Mundial de handebol do Egito, em janeiro, Zé Toledo não sentiu dor. O sentimento que tomou conta de seu corpo naquele momento tão difícil foi o desespero: seis meses antes dos Jogos Olímpicos, ele via seu sonho escorrer por seus dedos.
Mas incentivado pela família, pela namorada, pelos amigos e pelos profissionais da seleção, o armador direito decidiu apostar em sua capacidade de superação. E agora comemora o resultado de seu esforço em Ota, na base do Time Brasil no Japão, onde se prepara para disputar os Jogos pela segunda vez.
“Para mim é muito especial estar aqui. Foi uma batalha muito difícil, mas os Jogos são sobre isso, sobre batalhar e não desistir”, afirmou o jogador.
“A dor que eu senti quando me lesionei não foi do joelho, foi um desespero. Eu imaginei que tinha perdido tudo pelo que tinha batalhado. Durante o processo de recuperação, algumas vezes eu pensei em desistir, ainda bem que tive ajuda dos meus pais, da minha namorada, dos meus amigos e do meu fisioterapeuta, Daniel Santos, que acreditou em mim”, disse.
Zé Toledo morava com a família em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, mas, após a cirurgia, fez fisioterapia em São Carlos, onde ficava de segunda a sábado.
“Fiz isso por cinco meses, alguns dias eu passava 12 horas na clínica. Não foi fácil”, relembra o armador.
Ciente da melhora física do jogador, o técnico Marcos Tatá decidiu convocá-lo para amistosos do time brasileiro na reta final dos Jogos. E gostou do que viu.
“Precisávamos ver como seria essa transição para a quadra. Se ele estivesse bem, iríamos convocá-lo para os Jogos”, afirmou.
Após o período de testes na Europa, o time olímpico foi fechado com a presença de Zé Toledo.
“A primeira impressão que tenho é que estou bem preparado. Estar aqui é a realização de um sonho”, disse o jogador, que estreia em Tóquio contra a Noruega, no dia 24.
Foto: Miriam Jeske
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