Com os aros olímpicos tatuados no braço e um objetivo ambicioso na cabeça, Lucas Verthein, de 23 anos, entrou neste sábado na Vila Olímpica de Tóquio. Aposta do remo nacional, o atleta encarou uma longa viagem ao lado dos arqueiros Marcus Vinicius D’Almeida e Ane Marcelle antes de desembarcar no Japão.
Mas afinal o que é uma longa jornada para um atleta acostumado a ver o sol nascer enquanto trabalha duro com o barco na água?
Para chegar aos Jogos, Lucas teve que conciliar a rotina de treinos com outras três atividades: a faculdade, o trabalho em uma loja de eletrônicos e as entregas das comidas preparadas pela mãe.
“Foi uma luta chegar até aqui. Mas essa luta só me fortalece para me tornar um atleta cada vez melhor e mais focado nos meus objetivos. Toda a experiência prepara e fortalece”, disse o remador do Botafogo, do Rio, que estreia no dia 23 no Japão.
Lucas participa de uma das provas mais difíceis da modalidade, o single skiff. Sozinho no barco, lutando contra o relógio, o atleta chegou a remar mais de 30 quilômetros na Lagoa Rodrigo de Freitas para alcançar a vaga nos Jogos Olímpicos.
O desafio diário já parece grande. Mas ele ainda quer mais.
“Meu objetivo é trazer a melhor colocação possível e provar que o remo tem possibilidade de trazer bons resultados para o país. Quero servir de incentivo para que tenhamos muito mais praticantes, quero mudar a realidade desse esporte no Brasil”, afirmou o carioca.
Com uma tatuagem dos aros olímpicos recém-feita no braço direito, o medalhista de bronze no Mundial Júnior de 2016 mostra, também com as palavras, todo respeito ao maior evento esportivo do mundo.
“Sem dúvida foi uma viagem muito longa, mas tudo vale a pena. Cheguei para os Jogos Olímpicos. Não tem nada igual. Pra mim é uma experiência muito gratificante. Tenho pouca idade e já estou participando desse evento”, disse o remador, que se sente motivado a alcançar objetivos maiores e sonha disputar mais “três ou quatro Jogos Olímpicos”.
“Isso vai ser muito positivo para a minha carreira. Vai me motivar cada vez mais a entregar tudo o que eu tenho e até quebrar limites no meu físico e no meu mental. Agora que estou aqui, percebo que nada é impossível para ninguém. Ainda mais para o Brasil. O Brasil é o país do impossível.”
Foto: Mônica Faria/COB
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