Últimas Notícias

‘Next Gen’ derruba Djokovic em Tóquio 2020 e decide o ouro; medalha pode alavancar ainda mais a carreira dos tenistas


O que era inesperado nesta altura da temporada, aconteceu. Novak Djokovic, atual número 1 do mundo e campeão de três dos três Grand Slams disputados em 2021, foi eliminado do torneio olímpico de tênis em Tóquio 2020. E com um detalhe interessante: a final é 100% Next Gen.

Alexander Zverev foi responsável pelo fim do sonho do tenista sérvio de conquistar o ‘Verdadeiro Golden Slam’ (ganhar os títulos dos quatro Majors e o ouro olímpico no mesmo ano). Num jogaço, o alemão virou para cima do 20 vezes campeão de Grand Slam, que sofreu com o forte calor da capital japonesa.

De quebra, o russo Karen Khachanov também estará na final olímpica, após ter vencido facilmente o espanhol Pablo Carreno Busta em sets diretos. O atleta do Comitê Olímpico Russo (ROC) foi medalhista de prata nas duplas nos Jogos Olímpicos da Juventude de Nanquim, em 2014.

Essa decisão pela medalha de ouro representa muito mais do que parece. Apesar de ter sido um torneio esvaziado por causa de algumas ausências importantes, presença na final olímpica pode ser a ‘virada’ para um desses dois tenistas. 

Vale lembrar que Zverev foi finalista de Grand Slam, assim como Stefanos Tsitsipas e Daniil Medvedev, outros nomes da Next Gen que não conseguiram quebrar a barreira do título de Major. 

Mas para entender melhor isso, vamos resgatar algumas campanhas olímpicas importantes em edições passadas?

MEDALHAS QUE MUDARAM CARREIRAS

Marc Rosset (SUI) - Barcelona 1992

Você acha que Roger Federer e Stan Wawrinka foram os responsáveis pela primeira medalha de ouro olímpica da Suíça no tênis, com aquela dupla mágica, campeã em Pequim 2008? Bom, então precisamos voltar para Barcelona 1992. O tenista suíço Marc Rosset, na época com 21 anos, fez uma campanha memorável para levar a medalha de ouro.

Foto: Bild
Rosset bateu cinco cabeças de chave em sequência: Wayne Ferreira (RSA), cabeça 9; Jim Courier (USA), cabeça 1; Emilio Sánchez (ESP), cabeça 12; Goran Ivanisevic (CRO), cabeça 4; e por fim Jordi Arrese (ESP), cabeça 16.

Após o título olímpico em 92, Rosset foi top-10 do ranking mundial de simples, além de ter sido semifinalista de Roland Garros em 1996 e quadrifinalista do Australian Open em 1999.

Fernando González (CHI) - Atenas 2004 e Pequim 2008

Imagine fazer história duas vezes em Jogos Olímpicos. Agora imagine isso no tênis. Bom, o chileno Fernando Gonzalez foi responsável por três medalhas olímpicas em duas edições diferentes. Em Atenas 2004, ele ficou com o bronze em simples e foi ouro ao lado de seu compatriota Nicolás Massú, nas duplas. Já em Pequim 2008, González fez outra campanha memorável, indo à final olímpica individual e ficando com a medalha de prata.

Foto: Reprodução/LaTercera
Entre essas medalhas, González alcançou a final do Australian Open de 2007, a semifinal de Roland Garros em 2009, além de ter ocupado a quinta posição no ranking mundial da ATP (2007).

Andy Murray (GBR) - Londres 2012 e Rio de Janeiro 2016

Mesmo pressionado por ter perdido quatro finais seguidas de Grand Slam, a mais recente naquela ocasião, em Wimbledon 2012, Andy Murray ainda conseguiu chegar com muito prestígio nos Jogos Olímpicos disputados ‘em casa’.

Empurrado pela torcida, ele embalou a campanha pela medalha de ouro olímpica derrotando tenistas como Stan Wawrinka, Marcos Baghdatis, Nicolás Almagro, Novak Djokovic e Roger Federer.

Depois do título olímpico em 2012, o tenista escocês faturou o caneco no US Open de 2012, Wimbledon 2013 e 2016, e da Copa Davis em 2015, quebrando diversos tabus. Após o bicampeonato na grama sagrada, Murray tornou-se o primeiro bicampeão olímpico, ao ganhar mais um ouro, desta vez no Rio 2016.

Na sequência ele fechou uma temporada memorável, ao terminar o ano como número 1 do mundo, entrando de vez para a história do esporte como um dos maiores tenistas de todos os tempos.

Foto: Doug Mills/The New York Times
Após analisarmos alguns casos em que a medalha olímpica foi um ponto chave na carreira dos tenistas citados, fica claro a importância do torneio em Tóquio 2020, mesmo sem ceder pontos para ranking, premiações e com importantes ausências.

Na circunstância de Zverev então, a vitória épica contra Djokovic, defendendo a bandeira alemã, torna o tênis nos Jogos Olímpicos com uma dimensão ainda maior. Ele impediu o ‘possível maior’ tenista da história da sua maior chance de completar um Golden Slam. E ele mesmo reconheceu isso, em entrevista na zona mista, após a partida.

“Eu ganhei uma medalha olímpica para a Alemanha. E isso para mim é talvez o momento mais orgulhoso de minha carreira até agora. Porque não estou jogando só para mim, meus pais, meu irmão, minha família, mas sim jogando por todos os atletas aqui na vila olímpica, para todos em casa. Sabe, a Olimpíada é o maior evento do mundo, sim, é um esporte individual, mas no fim do dia a Olimpíada é mais do que isso”, disse Zverev, que ficou alguns minutos chorando após o término da partida contra Djokovic.

O tenista alemão falou também sobre a grandeza de Djokovic e o rápido bate-papo na rede, ao fechar a partida.

“Eu disse a ele (Djokovic) que no fim, ele é o maior de todos os tempos. Ele vai ganhar todos Grand Slams possíveis, todos Masters, ficar em número 1 o maior número de tempo possível. Tenho 99% de certeza que isso vai acontecer. Sei que ele estava indo atrás de história, do Golden Slam e tudo mais, só que mesmo sendo o maior de todos os tempos, você não pode ganhar tudo. Eu só disse: olha, você é o maior de todos os tempos, mas desculpa por ter ganho hoje. Mas também é legal ganhar dele as vezes”, concluiu Zverev, rindo.

Foto: Mike Segar/Reuters
Outro fato curioso envolvendo a final de simples masculino em Tóquio 2020 é a nacionalidade dos tenistas. A última vez que um russo e um alemão estiveram na final olímpica foi em Sydney 2000. Naquela ocasião, Yevgeny Kafelnikov, da Rússia, bateu o alemão Tommy Haas e ficou com o título.

Zverev e Khachanov se enfrentam na madrugada do próximo domingo (ainda sem horário anunciado). 

Foto: Mike Segar/Reuters

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar