Dois dos momentos marcaram a transmissão dos 50m livre masculino nos Jogos Olímpicos de Tóquio para o torcedor brasileiro na noite deste sábado (31). Um deles foi quando Bruno Fratus, vencedor da medalha de bronze abraçou o bloco da raia 3, sua raia do bronze, ao fim da prova. E o outro, foi antes da cerimônia de pódio quando ele se abaixou na estrutura, aproveitando um momento único.
O que poucos sabem - e só o Coach Alex Pussieldi, do Best Swimming viu - é que Bruno Fratus chegou exatamente às 08h43 na piscina olímpica, o primeiro atleta a entrar no Centro Aquático de Tóquio, e ficou sozinho na raia por muito tempo, se concentrando pelo momento.
Fratus disse que isso foi apenas o último passo de uma série de passos que deu na preparação para a prova.8:43 da manhã, foi o primeiro nadador a chegar na piscina. Só, caminhou pela piscina. Veio até a frente da minha posição, fez um "joinha", caminhou até a raia 3. Ali ficou por minutos, refletindo, olha a piscina. Colocou a perna sobre o bloco parado, olhando para lugar nenhum.
— Coach Alex Pussieldi (@alexpussieldi) August 1, 2021
É um dos motivos pelo que eu sai de redes sociais, eu precisava viver meu mundo um pouquinho, ficar isolado na minha própria dimensão. Eu vou afunilando, priorizando e tirando cada vez mais as coisas que não importam muito. Foi o último momento que estava eu e a piscina, eu e minha raia. E acabou.
Para Bruno Fratus, natação não é um esporte individual
A Mi me falou antes da prova para me permitir ser feliz e isso fez toda a diferença. Vocês sabem que eu tenho muita pressão em cima de mim e as vezes meu trabalho de psicologia é botar um pé no freio: ‘calma, relaxa, não se cobra tanto’. Hoje finalmente eu não me cobrei tanto e foi incrível
Na zona mista, logo após sair da piscina e antes ainda de receber a medalha, ele aproveitou para lembrar que apesar de ser esporte individual, o atleta nunca está sozinho. “Eu sou só o cara que sobe no bloco e dá o tiro. Mas tem centenas de pessoas a agradecer”.
Quem é o ídolo de Bruno Fratus?
"O César (Cielo) mostrou que era possível uns anos atrás e se no meu começo de carreira eu não tivesse a oportunidade de treinar e competir ao lado do que eu acho que é o melhor velocista da história, eu não teria chegado aqui hoje. E agradecer publicamente também ao Scheffão. Fernando Scheffer, parceiro de clube (Minas) e equipe mostrou essa semana que era possível. Várias vezes quando eu estava ansioso eu pensei nele, e vi que poderia fazer também", confessou.
Logo depois, ele ainda lembrou quem o inspirou a ser um nadador. "E claro, eu disse uma vez que eu não tenho ídolo, mas vou usar a palavra aqui, meu ídolo supremo, cara que eu cresci vendo é o Fernando Scherer. Esse mostrou que era possível há décadas atrás. Michelle (Lenhardt), minha esposa, com certeza. Brett Hawke, meu melhor amigo e técnico, cara mais ansioso que eu”
“Vou subir ao pódio daqui a pouco com dois dos maiores velocistas da história. Eu acho que Caeleb (Dressel) tem potencial de superar um dia Michael Phelps. Florent… é Florent. O cara é um monstro, sou orgulhoso de ser seu amigo e dividir um pódio com ele”.
0 Comentários