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Os Jogos Olímpicos na televisão brasileira - Londres 2012, Bandsports








(Vinheta de abertura do Bandsports para as transmissões dos Jogos Olímpicos de 2012)



Narração: Carlos Fernando, Ivan Zimmermann, Celso Miranda, Oliveira Andrade, Ricardo Capriotti e Luciano do Valle

Comentaristas: Fábio Piperno e Estevan Ciccone (futebol masculino/futebol feminino), Marcelo Negrão (vôlei masculino), Fofão (vôlei feminino), Lula Ferreira (basquete masculino), Alessandra (basquete feminino), Cléberson Yamada (atletismo) e Henrique Guimarães (judô)

Repórteres: William Lopes, Felipe Kieling e Marcelo Rozenberg

Apresentação: Elia Júnior, Renata Saporito, Ricardo Capriotti e Sérgio Patrick (no Brasil, Mirelle Moschella e Fábio Lins)

Participação: Barbara Gancia


Certo, em 2012 a Bandeirantes não poderia exibir os Jogos Olímpicos na tevê aberta – até começou a negociar com a Record, mas tudo parou na questão financeira. Além do mais, tanto Band quanto Bandsports sofreram perdas sensíveis na equipe de esportes: por exemplo, a Record levou da casa do bairro paulistano do Morumbi para seu “período olímpico” nomes como Eduardo Vaz e, principalmente, Álvaro José. Ainda assim, com a tradição bandeirantina em esportes não se brincava. Se a “emissora-mãe” não podia, as negociações dos direitos de televisão paga eram um pouco mais fáceis. Além disso, o Bandsports podia ostentar os direitos de transmissão de certas competições importantes na época. Como a Diamond League, principal liga do atletismo mundial. Ou o Aberto de Roland Garros. Ou mesmo a Euroliga de basquete masculino. Mais do que isso: o canal abria espaço para programas específicos sobre modalidades, coisa que já rareava na concorrência - como o Linha de Três, debate sobre vôlei que Bruno Voloch apresentara entre 2008 e 2010.


E a emissora pôde então marcar presença na terceira edição de Jogos Olímpicos em sua história – não falhara em nenhuma até ali, aliás. E o canal esportivo do Grupo Bandeirantes decidiu marcar presença forte. Expressa numa iniciativa ambiciosa, repetida pelo concorrente SporTV: já que as Olimpíadas seriam em Londres, nada mais lógico do que usar um double deck, o ônibus de dois andares que é tão típico da capital da Inglaterra, para propagandear a marca do canal e ajudar na cobertura. Foi o que o Bandsports fez, anunciando em abril, dois meses antes dos Jogos começarem: se valeria de dois double decks, originais de 1961, restaurados, ambos com estúdios no andar superior. Um estaria em Londres, para receber convidados e atletas – que, claro, seriam entrevistado; o outro ficaria no Brasil, captando como andava a repercussão das Olimpíadas nas ruas.



Os ônibus “double decks” seriam símbolos da cobertura do Bandsports para Londres-2012 (Divulgação)

Aliás, os double decks exemplificariam bem como seria a cobertura do Bandsports: muito bem equilibrada. Metade em Londres, com 72 enviados (para os trabalhos na frente e atrás das câmeras), metade no Brasil, para os trabalhos também intensos na retaguarda. Para o centro de imprensa da cidade-sede, foram enviados preferencialmente os nomes que trabalhariam nas transmissões – ou seja, narradores, comentaristas e repórteres, todos sob a liderança do jornalista Luciano Borges, então chefe de redação da emissora. Entre os locutores, Carlos Fernando ganhava papel ainda mais importante: sem Álvaro José nem Eduardo Vaz, o paulista de Santos seria o grande símbolo – e a voz mais marcante – do canal esportivo da família Saad naquela cobertura, narrando preferencialmente o atletismo e a natação, além das cerimônias de abertura e encerramento.

Outra presença notável a dar voz às disputas olímpicas em Londres seria Oliveira Andrade, então ainda acumulando os trabalhos no Bandsports e na apresentação do Jornal da Manhã da Rádio Jovem Pan paulista: 12 anos depois, ele voltava a narrar os Jogos Olímpicos, sendo a voz do Bandsports para os torneios de futebol. Locutor marcante desde os tempos de ESPN Internacional, pelo tom desbragado e pela irreverência nas narrações de esportes como basquete e beisebol, Ivan Zimmermann já tinha público cativo no Bandsports, e também estaria em Londres. Bem como um parceiro seu no Dois no Banco, debate bem-humorado na cobertura do Bandsports para a Copa de 2010: Celso Miranda seria mais um a narrar competições olímpicas na Inglaterra. Haveria mais um nome do canal em Londres, que logo mais será citado, mas ele não pôde viajar – e o espaço foi aberto para Ricardo Capriotti narrar, como já fizera na Copa de 2010.

Os comentaristas do Bandsports podiam até ser poucos, mas tinham representatividade. Por exemplo, Marcelo Negrão: em Londres-2012, o ex-oposto que sacara para o ouro do vôlei masculino em Barcelona-1992 iniciava um longo vínculo como o principal comentarista de vôlei dos canais televisivos do Grupo Bandeirantes – obviamente, Negrão comentaria o torneio de vôlei masculino na quadra de Earls Court. No torneio das mulheres, a opinadora do Bandsports também tinha trajetória considerável em quadra: Fofão, já veterana no ouro de Pequim-2008, comentaria as partidas, em uma de suas primeiras experiências na função.

No basquete, com a volta do Brasil ao torneio olímpico, mais uma divisão: o feminino teria os comentários de Alessandra, credenciada pela presença na prata de Atlanta-1996 e no bronze de Sydney-2000, enquanto os jogos dos homens nas arenas de Greenwich e Stratford seriam comentados por Lula Ferreira, ex-técnico da Seleção Brasileira.




(Trecho da transmissão do Bandsports para França 73x58 Brasil, estreia brasileira no torneio de basquete feminino dos Jogos Olímpicos de 2012, com a narração de Ivan Zimmermann e os comentários de Alessandra)

Haveria ainda o técnico Cléberson Yamada, já tradicional nos comentários da Diamond League, comentando o atletismo. Henrique Guimarães voltava a colaborar com o Bandsports, opinando nas lutas do judô. E se o futebol não tinha ex-atletas nos comentários, tinha nomes já conhecidos da audiência da emissora: Fábio Piperno e Estevan Ciccone se dividiriam entre os torneios de homens e mulheres.

Entre os repórteres, o trabalho seria pesado: nomes como Willian Lopes, Marcelo Rozenberg e Felipe Kieling (este, já experimentado como correspondente europeu do Bandsports e da “emissora-mãe” Band) correriam Londres e cidades vizinhas afora – de vez em quando, Estevan Ciccone também daria uma força nas reportagens.

Finalmente, nas apresentações dos programas no estúdio do centro de imprensa, Elia Júnior se faria presente, tendo papel preponderante na cobertura. Já com duas Olimpíadas pelo Bandsports (sem contar as quatro nos tempos de “Bandeirantes, o canal do esporte”), Elia também já era reconhecido pela apresentação do matinal Primeiro Tempo Bandsports, misto de noticiário e debate no canal. Claro, experiência lhe sobrava. Não só para o Primeiro Tempo Bandsports ou para o Bandsports News, mas também para dividir a cabine com Carlos Fernando nas cerimônias de abertura (em 27 de julho de 2012) e encerramento (12 de agosto) no Estádio Olímpico, e para comandar as entrevistas no double deck do Bandsports em Londres – nomes como Robert Scheidt falaram a Elia.

Além dele, Renata Saporito também já era um símbolo da emissora na frente das câmeras. E ela faria, como habitual, a apresentação das edições diurna e noturna do Bandsports News que até hoje comanda. Teria ainda um parceiro experiente, também com trajetória de longa data no Grupo Bandeirantes, em tevê ou na rádio: Sérgio Patrick seria mais um apresentador do canal em Londres. E Ricardo Capriotti também faria a função a que já estava habituado, principalmente na rádio Bandeirantes paulista.

No Brasil, o trabalho seria semelhante. Se Elia Júnior e Renata Saporito dividiriam as apresentações dos blocos olímpicos dos noticiosos do Bandsports, Silvia Vinhas ficaria comandando a parte nacional do Bandsports News. E às 20h de Brasília, dia olímpico já encerrado em Londres, seria hora de amenizar o tom noticioso e trazer mais diversão, como o Bandsports se acostumara a fazer em suas coberturas. Se não haveria humor aberto como na cobertura de Atenas-2004, o Magazine Bandsports daria um olhar mais engraçado ao que ocorria na Inglaterra. Não raro, Mirelle Moschella e Fábio Lins, a dupla habitual de apresentadores, teria os comentários sempre irreverentes de outra velha conhecida do Bandsports: Barbara Gancia.




(Momentos do “Magazine Bandsports” de 3 de agosto de 2012, com a apresentação de Mirelle Moschella e Fábio Lins. Postado no canal de Mirelle Moschella no YouTube)

Mas... como citado acima, havia um outro narrador que faria parte da equipe do Bandsports para transmitir as disputas em Londres. Seu nome dispensava apresentações: Luciano do Valle, ainda o símbolo de esportes, como narrador principal na Bandeirantes aberta, colaborador habitual (e praticamente patrono) do canal esportivo do grupo. Porém, um problema de saúde, não divulgado então, impediu que Luciano viajasse a Londres. Ele só teve liberação médica para voltar já na reta final dos Jogos Olímpicos. Sem Luciano, as coisas mudaram um pouco no Bandsports: por exemplo coube a Oliveira Andrade narrar o ouro do Brasil no vôlei feminino.

Só em 2013 seria revelado o que Luciano tivera no ano anterior: entrevistado pelo Canal Livre, programa da Band, para celebrar os 50 anos de carreira que então fazia, o narrador paulista confirmou que tivera um AVC. Mas conseguira se recuperar. Porém, em 2016, sua ausência seria lamentavelmente definitiva. Não só no Grupo Bandeirantes, mas na televisão brasileira.

Mesmo com o papel pequeno de Luciano do Valle, o Bandsports fez o que pôde em Londres-2012. A tradição seguia.


(Vídeo de apresentação da equipe do Bandsports na cobertura dos Jogos Olímpicos de 2012, apresentado após a cerimônia de encerramento, ancorada por Carlos Fernando e Elia Júnior)

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