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Guia Tóquio 2020: Golfe

Como funciona o golfe nas Olimpíadas

FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Kasumigaseki Country Club - East Course
Período: 29/07 a 01/08 (masculino) e 04/08 a 07/08 (feminino)
Número de países participantes: 36
Atletas participantes: 120 competidores (60 em cada naipe)
Brasil: Nenhum atleta

HISTÓRICO
Apesar de ter sido aperfeiçoado na Escócia, a origem do golfe não é muito clara. De acordo com alguns historiadores, a modalidade é derivada do chuiwan (da China), da cambuca (Inglaterra) e do jogo românico chamado paganica.

O esporte esteve presente no programa olímpico das edições de Paris 1900 e St Louis 1904. Mas uma disputa interna entre jogadores britânicos no ciclo para Londres 1908, levou o país a ficar de fora das disputas na modalidade, deixando apenas um atleta inscrito: o canadense George Lyon, medalhista de ouro quatro anos antes.
Por pouco, Lyon não foi bicampeão olímpico no golfe. Foto: Arquivo/Golf Canadá 
Sem adversários, Lyon receberia a medalha de ouro de forma protocolar, mas recusou. Desta forma, com o agravante de não ter a presença das mulheres desde St Louis 1904, o torneio de golfe olímpico de Londres 1908 foi cancelado. A modalidade ficou 112 anos fora do programa olímpico.

Até que em 2016, o golfe voltou ao megaevento poliesportivo, fazendo sua reestreia no Rio de Janeiro. No entanto, 23 jogadores alegaram preocupações com a crise sanitária do Zika Vírus no país e abdicaram de suas respectivas vagas, deixando o torneio masculino esvaziado. Já no feminino, as principais golfistas do circuito marcaram presença e lutaram pela glória olímpica.

BRASIL
Após os 112 anos da disputa entre George Lyon e Chandler Egan, pela medalha de ouro na competição individual masculina do golfe em St Louis, foi um brasileiro quem deu a tacada de retomada da modalidade aos Jogos Olímpicos: Adilson da Silva.

Com 285 tacadas, uma acima do par do campo, Adilson ficou com a 39ª posição no Rio 2016, sendo o melhor brasileiro no evento. No feminino, tivemos duas representantes do Brasil: Miriam Nagl e Victoria Lovelady, 52ª e 53ª no torneio, respectivamente. A primeira concluiu o campo com 298 jogadas, 14 acima da previsão e a segunda terminou com 300 tacadas, 16 acima do par.

Mas a presença brasileira no golfe não se repetirá em Tóquio 2020. Adilson, ainda o melhor golfista do país, ocupava a 416ª posição no ranking mundial, no dia do fechamento da qualificação olímpica. Mesmo com várias desistências, ele não conquistou a vaga.
Adilson da Silva foi o representante brasileiro do golfe masculino na Rio 2016. Foto: Pam Beaty
No golfe feminino a situação é ainda pior. O país que já teve Angela Park como vice-campeã de um torneio Major (grupo das cinco competições mais importantes da modalidade, para mulheres), hoje tem como melhor golfista, a jovem Luiza Altmann, 1.135ª colocada no ranking.

FORMATO DE DISPUTA
Serão 120 golfistas no campo do Kasumigaseki Country Club, em Saitama, sendo 60 de cada naipe. Quatro rodadas de 18 buracos serão disputadas, sem corte, no formato stroke play. Ganha a medalha de ouro, quem concluir o total de 72 buracos, com a menor quantidade de tacadas.

ANÁLISES

GOLFE MASCULINO
Favoritos ao ouro: Justin Thomas (USA) e Collin Morikawa (USA)
Candidatos à medalha: Rory McIlroy (IRL), Bryson DeChambeau (USA), Viktor Hovland (NOR) e Matsuyama Hideki (JPN)
Pode surpreender: -
Brasil: Nenhum atleta

Há dois grandes favoritos ao ouro no golfe masculino em Tóquio 2020: os estadunidenses Justin Thomas e Collin Morikawa, campeão do The Open Championship 2021, o último Major de golfe disputado nesta temporada. 

Thomas faz boa temporada, entrando frequentemente na rota da disputa pelo posto de número 1 do mundo. Em 2021, ele venceu o The Players Championship, um dos principais campeonatos, abaixo apenas do conjunto dos Majors.
Número 1 do mundo, Rahm testou positivo para Covid-19 e está fora dos Jogos Olímpicos. Foto: Marcio Jose Sanchez/AP
É importante observar o desempenho do golfista da casa, Matsuyama Hideki. Atual campeão do Masters, ele foi o primeiro homem japonês a vencer um Major de golfe em toda a história. Nos outros dois torneios deste nível disputados em 2021, ele ficou entre os 30 melhores (mais de 100 jogadores disputam esses eventos), reforçando sua boa fase. Porém, o atleta testou positivo para coronavírus 20 dias antes do início das Olimpíadas e talvez sinta algum efeito da doença.

Jogadores de sucesso como Rory McIlroy, quatro vezes campeão de Major, Bryson DeChambeau, vencedor do US Open 2020 e Viktor Hovland, golfista promissor de apenas 23 anos e atual número 14 do mundo, também podem surgir com força na disputa por medalhas olímpicas em Tóquio.

Apesar de novamente ser afetado por desistências, o torneio olímpico de golfe masculino contará com grandes nomes da modalidade. As ausências mais sentidas provavelmente serão de Dustin Johnson, atual número 1 do mundo e de Tiger Woods, que mesmo se tivesse um bom ranking (hoje ocupa a 152ª posição, longe da classificação) não poderia participar do megaevento poliesportivo por ainda estar em fase de recuperação, após seu grave acidente de carro, em fevereiro.

Quem também está fora dos Jogos Olímpicos de Tóquio é do número 1 do mundo, o espanhol Jon Rahm. Ele testou positivo para coronavírus e teve que desistir da competição. 

Outras ausências importantes serão dos golfistas que formaram o pódio no Rio 2016: o britânico Justin Rose, medalhista de ouro, o sueco Henrik Stenson, prata, e o estadunidense Matt Kuchar, bronze. Mas neste caso, o problema desses jogadores foi o péssimo ciclo olímpico que ambos tiveram, o que impediu suas respectivas classificações.

GOLFE FEMININO
Favoritas ao ouro: Nelly Korda (USA), Park Inbee (KOR)
Candidatas à medalha: Ko Jin-Young (KOR), Lydia Ko (NZL), Patty Tavatanakit (THA)
Podem surpreender: Sophia Popov (GER) e Hataoka Nasa (JPN)
Brasil: Nenhuma atleta

Com apenas três ausências entre as 60 classificadas, e a presença das 15 melhores golfistas do mundo, o torneio feminino em Tóquio 2020 será o grande evento da modalidade nos Jogos Olímpicos.

Em campo haverão duas grandes favoritas ao ouro: Nelly Korda e Inbee Park. A estadunidense de 22 anos é a sensação do ano no golfe feminino. Atual número 1 do mundo, a atleta vem de título do Women’s PGA Championship. São seis troféus em 2021, e outros três top-3. De quebra, Korda soma 28 semanas consecutivas dentro do top-10 do ranking mundial.
Korda chega como favorita ao ouro e pode desbancar a atual campeã Park. Foto: John Bazemore/AP
Já a sul-coreana chega em Tóquio para defender o título olímpico conquistado no Rio-2016. Na atual temporada ela ergueu apenas um troféu, mas tem outros seis top-10, demonstrando sua consistência. Número 3 do mundo, a golfista de 28 anos também tem 28 semanas entre as dez melhores do mundo.

A melhor golfista japonesa na atualidade é Hataoka Nasa (11ª), vice-campeã do US Women’s Open deste ano. Apesar de não fazer uma grande temporada (tem um outro top-10 apenas), pode surpreender, graças o apoio da torcida e o crescimento de seu nível exatamente em torneios de grande porte.

Lutando por um lugar no pódio surgem outros grandes nomes, como Ko Jin-Young, ex-número 1 do mundo, Lydia Ko, prata no Rio 2016, e até mesmo a golfista revelação de 2021, Patty Tavatanakit, campeã do ANA Inspiration, um dos cinco Major de golfe feminino.

Correndo por fora, ainda pode aparecer a alemã Sophia Popov, que chocou o mundo ao vencer o Women’s British Open de 2020, quando era apenas a 304ª colocada no ranking mundial da modalidade. Neste ano ela ainda não ergueu troféus, mas tem três top-10, resultados que lhe ajudam na conservação de seu ranking (23º lugar).

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