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Guia Tóquio 2020: Badminton

Como funciona o badminton

FICHA TÉCNICA
Local de disputa: Musashino Forest Sports Plaza
Período: de 23/07 a 02/08
Participantes: 173 atletas de 50 delegações
Brasil: Ygor Coelho (masculino) e Fabiana da Silva (feminino)

O badminton nasceu na Índia, com o nome de "poona". Oficiais ingleses a serviço neste país gostaram do jogo e acabaram levando para a Europa. O "poona" passou a se chamar badminton quando, na década de 1870, uma nova versão do esporte foi jogada na propriedade de Badminton, pertencente ao Duque de Beaufort's, em Gloucestershire, Inglaterra. Em 1934 foi criada a Federação Internacional de Badminton, com sede justamente em Gloucestershire.

A história do badminton no Brasil tem início no Clube dos Ingleses, na cidade de Santos, no ano de 1938. Porém, a prática da modalidade tornou-se competitiva a partir da década de 80, quando foi disputada a primeira edição da Taça São Paulo. A Confederação Brasileira de Badminton, entretanto, só foi fundada em 1993.

O badminton fez sua primeira aparição nos Jogos Olímpicos em Munique 1972, porém o esporte foi disputado como demonstração, assim como em Seul 1988. A estreia oficial da modalidade ocorreu nos Jogos de Barcelona 1992 com quatro eventos distribuindo medalhas: simples (masculino e feminino) e duplas (masculino e feminino). A partir de Atlanta 1996, foi incluída a categoria de duplas mistas.

Em Barcelona 1992, Susi Susanti fez história ao vencer o torneio olímpico feminino de badminton e faturar a primeira medalha de ouro da história da Indonésia. Foto: Badminton Photo
Na primeira edição em que o badminton foi disputado oficialmente na Olimpíada, quatro medalhas eram distribuídas nos quatro eventos disputados: ouro, prata e dois bronzes para os perdedores das semifinais. A partir da edição seguinte, os perdedores das semifinais passaram a disputar uma única medalha de bronze, permanecendo assim até os dias atuais.

BRASIL
A participação olímpica do país na modalidade se resume apenas a Rio 2016, em que Ygor Coelho e Lohaynny Vicente foram os representantes do país nas disputas individuais, mas não conseguiram nenhuma vitória.

No masculino, Ygor Coelho conseguiu sua classificação através do ranking mundial. Ele perdeu para o irlandês Scott Evans por 2 a 1 e para o alemão Marc Zwiebler por 2 a 0. Nascido no Rio de Janeiro, Ygor disputará em Tóquio a sua segunda Olimpíada.

Já Lohaynny Vicente conquistou a vaga através da cota que o Brasil tinha por ser país-sede. Ela foi derrotada para a indiana Saina Nehwal por 2 a 0 e para a ucraniana Marija Ulitina pelo mesmo placar. Lohaynny não estará em Tóquio, mas o badminton feminino brasileiro terá uma representante: Fabiana Silva, que conquistou a vaga pelo ranking mundial.


FORMATO DE DISPUTA
Serão disputadas cinco categorias nos Jogos Olímpicos: simples masculino e feminino, duplas masculinas e femininas e duplas mistas. Na competição de simples, os atletas foram divididos em 14 grupos, passando apenas o campeão de cada grupo para a fase do mata-mata. Os campeões dos Grupos A e P, onde estão os melhores ranqueados, se qualificam diretamente para as quartas de final.

Já nas duplas a fórmula é mais simples. As 16 duplas de cada categoria foram divididas em quatro, passando as duas melhores duplas de cada chave para as quartas de final, onde a partir daí o sistema é eliminatório até a decisão.

ANÁLISE

SIMPLES MASCULINO
Favorito ao ouro: Momota Kento (JPN)
Candidatos a medalha: Viktor Axelsen (DEN), Anders Antonsen (DEN), Chen Long (CHN), Chou Tien-Chen (TPE) e Anthony Sinisuka Ginting (INA)
Podem surpreender: -
Brasil: Ygor Coelho, que tem a expectativa de vencer um jogo

Atual líder do ranking e bicampeão mundial, o japonês Momota Kento tentará em casa ser o primeiro homem do país a ser campeão olímpico da modalidade. Aos 26 anos e no auge da carreira, Momota tem retrospecto favorável contra quase todos os seus principais concorrentes.

Foto: Claus Fisker/Reuters
Na briga por medalhas estão os dinamarqueses Viktor Axelsen (bronze na Rio 2016 e campeão mundial em 2017) e Anders Antonsen (atual vice-campeão mundial), o chinês Chen Long, atual campeão olímpico, o taiwanês Chou Tien-chen e o indonésio Anthony Sinisuka Ginting.

O único representante do Brasil na chave será o jovem Ygor Coelho, de 24 anos de idade, que fez sua estreia olímpica na Rio 2016. Apesar de um ciclo complicado, tendo que conviver com muitas lesões, o brasileiro conseguiu se manter no top 50 do ranking mundial.

Ygor tem tudo para conquistar sua primeira vitória em Jogos Olímpicos, pois caiu no mesmo grupo de Georges Paul, de Ilhas Maurício, atleta de quem o brasileiro já venceu este ano. O outro adversário é o japonês Tsuneyama Kanta, décimo segundo cabeça de chave do torneio.

Aos 24 anos, Ygor Coelho disputará em Tóquio a sua segunda Olimpíada. Foto: BWF

SIMPLES FEMININO
Favoritas ao ouro: Okuhara Nozomi (JPN), Pusarla Sindhu (IND) e Tai Tzu Ying (TPE)
Candidatas a medalha: Chen Yufei (CHN), Yamaguchi Akane (JPN) e Ratchanok Intanon (THA)
Podem surpreender: -
Brasil: Fabiana Silva, que tem a expectativa de vencer um jogo

A grande ausência na chave feminina será da atual campeã olímpica Carolina Marín, que com uma grave lesão no joelho não poderá defender seu título em Tóquio. Nos Jogos Rio 2016, a espanhola quebrou com a hegemonia asiática, sendo a primeira atleta fora do continente a subir no lugar mais alto do pódio.

Com a ausência de Marín, três atletas serão as principais postulantes ao ouro em Tóquio. Uma delas é a japonesa Okuhara Nozomi, bronze na Rio 2016. Durante o ciclo olímpico, Okuhara foi campeã mundial em 2017 e vice em 2019. Outra forte concorrente é a indiana Pusarla Sindhu, prata nos Jogos do Rio, atual campeã mundial e finalista das últimas três edições. E a terceira que promete brigar pelo ouro em Tóquio é a taiwanesa Tai Tzu Ying, atual líder do ranking mundial.

Fabiana Silva será a única brasileira na chave feminina. Aos 32 anos de idade, a niteoriense disputará sua primeira Olimpíada e tentará fazer a melhor competição possível. Ela terá como adversárias na primeira fase a cabeça de chave Beiwn Zhang, nascida na China, mas que representa os Estados Unidos, e a ucraniana Maria Ulitina, que tem pior ranking que a brasileira. Desta forma, Fabiana também poderá sair de Tóquio com pelo menos um triunfo na bagagem.

Atual campeã olímpica, Carolina Marín será a grande ausência nos Jogos Olímpicos de Tóquio (Foto: BWF)

DUPLAS MASCULINAS
Favoritos ao ouro: Marcus Fernaldi Gideon/Kevin Sanjaya Sukamuljo (INA), Mohammad Ahsan/Hendra Setiawan (INA) e Li Junhui/Liu Yuchen (CHN)
Candidatos a medalha: Kamada Takeshi/Sonoda Keigo (JPN), Endo Hiroyuki/Watanabe Yuta (JPN) e Lee Yang/Wang Chi-lin (TPE)
Podem surpreender: -
Brasil: -

Com três ouros olímpicos, a Indonésia é o país mais vencedor da categoria. Para manter a hegemonia, o país conta com duas fortíssimas duplas, que são os atuais líderes do ranking mundial Gideon/Sukamuljo e os atuais campeões mundiais Ahsan/Setiawan.

Foto: Hafidz Mubarak/Antara Foto
Quem pretende acabar com a hegemonia dos indonésios são os chineses Li Junhui/Liu Yuchen, campeões mundiais em 2018. Caso conquistem o ouro olímpico em Tóquio, se igualam em número de títulos com a Indonésia. Tendo o fator casa a seu favor, duas duplas japonesas brigarão por medalhas: Kamada/Sonoda, vice-campeões mundiais em 2018, e Endo/Watanabe.


DUPLAS FEMININAS
Favoritas ao ouro: Fukushima Yuki/Hirota Sakaya (JPN) e Matsumoto Mayu/Nagahara Wakana (JPN)
Candidatas a medalha: Chen Qingchen/Jia Yifan (CHN), Greysia Polii/Apriyani Rahayu (INA), Do Yue/Li Yinhui (CHN), Lee So-hee/Shin Seung-chan (KOR) e Kim So-Yeong/Kong Hee-Yong (KOR)
Podem surpreender: -
Brasil: -

O ciclo olímpico foi dominado pelas duplas japonesas Fukushima/Hirota e Matsumoto/Nagahara, que decidiram os últimos dois Mundiais, além de estarem no topo do ranking. Com isso, se credenciam para lutar pelo ouro em casa. Fukushima/Hirota são atuais bicampeãs e líderes do ranking mundial, enquanto Matsumoto/Nagahara foram finalistas nas três últimas edições do Mundial e estão em segundo lugar na lista da BWF.

Foto: Tatan Syuflana/AP
Quem pretende acabar com a festa japonesa é a dupla chinesa Chen Qingchen/Jia Yifan, campeãs mundiais em 2017 em cima de Fukushima/Hirota. Outras chinesas que brigarão por um pódio em Tóquio são Do Yue/Li Yin-Hui, que foram semifinalistas do último Mundial. As indonésias Greysia Polii/Apriyani Rahayu não têm o mesmo favoritismo que as duplas masculinas do país, mas têm a consistência necessária para conquistarem uma medalha olímpica, já que foram semifinalistas dos últimos dois Mundiais.

Por fim, as duplas sul-coreanas Kim So-Yeong/Kong Hee-Yong e Lee So-hee/Shin Seung-chan prometem incomodar as favoritas. Shin foi medalhista de bronze nos Jogos do Rio e tem a experiência necessária para obter um novo sucesso em Tóquio.

DUPLAS MISTAS
Favoritos ao ouro: Zheng Siwei/Huang Yaqiong (CHN)
Candidatos a medalha: Dechapol Puavaranukroh/Sapsiree Taerattanachai (THA), Wang Yilyu/Huang Dongping (CHN), Watanabe Yuta/Higashino Arisa (JPN) e Praveen Jordan/Melati Daeva Oktavianti (INA)
Podem surpreender: -
Brasil: -

Os chineses Zheng Siwei/Huang Yaqiong dominam o circuito na atualidade. Atuais líderes do ranking e bicampeões mundiais, a dupla se credencia como principal favorito ao título. Quem pretende acabar com o favoritismo dos chineses são os tailandeses Puavaranukroh/Taerattanachai, atuais vice-líderes do ranking e vice-campeões mundiais, os japoneses Watanabe/Higashimo, que têm o fator casa como trunfo para surpreenderem, além dos compatriotas Wang/Huang e os indonésios Jordan/Oktavianti.

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