Atletas bateram índice e recorde das Américas nesta quinta-feira (17) durante a Segunda Fase de Treinamento Seletiva do atletismo, que acontece no CT Paralímpico em São Paulo. Ao todo, estão inscritos 59 atletas. Todos os atletas deverão aguardar o final da seletiva para confirmar suas vagas para o evento na capital japonesa.
O carioca João Victor Teixeira, da classe F37, estabeleceu o novo recorde das Américas no lançamento de disco com 54,09m. A marca anterior, de 52,76m, já pertencia ao atleta.
“Eu estava perseguindo esse recorde. O João Paulo [técnico] colocou uma meta um pouco ousada. Eu tinha 52m e a meta era 53m, mas veio 54,09m”, explicou o lançador.
João que tem comprometimento físico-motor do lado esquerdo do corpo devido a uma cirurgia para retirada de um coágulo na cabeça, já está garantido nos Jogos Paralímpicos de Tóquio devido ao seu resultado no Campeonato Mundial em Dubai 2019, o ouro no lançamento de disco F37.
O índice desta tarde de quinta-feira veio com a carioca Tuany Barbosa (F57) no arremesso de peso. Com a marca de 10,40m ela superou o exigido pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), que também atua como confederação de atletismo, de 10,32m.
“Em competição oficial foi a primeira vez que fiz acima de 10m. Estou muito feliz, me emocionei muito e nem terminei a prova”, comentou a atleta que alcançou a marca em seu quarto arremesso.
Tuany ex-judoca convencional e sofreu um acidente durante uma luta em 2014 que comprometeu os movimentos de sua perna direita. Ela migrou para o esporte paralímpico em 2017 e nos Jogos Parapan-Americanos de Lima 2019 faturou a medalha de prata no arremesso de peso.
O cearense Francisco Jefferson (F44) bateu o recorde das Américas no lançamento de dardo com a marca de 60,29m. Na terça-feira, 15, ele já havia estabelecido um novo recorde continental nesta prova com 59m.
O fundista Yeltsin Jacques voltou a reviver seus bons momentos na prova dos 5.000m masculino. Mesmo em uma classe diferente da sua habitual (passou da T12 para T11) e com uma estratégia de troca de atleta-guia durante a disputa, o sul-matogrossense bateu o índice paralímpico e agora aguarda o final da seletiva para confirmar sua vaga no evento na capital japonesa.
Logo na primeira largada do dia, Yeltsin Jacques, que nasceu com baixa visão, completou a prova em 15min24s27 e foi mais rápido do que a marca pré-estabelecida de 15min39s92 da sua nova classe.
Isso porque, até o ano passado, o atleta pertencia à classe T12, na qual é opcional o uso do atleta-guia. Porém, após uma reclassificação oftalmológica no começo de 2021, Yeltsin foi considerado para a classe T11, na qual é obrigatória a corrida ao lado de um guia.
"Foi uma prova maravilhosa, corremos ritmados, estávamos bem preparados, e agora vamos atrás dessa medalha de ouro em Tóquio. Agradecer aos guias, toda a equipe e a minha família por esse período de preparação. O tempo ficou dentro do esperado", afirmou Yeltsin Jacques, que começou sua carreira nas Paralimpíadas Escolares de 2007, projeto realizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB).
Para superar o índice, Yeltsin e sua comissão técnica adotaram uma estratégia para adaptá-lo melhor a sua nova classe: trocar de atleta-guia durante a prova.
Com isso, Yeltsin começou a disputa dos 5.000m com o guia paraguaio Carlos Gonzalez nos primeiros 3.500m da prova e finalizou os últimos 1.500m com o guia Lutimar Abreu Paes, medalha de ouro no Mundial de atletismo em Dubai 2019 junto com o atleta Julio Cesar Agripino nos 1.500m pela classe T11.
0 Comentários