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Coluna Surto Mundo Afora: Celebremos os Jogos da Esperança


*Por Bruno Guedes



A fumaça da tocha olímpica já pode ser vista de longe. Chegou a reta final do ciclo olímpico. Em menos de 30 dias estaremos desembarcando em Tóquio junto aos milhares de atletas. Não importa se o desembarque será apenas do sofá de casa ou em qualquer um dos portões do Aeroporto Haneda. Foram cinco anos. Um período de angústia, incertezas mas muitas conquistas. Um desembarque vitorioso. Se antes chamávamos de Jogos da Paz, agora se tornaram os Jogos da Esperança.

Quando o fogo olímpico começar a queimar, oficializando o início dos Jogos da XXXII Olimpíada, terá chegado ao fim uma espera que parecia inútil. O que era para ser quatro anos, viraram cinco por conta da pandemia. E por pouco, muito pouquinho, não se transformaram em oito anos (ou talvez mais?) se não fosse a ciência. Não que esteja tudo resolvido, pelo contrário. Contudo, as Olimpíadas, que sucumbiram à Guerra Mundial de 1939, desta vez se mantiveram de pé.

Ninguém está falando em esquecer as milhões de vidas ceifadas pela doença. Não. Essa dor, ainda que tenhamos outras mil Olimpíadas, jamais será suplantada. Entretanto, é momento de celebração da vida. A competição começa justamente quando demonstramos capacidade de superar o rival que parecia invencível, a Covid-19.

A vacinação - com a costumeira diferença social global em ação - avança. Muitos países começaram a voltar ao ritmo normal. Ou "novo normal". E milhões já podem respirar aliviados. Pelo menos imaginar um futuro diferente do que tínhamos há um ano. Os Jogos da Paz, na Antiguidade, se tornaram os Jogos da Esperança no novo Século.

Ainda que haja muitas críticas quanto à condução da organização dos Jogos de 2020, o momento cabe uma comemoração digna de ouro. Mais que os bilhões de dólares envolvidos, os sonhos e as lutas prevaleceram. Não dos políticos, mas dos atletas e torcedores. Foram anos de treinos e esforços. Dores e lágrimas. Vitórias e derrotas. Tudo estava prestes a ser derrubado pelo vírus. Só que entrarão junto no Estádio Olímpico sob a bandeira da esperança.

Tóquio 2020 pode ser uma referência para um novo tempo quando lembrarmos, daqui a 50 ou 100 anos, que aconteceu em meio à vitória sobre a maior pandemia da Era Moderna. Mesmo sem medalhas, milhões de cientistas, médicos e curados subiram ao pódio mais importante: o da vida. Celebremos.

No dia 23 de julho de 2021 serão 1797 dias desde a última edição das Olimpíadas. Ou 43128 horas de espera. Tudo para ver os mais de 11 mil atletas. Para no recomeço, os demais 6 bilhões que conseguiram passar por tantos momentos de incerteza trazidos pela Covid-19 poderem dizer: começaram os Jogos da Esperança.

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