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Parada das Nações Tóquio 2020 - Kosovo



O Kosovo, situado nos balcãs, é um dos mais recentes países do mundo. A sua independência foi declarada apenas em fevereiro de 2008, e até hoje o país não é reconhecido por muitas outras nações, entre elas o Brasil.


A sua história é extremamente complexa, e não é por menos, uma vez que o seu território já foi parte de cinco diferentes impérios. E isso antes de se tornar parte da extinta Iugoslávia. O país é marcado por diversos conflitos, guerras e movimentos separatistas.


O reflexo disto é visto em sua população. Acredita-se que mais de 90% dela seja de Albaneses residentes em território kosovar. O restante se divide entre Bósnios, Turcos, Sérvios Kosovares e Croatas, em sua maioria.


O seu surgimento ainda é parte da desintegração da Iugoslávia. Desde a década de 80, o país vinha buscando formas de conseguir a sua independência. Sendo esta, por muitas vezes, declarada pelos líderes da região.


Foto: Reprodução/Iugoslavia.sp


A diferença cultural e religiosa entre a população Kosovar, e o severo regime sérvio na antiga Iugoslávia e posteriormente na Sérvia, fizeram com que seu povo sofresse por muitos anos, resultando na Guerra do Kosovo em 1998, liderada principalmente pelos separatistas albaneses. Ela durou um pouco mais de um ano, antes de alguns líderes ocidentais, e o presidente da Sérvia na época, Milosevic, decidissem por um acordo de paz e a retirada das tropas sérvias da região.


O diferencial para que o país conquistasse a sua soberania veio em 2007, quando uma nova tentativa de independência, mediada pelo ex-presidente da Finlândia e ganhador do Nobel da Paz, Martti Ahtisaari; que enviou uma carta para o conselho da ONU (Organização das Nações Unidas) propondo um estatuto para a independência da então província do Kosovo. A proposta definia os símbolos nacionais, participação de organizações internacionais no país, além de diversos outros pontos.


Foto:finland.fi (Martti Ahtisaari)


No entanto, a proposta não foi aceita pela Sérvia e pela Rússia, então aliada da sérvia na ONU. Após isso, as negociações ficaram paradas por um tempo, até a declaração oficial de independência pelo parlamento kosovar em 2008.


Desta vez, diversos países reconheceram oficialmente o território com uma nação soberana, tais como EUA e França. Isto fez com que a Sérvia anunciasse represálias, oficializando a retirada de todos os seus embaixadores de países que reconhecessem o Kosovo como país independente.

 


European Games

Após décadas de conflitos, o Kosovo tenta aparecer para o mundo com uma nova arma: o Esporte. O país utiliza-se do investimento neste para alcançar visibilidade e credibilidade para o seu povo e nação.


A recente criação do seu próprio comitê olímpico em 2014, impulsionou o desenvolvimento esportivo no país. Desde então, o Kosovo participa das principais competições esportivas internacionais, e alcançado bons resultados em diversas modalidades, como o futebol e basquete.


Contudo, a pequena população do país – cerca de 2 milhões de pessoas – dificulta a evolução em esportes coletivos. Por isso, o Kosovo investe, majoritariamente, em esportes de combate, tais como Caratê, Judô e Wrestling.

 

O Kosovo participou das duas únicas edições dos Jogos Europeus até hoje, Baku 2015 e Minsk 2019, conquistando medalhas no judô em ambas.


Trajetória Olímpica


A participação kosovar em Jogos Olímpicos, e única até o momento, aconteceu no Rio 2016. E já em sua primeira participação o país conquistou o seu primeiro ouro, com Majlinda Kelmendi do judô. Ela nasceu em território kosovar, na cidade de Peja, na extinta Iugoslávia, atual Kosovo.


Todavia, Majlinda já havia competindo anteriormente em Jogos Olímpicos. Na edição anterior Londres 2012. Até os jogos de Londres, o Kosovo não tinha ainda o reconhecimento olímpico do comitê internacional. Por isso, ela competiu sobre a bandeira albanesa; país que culturalmente exerce uma grande influência no Kosovo.


Na ocasião ela alcançou um digno nono lugar, para quatro anos mais tarde conquistar a glória olímpica.




Modalidades


Para Tóquio, a delegação do Kosovo promete algumas emoções para os seus torcedores.


Judô


É impossível não citarmos o grande trabalho feito pelo comitê kosovar nesta modalidade. Atualmente, o país possui cinco atletas em zona de classificação para as Olimpíadas. E todos eles bem ranqueados.


Akil Gjakova 7° do ranking, no masculino, na categoria até 73kg. Foi campeão do Grand Prix de Budapeste em 2019, e alcançou a 5° colocação no Grand Slam de Tbilisi, na Geórgia, este ano.


Majlinda Kelmendi 5° do ranking, no feminino, na categoria até 52kg. A atual campeã Olímpica vem numa ótima sequência de competições. Campeã mundial em 2019, Kelmendi não deixa de subir ao pódio em todas as competições que ela disputa, desde então.


Nora Gjakova 4° do ranking, no feminino, na categoria até 57kg. Irmã de Akil, Nora acabou de vencer o Grand Slam de Tbilisi. Além de outros três terceiro lugares nas últimas competições.



Foto: Twitter.com (Nora Gjakova)

Loriana Kuka, 8° do ranking, no feminino, na categoria até 78kg. Loriana é a mais jovem entre as judocas kosovares, 23 anos. Seu melhor resultado foi o terceiro lugar no Master de Doha.


Distria Krasniqi 1° do ranking, no feminino, na categoria até 48kg. Distria está em ótima fase, ela foi campeã de três das últimas quatro competições em que participou.


Foto:kosovotwopointzero.com (Distria Krasniqi)

Wrestling


Único atleta classificado até o momento para a delegação do Kosovo, Egzon Shala na categoria até 125kg no estilo-livre, é a esperança do povo kosovar de ver o seu país brilhando em outra modalidade.


Ele foi o sétimo colocado no último mundial de Wrestling em Nur-Sultan, Cazaquistão, em 2019. A competição dava vaga olímpica para os seis primeiros. No entanto, um atleta sírio que terminou melhor colocado foi pego no doping, e a vaga realocada para o lutador kosovar.



Foto:https://www.flickr.com/


Caratê


Por fim, vale ressaltar o caratê como uma das modalidades que poderemos ver o Kosovo em ação, em Tóquio.


Apesar do país só ter um atleta entre os top 50 do mundo. Há grandes chances do Kosovo receber um ou mais convites da federação internacional de karatê, e assim participar desta competição. Vale lembrar que todos os eventos do karatê em Tóquio, contarão com apenas 10 representantes em cada. Aumentando, consideravelmente, as chances de conquista dos classificados.


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