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Thaísa anuncia aposentadoria da seleção brasileira e não irá às Olimpíadas de Tóquio



Um dia após a conquista de mais um título da Superliga feminina, a central Thaísa (Itambé/Minas) surpreendeu ao anunciar sua aposentadoria da seleção brasileira. Considerada uma das melhores jogadoras da posição no Brasil - e no mundo -, a bicampeã olímpica enviou nesta terça feira (06) uma carta de despedida explicando suas motivações para dar adeus a mais um ciclo olímpico.

A decisão surpreende ao vir em, talvez, o melhor momento de sua carreira. A central de 33 anos foi premiada ontem como MVP da Superliga (melhor jogadora da competição), além de receber os prêmios de melhor central e "Craque da Galera". Ela também liderou o campeonato nacional em diversas estatísticas, como melhor bloqueadora, melhor atacante e terceira melhor sacadora.

Entre os motivos apresentados para a aposentadoria, Thaísa cita dores físicas e mentais, legado de uma longa recuperação de lesão grave no joelho que quase encerrou sua carreira de atleta em 2017.

A notícia dá um pause nos planos do treinador José Roberto Guimarães, que contava com a atleta para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Tendo conquistado o ouro em Pequim-2008 e em Londres-2012, a central poderia ser a primeira atleta do Brasil, entre homens e mulheres, a obter um tricampeonato olímpico.



Leia a carta de Thaísa na íntegra:

A noite de 5 de abril de 2021 ficará marcada na minha vida. Depois de um período difícil na minha carreira, marcado por lesões, dúvidas, incertezas, e em meio a uma pandemia que entristece o mundo, eu consegui sorrir novamente com o vôlei. Sorri e chorei. Cada lágrima derramada ontem era uma dificuldade que eu superei. Voltar a ser campeã da Superliga, jogando em alto nível, era algo que ninguém, há três anos, acreditava que eu seria capaz. E eu consegui. Com o apoio da minha família, do meu noivo, das minhas companheiras e comissão técnica do Itambé Minas, amigas, voltei a sentir o gosto de levantar um troféu depois de quase cinco anos.

Mas, sempre temos o amanhã. É a lei da vida. Passado, presente e futuro. E depois de um dia histórico para mim ontem, hoje, o 6 de abril de 2021, também será um dia que lembrarei para sempre. É um dia que interfere, definitivamente, no meu futuro. Hoje tomei uma das decisões mais difíceis da minha carreira como atleta profissional. Inevitavelmente, todos querem saber se estarei com a Seleção Brasileira nas próximas competições – inclusive a Olimpíada de Tóquio. Mas, infelizmente, a resposta é não. Hoje, despeço-me da Seleção com muita, muita mesmo, dor no peito. São mais de 14 anos dedicados a defender nosso país na seleção adulta – (18 considerando a base )- e , sempre com garra e respeito que a bandeira merece. Nunca faltou amor e entrega nesta história linda para os dois lados.

E é exatamente por não conseguir mais dar esta entrega, física e mental, que eu encerro minha história com a Seleção. Os últimos anos foram duros para o meu corpo, convivendo com dores diariamente. Não consigo ajudar ao grupo todo da forma como gosto e entendo que seja necessária. Preciso descansar e respeitar, mais do que tudo, o meu corpo, que é minha ferramenta de trabalho. Pensando na longevidade da minha carreira em clubes, é hora de me recuperar. Conversei com meus médicos e familiares e chegamos a esta conclusão.

Quero agradecer especialmente ao Zé Roberto e toda sua família que foram fundamentais neste retorno, além da comissão técnica e todos os que me acompanharam nesta caminhada. Sem o esforço, apoio e incentivo de cada um, não sei se chegaria tão longe. O meu muito obrigada a todas as minhas companheiras que estiveram ao meu lado, dividindo viagens, concentrações, alegrias e tristezas. Carregarei sempre comigo cada lembrança. Estarei daqui , vibrando e torcendo pelo Brasil, junto com toda a população e, especialmente, com os amantes do voleibol. Estarei sempre à disposição para ajudar e, mais do que tudo, gritar e comemorar nossas conquistas.

Gratidão!"

Foto em destaque: Wander Roberto/Inovafoto/CBV

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