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Análise: Brasil pega a badalada seleção dos Países Baixos, mas escapa do 'grupo da morte' e deve se classificar

 


Na manhã desta quarta-feira (21) foram sorteados os grupos para os torneios olímpicos de futebol de Tóquio 2020. A seleção feminina encontrou um caminho menos duro - mas não fácil! - na fase classificatória, mas pode já encontrar dificuldades a partir das quartas, caso se classifique.

A estreia do Brasil será contra a seleção da China e, na sequência, enfrentará os Países Baixos e a estreante Zâmbia. De certa forma, o sorteio do grupo foi bastante favorável à nossa seleção, já que passou raspando do chamado “grupo da morte”, que reúne EUA, Suécia, Nova Zelândia e Austrália - três seleções entre as 10 melhores ranqueadas pela FIFA.

A seleção chinesa já é velha conhecida do Brasil, mas será a primeira vez em que a ‘Canarinho’ enfrentará Países Baixos e Zâmbia em Olimpíadas. A expectativa é que os jogos sejam bem distintos taticamente e que a seleção esteja entre as oito classificadas para a fase eliminatória.

Brasil

A seleção brasileira feminina vem vivendo um grande momento de (re)construção nos últimos dois anos. Após a derrota para a seleção da França nas oitavas de final da Copa do Mundo em 2019, a CBF se comprometeu com um trabalho inédito de investimento e reformulação, contratando a renomada treinadora Pia Sundhage para tomar a frente da seleção. 

A sueca não é nada estranha aos Jogos Olímpicos, tendo participado de todas as seis edições do torneio de futebol, seja como atleta ou treinadora. Como treinadora, esteve presente nas últimas três finais, conquistando duas medalhas de ouro - como técnica dos Estados Unidos - e uma de prata - com a Suécia - nos Jogos do Rio 2016.


Foto: Mariana Sá / CBF

Desde então, sob seu comando, a evolução técnica e tática da seleção foi bastante visível e as mulheres do Brasil vêm alcançando bons resultados em torneios amistosos, além de iniciar o ano de 2021 com uma boa participação na SheBelieves Cup, quando enfrentou as fortes seleções dos EUA e Canadá, além de golear a rival Argentina. Na última atualização do ranking da FIFA, a seleção brasileira subiu uma posição, provavelmente devido às boas atuações recentes contra as estadunidenses e as canadenses e, atualmente, ocupa o sétimo lugar.

Infelizmente, o calendário de partidas preparatórias para os Jogos Olímpicos está bastante limitado devido à pandemia e, por isso, a treinadora Pia afirmou em entrevista à CBF que o pré-olímpico, algumas semanas antes do início dos jogos, será essencial para o maior entrosamento entre as atletas e a construção do nosso “DNA brasileiro”.

A seleção brasileira já alcançou resultados importantes em Jogos Olímpicos e é bastante possível que tenhamos uma boa participação novamente em 2021. Com certeza, experiência e liderança não irão faltar nessa jornada olímpica.

China

A seleção chinesa é uma das maiores potências asiáticas no futebol feminino, tendo ganhado a Copa da Ásia oito vezes. Também já foi medalhista de prata nos Jogos Olímpicos em 1996 e na Copa do Mundo em 1999.

Porém, mesmo com história dourada, o último título da seleção chinesa foi conquistado em 2006 - 15 anos atrás. Atualmente, a China ocupa o décimo quarto lugar no ranking da FIFA.

Considerando que o jogo contra a China será o de estreia, pode ser uma partida que venha a incomodar o Brasil. O estilo de jogo das chinesas é bastante ofensivo e agressivo, e o Brasil precisará de bastante experiência das defensoras e das laterais para segurar a seleção chinesa. Além disso, a China vem fazendo boa preparação para os jogos Olímpicos, algo que pode fazer a diferença no fim das contas.

Países Baixos

A seleção neerlandesa vem em ascensão meteórica nos últimos anos devido a um belíssimo trabalho dos dirigentes. Há 20 anos, os Países Baixos eram uma seleção que dificilmente se fazia relevante em torneios internacionais, porém a história mudou drasticamente na última década.

A seleção laranja foi campeã da Eurocopa em 2017 e, dois anos depois, em apenas sua segunda participação na Copa do Mundo (em 2019), ficou com a medalha de prata. Hoje, as Leoas, como são chamadas, são uma das maiores potências mundiais no futebol feminino, figurando o terceiro lugar no ranking da FIFA. Os Países Baixos também são comandados por uma mulher: Sarina Wiegman, a primeira a ocupar a posição no país

Todo esse sucesso nos últimos anos não foram alcançados por acidente, mas sim fruto de um projeto bastante maduro da federação do país. Dois grandes nomes foram convidados a assumir a frente desse projeto: Minke Booij e Peter Blangé, ambos campeões olímpicos. Eles são os responsáveis pela gerência do projeto e análise de desempenho e inovação, respectivamente. Além disso, também investiram bastante em categorias de base e hoje o país é o quarto em que mais mulheres jogam futebol no mundo.

Com esse momento de crescimento, o jogo contra os Países Baixos promete ser o confronto mais complicado que o Brasil enfrentará na fase de grupos em Tóquio. Segundo a treinadora Pia, as jogadoras de lateral serão essenciais tanto defensiva quanto ofensivamente, para tentar furar a forte e experiente defesa holandesa, que conta com a liderança de Veenendaal, premiada como a melhor goleira do mundo em 2019.




Uma vantagem é o fato de que as jogadoras são bastante conhecidas pelas nossas atletas e comissão técnica, o que permite um trabalho de preparação mais intenso.

Zâmbia

A Zâmbia é uma seleção que sabemos pouco sobre, principalmente por ser sua primeira participação em Jogos Olímpicos. Esse fato pode, inclusive, ser uma vantagem positiva para a equipe, já que as seleções adversárias precisarão de um trabalho de preparação muito mais atento para esse jogo.

Por sorte, esse será o terceiro confronto da seleção brasileira, e isso dará mais oportunidades de estudo para nossa comissão técnica.

Ainda que seja uma seleção estreante, a Zâmbia vem de bons resultados no torneio Pré-Olímpico africano, inclusive com uma goleada de 5 a 0 contra o Zimbábue.

Para esse jogo, espera-se uma disputa bastante física e de velocidade, duas das principais características da seleção zambiense.

Das 12 seleções participantes no torneio, oito se classificam para a fase eliminatória, então, mesmo se o brasil amargar derrota contra a Holanda, pode ainda se classificar fazendo bons jogos contra a China e a Zâmbia.


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