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Faltando 150 dias para os Jogos em Tóquio, canoístas Isaquias Queiroz e Erlon Souza avaliam estágio de treinamento em Minas Gerais




Muita quilometragem. Essa foi a expressão mais usada pelos medalhistas olímpicos Isaquias Queiroz e Erlon Souza para definir as semanas que estão passando em Capitólio, Minas Gerais, no treinamento de campo da equipe permanente de canoagem velocidade, que termina no próximo dia 26. Orientados pelo técnico Lauro “Pinda” Júnior e acompanhados pelo auxiliar-técnico Nivalter Santos, eles e Jacky Godmann, Felipe Santana e James Marcelo aproveitaram o começo de 2021 para mudar um pouco a rotina.


“Um dos pontos positivos é sair da mesmice. É ótimo poder estar em Capitólio, fazer uma preparação um pouco diferente. A gente estava desde 2014 em Lagoa Santa. A lagoa lá é um pouco menor e isso acaba complicando o treinamento de grande quilometragem porque temos que dar muitas voltas. E aqui não. É importante ganhar quilometragem e ficar mais resistente para os outros tipos de treino que vamos ter”, analisou Isaquias, campeão mundial em 2019.



“Aqui é mais isolado. No momento que a gente está vivendo, a gente não pode estar no meio de todo mundo. Conseguimos essa paz que é esse hotel, que nos atendeu muito bem. A gente consegue se alimentar bem, descansar e fazer um excelente treinamento nesse formato de bolha. Foco total no treino”, explicou Erlon, que está tendo sua história contada em mangás nas redes sociais do COB.


Capitólio foi uma saída encontrada pela equipe técnica para amenizar os problemas causados pela pandemia do novo coronavírus. A canoagem velocidade que já enfrentava a perda do técnico espanhol Jesus Morlan, foi abalada pelo falecimento do presidente da CBCa, João Tomasini, vítima da Covid-19, e ainda teve que readaptar todo o ciclo de treinamento por conta do adiamento dos Jogos Tóquio 2020 depois de um ano de 2019 muito positivo.


“Eu vejo que a gente se fortaleceu. Estávamos tendo grandes resultados com Jesus desde que ele chegou em 2013. O Lauro continuou esse ótimo trabalho e, em 2019, consegui meu primeiro título mundial no C1 1000m. Logo depois, a gente estava se sentindo bem preparado pra Olimpíada, e aí chegou a pandemia. Acabou tendo a complicação de mais um ano de treinamento. Ter que fazer uma modificação no planejamento de 2020 para não chegar cansado em 2021. Para completar veio o falecimento do João Tomasini, o presidente da Confederação, com quem eu tinha uma grande amizade”, relatou Isaquias.

“A preparação que estamos fazendo para Tóquio 2020 foi bem parecida com a que fizemos para Rio 2016. Porém, pelo fato de ganhar mais um ano, a gente acabou pisando um pouco no freio. Se a gente continua a preparação como se fosse competir os Jogos, a gente ia acabar estourando esse ano. O aproveitamento no treino tem sido muito bom, mas ainda estamos conseguindo uma evolução muito significativa a cada camp que a gente faz”, completou Erlon.



Próximo passo: transição para raia



Quando voltarem à base em Lagoa Santa, vão iniciar uma nova fase de treinos específicos, focados na preparação na raia. Com os principais adversários treinando na Europa e na China, lugares em que a pandemia já está um pouco mais controlada, e ainda longe das grandes competições, os canoístas focam nos treinamentos para poder aprimorar o que precisam em busca dos grandes resultados.


“Esse período que a gente veio pra Capitólio é um período de base, justamente onde precisamos de volume. É um momento que a gente conserta a parte técnica, onde temos que ganhar resistência, uma parte bem importante para o próximo passo que é a transição para a raia. Começamos com uma base muito boa, mas sempre estamos insatisfeitos com a parte técnica. Sempre procuramos melhorar alguma coisa pra chegar na técnica perfeita. E nessa busca, qualquer detalhezinho é importante”, disse Erlon, lembrando da passagem do Laboratório Olímpico pelo treinamento que forneceu importantes feedbacks para o treinador Pinda.


“Hoje a minha preocupação é tentar manter o máximo de qualidade da remada. Melhorar a amplitude da remada, o arrasto sem fazer tanta força no braço. As pessoas pensam que a gente rema muito no braço, mas, na verdade, é um conjunto de tronco, perna e braço. Temos que fazer um trabalho bem unido do corpo todo. Se fosse só o braço, não daria pra chegar nem na reta final dos 1000m. É isso que estamos focando em fazer: melhorar a qualidade da técnica para sofrer menos na hora do esforço físico. Se eu tiver bem com a minha remada, o barco vai desenvolver bem”, contou Queiroz, que chegou a 16 medalhas em Mundiais contando as classes Júnior, Sub 23 e Sênior.


Faltando pouco mais de 150 dias para os Jogos Olímpicos em Tóquio, a dupla já tem os objetivos traçados na maior competição esportiva do planeta e que deve representar um novo começo para a humanidade. Isaquias e Erlon estão confiantes no trabalho que estão desenvolvendo e convocam a torcida para apoiar o Time Brasil.


“Tudo que a gente faz, dorme, acorda, come, é pensando nas medalhas em Tóquio 2020. A vontade de chegar logo lá é muito grande porque já atrasou um ano. Então, a ansiedade é muito grande. Tem que esperar com paciência, trabalhar certinho para estar pronto para executar bem o que nós treinamentos e chegar no pódio”, analisou Erlon.



“Eu agradeço muito a torcida brasileira por todo apoio sempre. Espero que eu possa fazer uma ótima temporada, representar bem o Brasil em Tóquio e ganhar uma medalha de ouro. É como eu sempre falo: não fui para o Rio para conhecer a cidade, nem participar dos Jogos. Fui para disputar medalha e não vai ser diferente agora. Meu objetivo é ganhar o ouro e ajudar o Brasil no quadro de medalhas”, finalizou Isaquias.


Foto: Rafael Bello/COB

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