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O Outro Lado da Muralha: A Grande Muralha, a guardiã da China



14 anos após sediar a Olimpíada de Verão, Beijing será responsável por receber a 24ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno. O que é histórico, já que a capital chinesa será a primeira cidade do mundo a receber as duas competições.

A ideia aqui é começar uma série de posts sobre o país responsável por receber os Jogos Olímpicos de Inverno. Tão mencionada recentemente por conta da pandemia do novo coronavírus, a China é um local de riquezas gigantes e que muitas vezes passam batidas no público brasileiro, acostumado a receber somente o que é considerado “exótico” em uma cultura milenar e tão rica.

A Grande Muralha da China é o ponto mais lembrado, é baseado nela que a atual coluna é nomeada e, portanto, será responsável por inaugurar esse espaço de apresentação do país. Muito do conhecimento que se tem sobre a construção é o fato de o ponto fazer parte do seleto grupo das Sete Maravilhas do Mundo Moderno.



Lutas por território sempre fizeram parte da história chinesa desde os primórdios. Muito por conta disso, a Grande Muralha foi construída para prevenir invasões estrangeiras do norte (especialmente de Mongólia e Manchúria) durante o reinado de Qin Shi Huang Di, o primeiro da Dinastia Qin (221-206 a.C.). Com o passar do tempo, a construção foi estendida para que pudesse proteger também a rota de comércio da seda, já na Dinastia Han (206 a.C - 220 d.C.).

Entender os ideais de Shi Huang Di é entender A Grande Muralha e também o contexto histórico da época. Primeiro imperador e considerado também “o homem que unificou a China”, Huang Di padronizou a escrita em todo o território e foi responsável por reformular a estrutura com a construção de estradas e canais. Mais tarde, seria lembrado também pelas esculturas famosamente retratadas como Os Guerreiros de Terracota, encontradas na década de 70 em Xi’an.

Importante mencionar também que o período de Shi foi marcado por destruição e opressão contra qualquer um que se colocava contra os seus princípios. Pessoas chegavam a ser enterradas vivas durante o período em que o imperador esteve à frente do território chinês. Tamanha tirania se reflete na construção da muralha, já que mais de 300 mil pessoas entre soldados, camponeses e também prisioneiros foram responsáveis pela construção. Muitos trabalhavam até a morte para que o projeto fosse concluído.
 

Distribuída em 15 províncias chinesas, A Grande Muralha, que durou aproximadamente dois mil anos para ser concluída, é um dos principais pontos turísticos do país, atraindo por volta de 10 milhões de pessoas todos os anos. E, pelas atrações que proporciona no entorno e também pela conservação em determinados pontos, é justamente na grande Beijing que se encontram as áreas com os números mais altos de visitação.

No âmbito esportivo, associações à Grande Muralha são comuns especialmente a goleiros e goleiras do futebol. Na última Copa do Mundo Feminina, Peng Shimeng foi eleita a melhor em campo no empate por 0x0 da seleção chinesa contra a Espanha na fase de grupos e recebeu a alcunha de “The Great Wall of China” pela exibição impecável contra a seleção europeia. A atleta do Jiangsu Suning até hoje é a responsável por fechar o gol chinês em jogos internacionais.
 

Fotos: EnterDesk.

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