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IIHF retira Belarus como sede da Copa do Mundo de Hóquei no Gelo

 


A Federação Internacional de Hóquei no Gelo (IIHF) retirou Belarus de ser a co-anfitriã da Copa do Mundo que acontece neste ano. Em reunião do conselho nesta segunda-feira (18), a federação confirmou a decisão "inevitável", considerando questões de segurança e proteção.

O presidente da IIHF, Rene Fasel tem enfrentado enorme pressão para destituir Belarus nos últimos meses, após a reeleição de Alexander Lukashenko no ano passado, o que gerou protestos no país. Uma repressão subsequente por parte do governo belarusso foi criticada pela União Europeia, com inúmeros países introduzindo sanções contra altos funcionários, incluindo Lukashenko.

A IIHF disse que seu conselho tomou a decisão hoje “após a conclusão de um extenso processo de due diligence”.

O órgão regulador disse através de comunicado em seu site que seus estatutos permitem que a organização mova a Copa do Mundo se “houver motivo para preocupação de que o bem-estar ou a liberdade de movimento dos jogadores, dirigentes, espectadores viajantes e mídia estiverem em dúvida”.

O IIHF informou que especialistas independentes e todas as partes interessadas foram consultadas sobre a viabilidade de realizar a Copa do Mundo em Belarus em face das “crescentes questões de segurança e proteção relacionadas tanto à crescente agitação política quanto ao COVID-19”.

Rene Fasel foi criticado por se encontrar com Lukashenko, que foi proibido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) de participar dos Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020. Fasel afirmou que tentou transformar o mundial em um evento de "reconciliação" e que “É uma coisa muito lamentável ter de remover a oferta de co-anfitriã de Minsk e Riga." 

“Durante esse processo, tentamos promover que o Campeonato Mundial pudesse ser usado como uma ferramenta de reconciliação para ajudar a acalmar as questões sociopolíticas que acontecem em Belarus e encontrar um caminho positivo para o futuro. E embora o Conselho sinta que o Campeonato do Mundo não deve ser usado para promoção política por qualquer lado, ele reconheceu que sediar este evento em Minsk não seria apropriado quando há questões maiores para lidar e a segurança das equipes, espectadores e funcionários para priorizar", disse Fasel.

A IIHF disse que seu Conselho irá agora considerar o status da Letônia como co-anfitriã e também avaliará a possibilidade de mudar para um "formato de local único para facilitar as regulamentações de segurança do COVID-19 e viagens da equipe".

Houveram diversos pedidos de países para co-sediar a Copa do Mundo de Hóquei no Gelo. Eslováquia, Dinamarca e República Tcheca se ofereceram, assim como a própria Letônia para sediar sozinha. A Rússia também se ofereceu para substituir Belarus, mas os russos estão impedidos para receber ou sediar grandes eventos até dezembro de 2022, sob uma série de sanções impostas à nação pela Agência Mundial de Antidoping (WADA) como punição pela manipulação de dados de laboratório do governo de Moscou.

A decisão da federação veio dias depois que os patrocinadores do torneio ameaçaram desistir de apoiar a Copa do Mundo caso Belarus permanecesse como co-anfitriã. A fabricante alemã de óleo para motores Liqui Moly juntou-se aos fabricantes de automóveis Skoda e à Nivea na ameaça de retirar seu apoio.

A Fundação de Esportes Solidários de Belarus (BBSF) fez campanha nos últimos meses para que a IIHF removesse Belarus de ser uma das sedes da Copa do Mundo. O grupo também pediu que o IIHF sancionasse o presidente da Associação Belarussa de Hóquei no Gelo (BIHA), Dmitri Baskov, que foi acusado de envolvimento na morte de um ativista da oposição. Fasel foi criticado por ter aparecido em uma foto com Baskov na semana passada, poucas semanas depois que a IIHF confirmou que estava investigando o presidente da BIHA.

Comunicado do BBSF

Após a decisão do conselho da Federação Internacional de Hóquei no Gelo, o BBSF descreveu a decisão da federação de remover o evento de Belarus como "sábia", com o grupo enfatizando a necessidade de investigar Baskov.

“O campeonato não poderia se tornar um festival esportivo completo, mas se tornaria uma plataforma de confronto entre o povo belarusso e as estruturas de poder do regime de Lukashenko. A decisão do IIHF trouxe de volta a fé do povo belarusso e da comunidade internacional na justiça e nos valores universais. Os fóruns esportivos não podem ser realizados em países onde a violência e a tortura são usadas contra civis. Ao mesmo tempo, a BBSF lembra o IIHF e toda a comunidade do hóquei sobre a necessidade de conduzir uma investigação detalhada sobre o presidente da Federação Belarussa de Hóquei no Gelo Dmitry Baskov, que estava envolvido no assassinato de um civil Roman Bondarenko”.

A líder da oposição de Belarus, Sviatlana Tsikhanouskaya, também saudou a decisão da IIHF de retirar os direitos de co-anfitriã de Belarus. "Congratulo-me com a decisão do @IIHFHockey de não sediar o Campeonato Mundial de 2021 em Minsk", tuitou Tsikhanouskaya. “Este é um passo muito sábio - apoiar os direitos humanos e o esporte justo, não cooperar com o regime de Belarus. Junto com @BSSFofficial, estamos gratos que as vozes dos belarussos foram ouvidas."

Foto: Belta.by    

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