Após o Comitê Olímpico Internacional (COI) proibir a participação do presidente da Bielorússia, Alexander Lukashenko, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, assim como de todas as outras atividades da entidade, o chefe de estado do país localizado no leste europeu está considerando levar o caso para o tribunal, apelando contra a decisão.
"Vamos ao tribunal", disse Lukashenko, de acordo com a agência de notícias bielorrussa Belta. "Deixe que Bach (presidente do COI) e sua 'gangue' digam que sou culpado, por defender meu país".
Já o Comitê Olímpico Nacional da República da Bielorússia (NOCRB), dirigido pelo próprio Lukashenko, disse que a decisão do COI é tendenciosa.
"O CON da Bielorrússia expressa preocupação de que a liderança do COI, ao fazer certos pontos da decisão, possa estar sujeita a pressões políticas. Acreditamos sinceramente que o esporte deve estar sempre fora da política", disse a entidade em comunicado.
A decisão do COI e o histórico de Lukashenko
A atitude do COI foi uma resposta aos casos de repressão contra atletas do país, supostamente ordenados pelo governo e pelo NOCRB. Presidente desde 1994, Lukashenko é considerado por muitos especialistas como "o último ditador da Europa".
Após a vitória de Lukashenko nas eleições deste ano, que lhe concederam seu sexto mandato, em meio à acusações de fraude eleitoral, surgiram também alegações de que atletas haviam sido espancados, torturados e presos por participarem dos protestos generalizados contra o presidente.
Lukashenko e outros altos funcionários da NOCRB, incluindo seu filho e primeiro vice-presidente Victor Lukashenko, "não protegeram adequadamente os atletas bielorrussos da discriminação política dentro do CON, de suas federações esportivas membros ou do movimento esportivo", segundo o COI, levando então ao banimento da cúpula.
Além disso, o COI suspendeu as transferências de fundos, com exceção dos pagamentos ligados à preparação dos atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio e os jogos de inverno em Pequim (2022). Neste caso, esses pagamentos são realizados diretamente aos atletas.
Vale lembrar que, em 2012, os organizadores dos Jogos Olímpicos de Londres negaram o credenciamento de Lukashenko para o evento e sua participação na cerimônia de abertura.
Foto: Maxim Guchek/Belta
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