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Ex-atletas da ginástica rítmica denunciam abusos morais na seleção brasileira




Ex-atletas da seleção brasileira de ginástica rítmica denunciaram uma rotina de abuso moral, xingamentos e um controle radical do peso delas em matéria que foi ao ar hoje (20) no programa 'Esporte Espetacular' da TV Globo. Ao todo, a reportagem ouviu 27 ginastas, e todas confirmaram incidentes do tipo. De acordo com o material, as mulheres que sofreram abuso estavam sob a responsabilidade da comissão técnica da seleção brasileira da modalidade de 2000 até a última Olimpíada, disputada em 2016 no Rio de Janeiro.


Das ex-ginastas que resolveram denunciar sem anonimato, a mais laureada é Angélica Kvieczynski, medalhista nos Jogos Pan-Americanos no de 2011, em Guadalajara, e em 2015, em Toronto. Ao todo, ganhou seis medalhas: uma de prata e cinco de bronze. A paranaense relatou que foi xingada durante os treinamentos por conta de seu peso: "Parece um cavalo saltando, uma vaca gorda saltando aqui na minha frente, de tão pesada que você está"


Angélica ainda revelou que cogitou tirar sua própria vida pois não aguentava mais a rotina massacrante de insultos e controle extremo de peso imposto pelos técnicos: "Isso é a primeira vez que estou falando: eu ia cortar os punhos, entrar no banheiro e me cortar, só não consegui porque minha irmãzinha chegou no quarto. Eu nunca mais ia ver ela. Eu desisti, a minha irmãzinha sempre foi meu anjo"


Ana Alencar, que integrante da seleção brasileira de ginástica rítmica de 2008 a 2010, disse que se as atletas tivessem engordado durante o fim de semana seriam punidas pelos seus treinadores. Disse ainda que na hora de pesagem quase todas ficavam praticamente nuas para não terem nada no corpo que pudesse dar alterações na balança.


Em nota enviada à TV Globo, assinada pela presidente da CBG Luciene Resende, a entidade afirma que "tem total interesse em apurar quaisquer fatos ou circunstâncias que possam caracterizar violação de conduta ética, crime ou infração. E mantemos um rigoroso e permanente Programa de Integridade justamente para combater assédios, abusos, dopagem, manipulações, preconceito, fraudes ou qualquer forma de violência."


Segundo a CBG, atualmente, a seleção conta com psicólogos, fisioterapeutas, médicos. Num total de 17 profissionais. E que desde 2015 a entidade tem uma parceria com a Universidade Federal de Sergipe para atendimento com nutricionista.  Segundo a nutricionista Renata Rebello Mendes, hoje as atletas não passam por controle diário de peso e têm nutrição adequada. A profissional assumiu o contato direto com as ginastas, efetivamente, após a Olimpíada do Rio. 


Foto: Ricardo Bufolin/CBG

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