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Thomas Bach reflete e teme que protestos em jogos olímpicos acabem "dividindo e não unindo o mundo"


 

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI) Thomas Bach compartilhou em um texto publicado na edição de sábado (24) do jornal britânico The Guardian com a sua visão a respeito do objetivo dos Jogos Olímpicos. Bach também comentou sobre a relação do evento com manifestações políticas e a liberdade de expressão dos atletas.


"O poder unificador dos Jogos só pode se desenvolver se todos mostrarem respeito e solidariedade uns com os outros. Caso contrário, os Jogos irão cair em um mercado de manifestações de todos os tipos, dividindo e não unindo o mundo" disse Bach.


Vale destacar que a "carta" de Bach foi publicada num momento em que os temas em questão estão sendo debatidos internacionalmente, com o movimento "Black Lives Matter" (vidas negras importam), e aqui no Brasil, por exemplo, com a manifestação política da atleta de vôlei de praia Carol Solberg em um torneio da modalidade - posteriormente a jogadora foi advertida pelo ato.


No texto, o presidente do COI focou na ideia de "unidade" dos Jogos e na essência do evento simbolizada nos arcos que unem todos os continentes. Segundo Bach, "os Jogos Olímpicos não podem evitar guerras e conflitos. Nem podem abordar todos os desafios políticos e sociais em nosso mundo. Mas podem dar o exemplo para um mundo onde todos respeitam as mesmas regras e uns aos outros. Eles podem nos inspirar a resolver problemas com amizade e solidariedade. Eles podem construir pontes que levem a um melhor entendimento entre as pessoas. Dessa forma, eles podem abrir a porta para a paz".


"A Olimpíada é uma reafirmação de nossa humanidade compartilhada e contribui para a unidade em toda a nossa diversidade. Como aprendi por experiência própria, garantir que os Jogos Olímpicos possam revelar essa magia e unir o mundo inteiro em paz é algo pelo qual vale a pena lutar todos os dias" disse ainda.


Bach também fez alusão em seu texto à regra 50 da Carta Olímpica, muito contestada por atletas durante os últimos meses por não permitir nenhum tipo de manifestação ou propaganda política, religiosa ou racial no pódio e nas áreas de competição, apenas em locais oficias de entrevista, como centro de mídia e zona mista.


"Os Jogos Olímpicos são, em primeiro lugar, sobre esporte. Os atletas personificam os valores de excelência, solidariedade e paz. Eles expressam essa inclusão e respeito mútuo também por serem politicamente neutros no campo de jogo e durante as cerimônias. Às vezes, esse foco no esporte precisa ser conciliado com a liberdade de expressão que todos os atletas também desfrutam nos Jogos Olímpicos. É por isso que existem regras para o campo de jogo e as cerimônias que protegem esse espírito esportivo" disse.


foto: COI/ Christophe Moratal

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