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Após Missão Europa, seleção de judô retoma treinos no Brasil em estrutura adaptada




Depois de quase três meses de treinos em Portugal, pela Missão Europa, parceria do Comitê Olímpico do Brasil e Confederação Brasileira de Judô, a seleção brasileira de Judô retornou ao Brasil, no último dia 27, descansou por uma semana e já voltou a se reapresentar para outro período de mais dez dias de treinos. Dessa vez, a atividade foi em solo brasileiro, em Pindamonhangaba, São Paulo. 


Para viabilizar o treinamento de campo, que reuniu 52 judocas brasileiros no Hotel Colonial Plaza do dia 05 ao dia 15 de outubro, a Confederação Brasileira de Judô executou uma complexa operação logística visando garantir condições seguras de treino aos atletas, replicando nessa concentração alguns dos protocolos adotados pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB) na Missão Europa. 


"Coimbra, eu diria que já é uma cidade bolha. Foram só 20 casos e nenhuma morte por COVID lá. Mas, todos os protocolos que lá utilizaram e que nos permitiram permanecer lá por quase três meses foram importantes para a gente pensar em como utilizar aqui, já que a gente não tem uma cidade bolha, a gente tem um espaço nosso que está sendo tratado de uma forma bastante diferenciada. Todos os atletas, para entrarem aqui, fizeram o teste de PCR, ficaram 24 horas nos seus quartos e só após os resultados foram liberados. Não tivemos nenhum resultado positivo para COVID-19", explicou Ney Wilson Pereira, gestor de Alto Rendimento da CBJ. 


Para reduzir a concentração de pessoas em cada ambiente, a seleção foi divida em quatro grupos, de 10 a 16 atletas, no máximo. A rotina seguiu um rodízio no qual os grupos não se encontraram em nenhum ambiente. Enquanto uma parte estava no tatame, outra estava na musculação, na fisioterapia e até os horários das refeições obedeceram escalas para cada grupo. 


Além dos protocolos habituais, como a limpeza das mãos, dos pés, dos aparelhos e do tatame com álcool, utilização de máscaras e aferição de temperatura, a estrutura física do hotel também precisou ser adaptada. 


"O Hotel é uma estrutura que já utilizamos há alguns anos e, depois desse momento difícil para todos, foi um grande parceiro, atendendo às necessidades da seleção nesse momento. A área de arquitetura do COB também esteve aqui para fazer as alterações necessárias, como maior ventilação no dojô, no restaurante, na fisio, além da estrutura provisória que montamos para abrigar a sala de musculação na quadra de tênis com ótima circulação de ar", detalhou Ney Wilson. 



Atletas comemoram retorno e aprovam estrutura

A CBJ trouxe para esse treinamento parte dos judocas que estiveram em Coimbra e também diversos atletas que não integraram a Missão Europa, como a peso-pesado Maria Suelen Altheman (+73kg), atual número 5 do ranking mundial. 


"É sempre bom estar de volta com a seleção. A gente é uma família. Eu estava sentindo falta de estar junto com as meninas, com a comissão técnica, essa rotina de treino, descanso, alimentação, tudo no mesmo lugar", pontuou Suelen, que conseguiu manter seus treinos em uma estrutura própria durante a quarentena e, por isso, optou por não ir a Portugal. 


Para alguns atletas, por outro lado, o treinamento de campo com a seleção foi, de fato, um retorno às atividades em alto nível, já que a maioria dos clubes no Brasil ainda enfrentam restrições para treinos com contato em seus protocolos internos. 

Próxima parada é o Grand Slam de Budapeste

No segundo dia de concentração em Pinda, os judocas receberam a tão esperada confirmação de realização do Grand Slam de Budapeste nos dias 23, 24 e 25 de outubro. Dessa forma, além de dar oportunidade aos atletas que não estavam conseguindo treinar judô em seus clubes no Brasil, o treinamento, primeiro realizado pela CBJ após a paralisação do calendário de eventos, deu continuidade ao trabalho realizado com os judocas em Portugal e serviu também para intensificar a preparação da equipe já com foco em competição. 


"Com a reabertura das competições, começando por Budapeste, a gente consegue trabalhar para dar um pouquinho mais de ritmo de treino aos atletas. O grupo é bastante heterogêneo. Alguns, ainda não estavam fazendo treinamento com contato e outros numa outra fase já treinando normalmente. O treinamento está sendo bastante produtivo e acredito que o pessoal que vai para Budapeste já vai com um ritmo bem melhor", avaliou o coordenador da seleção masculina, Luiz Shinohara. 


"São dez dias de concentração e não é um formato pensando em manutenção. Quando as atletas foram para Portugal, não havia uma previsão de volta do calendário da FIJ. Mas, agora está "startando", então o treinamento é todo voltado para as próximas competições que serão o Grand Slam de Budapeste e o Campeonato Pan-Americano", complementa Rosicleia Campos, coordenadora da seleção feminina. 


Se a satisfação pela retomada dos treinamentos já era grande, com a notícia do retorno das competições a motivação dos atletas ficou ainda maior. 


"É muito diferente. Até então, a gente ficava na expectativa. Agora já está confirmado. Então, o treino muda, agora tem um foco. Começou de novo a corrida para a Olimpíada", projetou Maria Suelen Altheman.


O Grand Slam de Budapeste distribuirá até mil pontos no ranking mundial classificatório para os Jogos Olímpicos. A convocação da seleção será divulgada na próxima segunda-feira, 19, após os atletas passarem por duas testagens para COVID-19 exigidas pela organização do evento antes do embarque.

Foto: Lara Monsores/CBJ

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