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Surto de A a Z: O hóquei sobre a grama no Brasil


Presente no Brasil desde o final do século XIX, o hóquei sobre a grama foi trazido pelos ingleses que vieram ao país para trabalhar. Acredita-se que Charles Miller, figura muito ligada aos esportes e considerado por muitos o "pai" do futebol e do rugby em terrras brasileiras, também é apontado como um dos introdutores do hóquei no Brasil. 

Quem regulamenta a modalidade no país é a Confederação Brasileira de Hóquei sobre a Grama (CBHG) criada em 2001 e que também organiza este esporte em sua versão indoor, ou seja, em quadra coberta.  Porém, a primeira seleção nacional foi a masculina, formada em 1998 para a disputa do Campeonato Sul-americano, realizado no Chile. 

Atualmente o Brasil ocupa a 30ª colocação no ranking mundial da Federação Internacional de Hóquei (FIH), com 393 pontos, 117 atrás do 29º, a seleção da Ucrânia. A classificação geral conta com 90 países. 

Já a seleção brasileira feminina de hóquei na grama foi convocada pela primeira vez em 2006, para a participação na oitava edição dos Jogos da ODESUR, a Organização Desportiva Sul-americana. Porém, a base desta equipe já havia entrado em quadra no hóquei indoor, em torneio disputado em Santa Catarina, no ano de 2004.

O time feminino do Brasil na modalidade ocupa a 37ª posição no ranking mundial da FIH, com 288 pontos, dois pontos atrás do Peru, rival na América do Sul que está em 35º.

Tanto a seleção feminina, como a masculina conquistaram seus primeiros títulos na modalidade durante o PanAm Challenge de 2015, um campeonato organizado pela Federação Panamericana de Hóquei (PAHF). 

A seleção masculina obteve a quarta colocação na disputa dos Jogos Pan-americanos de Toronto 2015, após perder a disputa pela medalha de bronze para o Chile, por 4 a 1. 

Seleção brasileira em ação contra o Chile durante Copa Pan-Americana de Hóquei. Foto: Yan Huckendubler

No ano seguinte, o time masculino do Brasil disputou os Jogos Olímpicos Rio 2016, ficando com a 12ª colocação, com derrotas para Bélgica, Espanha, Austrália, Nova Zelândia e Grã-Bretanha. 

Já o time feminino, mesmo sendo na teoria a anfitriã do evento olímpico, não disputou os Jogos. A FIH exigiu que para que o páis pudesse ter sua equipe na competição, precisaria estar entre as 40 melhores equipes do mundo na época. 

De acordo com uma matéria publicada no portal Terra, em fevereiro de 2015, o Comitê Olímpico do Brasil (COB), sem perspectivas, sequer repassou dinheiro para que elas disputassem a Liga Mundial de 2014, o que era considerado fundamental para subir no ranking. 

Marcus Vinicius Freire, na época diretor executivo do COB, declarou em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo a seguinte frase: "Eu acho melhor não ter um time do que perder de 70 a 0, 50 a 1, porque aí vira chacota". Com isso, todo o investimento disponível no momento foi para a seleção masculina. 

A última vez que uma seleção de hóquei do país anfitrião tinha ficado de fora da Olimpíada foi em Atenas 2004, quando a Grécia também não conseguiu cumprir com os critérios exigidos pela FIH. 

Mas os problemas enfrentados pela modalidade no Brasil não pararam por ai. Em matéria publicada pelo site Surto Olímpico há dois meses, a CBHG juntamente com algumas atletas denunciaram o abandono do Centro de Treinamento da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), construído para a Rio 2016, que sofre há anos com uma série de furtos e depredações. 

As seleções nacionais contam ainda com o Centro Olímpico de Hóquei, em Deodoro, no Rio de Janeiro que disponibiliza dois campos oficiais e um campo de aquecimento para os atletas. 

Foto: Yan Huckendubler

As seleções brasileiras não conseguiram vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para 2021. A equipe masculina até teve a possibilidade de lutar de forma mais efetiva por uma das vagas, ao se classificar para a etapa de Kuala Lumpur na Hockey Series Finals, mas acabou o evento na sétima posição, caindo na primeira fase. Para chegar ao pré-olímpico o Brasil precisava estar entre um dos finalistas do torneio. 

O esporte em nível nacional

A CBHG conta atualmente com sete federações estaduais filiadas: Amapá, Minas Gerais, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e São Paulo. Aproximadamente 6 mil pessoas praticam hóquei na grama segundo dados cedidos pela própria entidade. 

Apesar das sete federações estaduais sitadas estarem filiadas à CBHG, apenas cinco contam com times que disputam torneios nacionais. ao todo, são 16 clubes:


Paraná
- Londrina Hockey Clube

Rio de Janeiro
- Carioca Hóquei Clube
- Deodoro Hóquei Clube
- Sociedade Germânica
- Rio Hockey Clube

Rio Grande do Sul
- AABB Canoas
- AABB São Leopoldo
- Paulo Freire
- Província de São Pedro

Santa Catarina
- Doze de Agosto
- Florianópolis Hóquei Clube
- Hóquei Clube Desterro

São Paulo
- Grêmio Interlagos de Hóquei
- Macau Esporte Clube
- São José Futsal
- SESI - SP

Ainda de acordo com dados da CBHG, o país está passando por um momento de evolução no hóquei sobre a grama, que passou a ser desenvolvido em escolas e universidades, contando com aumento no número de times que participam de torneios dos níveis Sub-15 e Sub-18. 

Competições nacionais

O calendário de competições oficiais da CBHG conta com 4 competições durante o ano: 

- Campeonato Brasileiro de Hockey5 (uma variação da modalidade) – Direcionado às categorias de base. Conta com as categorias sub18 e sub 15 em ambos os gêneros 
- Campeonato Brasileiro de Hóquei sobre a Grama Adulto
- Campeonato Brasileiro de Hóquei Indoor de Base – Direcionado as categorias de base. Conta com as categorias sub18 e sub 15 em ambos os gêneros. 
- Campeonato Brasileiro de Hóquei Indoor Adulto

Espera-se que o país possa evoluir na modalidade não só em nível nacional, como tambem internacional, para que um dia nossas seleções possam voltar a figurar nos Jogos Olímpicos. 

Foto: Yan Huckendubler

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