O fundista britânico Mo Farah, dono de quatro ouros olímpicos, revelou em entrevista à BBC Sport que disputará apenas a prova dos 10.000m nas Olimpíadas de Tóquio, adiadas para 2021. Com isso ele não defenderá seu bicampeonato nos 5.000m, conquistado em Londres 2012 e Rio 2016.
O atleta de 37 anos disse ainda que está "faminto" e afirmou que para realizar o desejo de buscar o tricampeonato nos 10.000m (venceu as medalhas de ouro também em Londres 2012 e Rio 2016) precisará ter foco total nesta prova.
"Estou progredindo um pouco e acho que o principal é me limitar a um evento e ver o que posso fazer. Estou definitivamente motivado, ainda estou com fome e ainda quero mais", ressaltou.
“Seria histórico e eu já fiz história em termos de longa distância e fui o primeiro atleta britânico a conquistar títulos olímpicos consecutivos", constatou. "Tenho de continuar a gostar, a sorrir e adoro o que faço. Vai ser difícil, mas é possível".
Ex-treinador envolvido em polêmicas
Mo Farah respondeu ainda perguntas relacionadas ao banimento de seu ex-técnico Alberto Salazar, envolvido em esquemas de doping. Na época Salazar era o treinador principal do "Projeto Nike Oregon", um acampamento voltado ao desenvolvimento de atletas de resistência, no qual o funfista britânico também frequentava.
Em 2017 o Mo Farah rescindiu seu contrato com o profissional, mudando de treinador.
O atleta enfatizou que não "cometeu erros" e julgou como "deprimentes" as críticas recebidas. Ele acrescentou que é movido pelas coisas simples do dia a dia e a possibilidade de vencer.
"Às vezes você tem uma corrida ruim, as vezes uma boa corrida, e você passa por emoções diferentes. Não importa o que você faça, ele estará lá, mas você não pode deixar que isso o aborreça. Você tem que gostar do que faz. Você tem que trabalhar e continuar correndo", disse Mo Farah.
"Eu tenho um dia ruim? Sim. Eu tenho dias bons? Sim. Somos todos humanos. Não deixe que isso afaste o que você faz ou mude você. Contanto que eu possa ser eu mesmo e rir, trabalhar e continuar a conquistar. Isso é o que me move todos os dias", reiterou.
Foto: AP
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