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Melhor do mundo no Futebol de 5 encara o 'novo normal' com cães, música e chimarrão


Às oito da manhã, o despertador toca na casa de Ricardo Steinmetz Alves, em Porto Alegre. Apesar do calendário esportivo interrompido desde março por conta da quarentena, o melhor jogador do mundo de futebol de 5 mantém a rigidez de horários para seguir as orientações de alimentação da nutricionista da Seleção Brasileira. 

Começa, então, a rotina do novo normal de Ricardinho: os treinos físicos em casa fazem parte, duas vezes ao dia. Mas é no relacionamento com seus cães, na música e no chimarrão que o gaúcho nascido em Osório mantém a mente sã enquanto aguarda pelo retorno das atividades presenciais, junto aos colegas da Agafuc-RS, clube que defende, e o selecionado do Brasil.

"A falta das competições dá até uma certa tristeza, mas procuro desviar a atenção a outras coisas. Os cães dão muita alegria, então ocupo meu tempo treinando-os. Faço aquele chimarrão caprichado que um bom gaúcho tem de tomar para distrair um pouco e assim tento ocupar o meu dia. Parado, fico estressado, chateado. A ausência dos treinos, a saudade da equipe da Agafuc, da Seleção Brasileira... Se o cara ficar pensando muito, enlouquece", admite o astro do futebol praticado por cegos.


A paixão por cães vem de longa data. O primeiro, um pastor alemão chamado Lobo, chegou quando Ricardo tinha 21 anos – e está com o atleta de 31 anos até hoje. A ele, se somaram Luna, da mesma raça, e Ronda, uma pastora belga malinois. "Sempre gostei muito de cães. Mas aí me deparei com um problema típico de comportamento: aquela bagunça que um cão grande faz, é muito enérgico. Então, queria entender como poderia ensiná-lo, adestrar, para ter uma harmonia comigo. Senão a gente fica brigando com o cão sem conhecer o que se passa pela cabeça dele e acaba sendo injusto", conta o jogador.

Quando não está treinando, conversando com amigos e familiares pelo celular ou tocando música, o ala ofensivo busca mais conhecimento estudando sobre adestramento. "Não são cães-guia, são cães de guarda e companhia. A pastora belga tem um treinamento especial para proteção pessoal. É uma cadela bem versátil. Inclusive eu a ensinei a dormir dentro de casa para ser uma proteção na parte interna da minha residência. É a raça mais utilizada pelas forças policiais de todo o mundo", explica.

Após o almoço e um descanso, Ricardinho emenda mais uma sessão de treinos físicos, outra de adestramento canino e janta por volta das oito ou nove da noite. Vai para a cama entre onze e meia-noite. No dia seguinte, tudo será repetido...
Música e isolamento

Se para um vidente, a quarentena já vem se mostrando uma prova de resistência, imagine no caso de um deficiente visual. "Tenho ficado muito sozinho em casa. Saí poucas vezes, apenas para situações muito necessárias. Fui aos meus pais, porém, nem entro para evitar contato. Fico no quintal, me sento numa cadeira, e batemos um papo, mas sem aproximação e contato físico. E isso é muito chato, principalmente para quem é cego, porque tu está ali, mas não tá vendo a pessoa e falta aquele contato, um aperto de mão, um abraço. Quem enxerga ainda vê a pessoa, interage visualmente. É complicado", confessa.

É aí que outra paixão, a música, entra na história e também ajuda a passar o tempo. "Escuto bastante durante o dia, enquanto faço meus treinamentos. E também tocando meus instrumentos (violão, teclado e contrabaixo). Na verdade, faço barulho, né? (risos). Me ajuda bastante porque a gente viaja na música, desestressa, e tem um poder muito grande de alterar o espírito da pessoa. Tem aquele dia em que tu tá meio pra baixo, vai tocar uma música mais alegre e ajuda no teu humor", afirma o membro da banda de rock Carta Aberta.

Foto: Divulgação

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