Últimas Notícias

Grupo de pais de ginastas britânicos critica UK Sport pela condução dos casos de abuso nos treinamentos: "Há uma cultura do medo"


A Gymnast Parent Alliance, grupo de pais de jovens britânicos que praticam a ginástica no Reino Unido, criticou a diretora executiva da UK Sport, Sally Munday, por seus comentários feitos sobre as alegações de abuso na ginástica britânica. Em uma entrevista à BBC, Munday declarou que "Todo o trabalho com a Fedeação Britânica de Ginástica (British Gymnastics) nos últimos anos deu confiança de que querem levar as acusações a sério".

O grupo de pais criticou Munday, sugerindo em comunicado que, de acordo com o comentário de Munday, as alegações de abuso não teriam sido levadas a sério no passado e que havia uma "cultura do medo" no esporte.

"Muitos alegam que denunciaram práticas de treinamento abusivas à British Gymnastics, mas descobriram que suas queixas não foram investigadas ou tratadas adequadamente", disse a declaração da Gymnast Parent Alliance. "Os ex-atletas olímpicos Amy Tinkler, Hannah Whelan e Dan Keatings reportaram queixas à ginástica britânica, que foram ignoradas ou atrasadas severamente".

"A mídia social está inundada de pais de ginastas que alegam que suas alegações não foram levadas a sério ou devidamente investigadas pela ginástica britânica. Muitos acreditam que este não é o caso de algumas 'maçãs podres' que podem ser erradicadas do esporte. Em vez disso, muitos desses problemas decorrem de falhas sistêmicas em nível sênior na ginástica britânica e de uma cultura de 'medalhas a qualquer custo", completou o grupo.

A Gymnastics Parents Allaince também pediu à UK Sport que publicasse os termos dos inquéritos da British Gymnastics e mostrasse que a revisão dos casos está sendo feita de forma independente.

Medalhista olímpica está entre as vítimas


O caso de abuso nos treinamentos de maior destaque na ginástica britânica é o de Amy Tinkler, medalhista de bronze no solo na Rio 2016. Em janeiro de 2020, a atleta se aposentou aos 20 anos de idade, supostamente devido a uma lesão que a impediria de seguir competindo em alto nível. Porém, no último dia 14, Tinkler veio a público e informou que, na verdade, sua decisão de deixar o esporte perpassava por uma série de traumas que sofreu enquanto ainda era ginasta.

Amy Tinckler foi bronze no solo feminino na Rio 2016 (Foto: Owen Humphreys/PA)

“Enviei uma queixa formal à British Gymnastics em dezembro de 2019. Foi um relato de minhas experiências como ginasta de clube e de elite, e as experiências que compartilhei foram a razão da minha aposentadoria em janeiro, não uma lesão física, como sugerido por alguns no momento", disse a atleta em uma comunicado.

Duas semanas depois, no dia 28, Tinckler voltou a se pronunciar, apontando para uma demora no andamento das investigações de seu caso e de outras ginastas.

"Estou insatisfeita com o tempo que isso tem levado, pois deixa ginastas vulneráveis ​​sob risco de abuso de clubes e treinadores conhecidos. Peço à ginástica britânica que se mova mais rapidamente e tome medidas proativas sobre nossas queixas”, declarou.

Em resposta, a Federação Britânica de Ginástica afirmou que tem se mantido em contato com Tinkler e sua mãe, fornecendo o apoio necessário. A entidade alegou ainda que recebeu as provas completas no mês de março, e que as investigações estão avançando.

“Para ficar claro, todas as reclamações são analisadas de acordo com nossos procedimentos e por nossa unidade de integridade para avaliar o risco imediato para ginastas. Se as evidências disponíveis no momento da reclamação inicial sugerem um risco imediato de danos aos ginastas, tomamos medidas imediatas para protegê-las", completou a Brittish Gymnastics.

Surte + Capa da Vogue, Simone Biles desabafa sobre o adiamento das Olimpíadas: "me senti rasgada e quebrada"

Foto: Times Photographer/Marc Aspland

0 Comentários

.

APOIE O SURTO OLÍMPICO EM PARIS 2024

Sabia que você pode ajudar a enviar duas correspondentes do Surto Olímpico para cobrir os Jogos Olímpicos de Paris 2024? Faça um pix para surtoolimpico@gmail.com ou contribua com a nossa vaquinha pelo link : https://www.kickante.com.br/crowdfunding/ajude-o-surto-olimpico-a-ir-para-os-jogos-de-paris e nos ajude a levar as jornalistas Natália Oliveira e Laura Leme para cobrir os Jogos in loco!

Composto por cinco editores e sete colaboradores, o Surto Olímpico trabalha desde 2011 para ser uma referência ao público dos esportes olímpicos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo.

Apoie nosso trabalho! Contribua para a cobertura jornalística esportiva independente!

Digite e pressione Enter para pesquisar

Fechar