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SurtoLista: Dez esperanças de medalha do Brasil para Tóquio


Estamos mais uma vez celebrando um ano para os Jogos de Tóquio. O SurtoLista dessa semana vem excepcionalmente numa quinta-feira para tentar mensurar quais atletas brasileiros são as nossas principais esperanças de medalha para a Olimpíada que (esperamos e confiamos em Cristo) acontecerá em 2021.

A lista não é em ordem de 'esperanças' de que aquele atleta/seleção vai pegar o ouro/prata/bronze, mas vamos baseados nos resultados do ciclo olímpico 2017-2019 e nas nossas expectativas para esse top 10. Claro que em um ano tudo pode acontecer, e o que hoje é considerado esperança pode cair de rendimento e nem beliscar um pódio e um atleta/seleção que nem foi citado pode chegar em Tóquio e faturar o ouro.

Fechar 10 nomes foi bem difícil, por isso há menções honrosas ao final. Alguns atletas que você, caro leitor, considera favorito pode estar de fora, mas lista é isso, é feita para se discordar e debater (com educação, obviamente).

Sem contar que o cenário de várias modalidades pode mudar por conta dessa pandemia, afinal tem países que voltaram com os treinamento de seus atletas de alto rendimento antes de outros e isso pode fazer diferença na Olimpíada, ou não, ainda é tudo muito incerto. Sem mais delongas, eis a lista (sejam gentis em possíveis cornetadas):

- Skate Street feminino, Rayssa Leal, Pamela Rosa e Letícia Bufoni 

foto: Reprodução

Se tem uma modalidade em que o Brasil pinta como grande favorito é o skate street feminino. Afinal, temos chances reais de medalha com as três prováveis skatistas que deverão ir à Tóquio (o ranking olímpico do skate ainda não foi fechado). Pamela Rosa, de 21 anos, é a atual campeã mundial, Rayssa, de 12 (!) anos é vice mundial e Letícia, de 27 anos, é a 'veterana' do trio mas é uma das principais skatistas da história entre as mulheres. 

No melhor dos cenários para o Brasil, podemos até ter um pódio triplo brasileiro, algo inédito para o país em Olimpíadas! Não vamos nos empolgar tanto, porque já sofremos com muitos casos de favoritos brasileiros caindo em Olimpíadas. Mas convenhamos, pelo menos uma das três poderá estar no pódio no ano que vem.

- Vôlei masculino

Foto:FIVB/Divulgação

Se todo mundo ficou preocupado quando Bernardinho deixou a equipe após a Rio 2016 para a entrada de Renan Dal Zotto, que estava há um bom tempo sem trabalhar como técnico, já está bem mais tranquilo. Afinal, a seleção manteve o bom nível. Vice mundial em 2018 e campeão da Copa do Mundo em 2019 e com a vaga garantida, a seleção tem jogado bem e está no bolo pela medalha, desse torneio olímpico que promete ser muito equilibrado. O Brasil vem muito bem, e a entrada do cubano naturalizado Leal pode ser o que faltava pra essa seleção saltar à frente das rivais. 

Se Renan conseguir realizar o desejo de ter Leal e Lucarelli jogando juntos  sem prejudicar o passe, teremos um dos ataques mais letais do mundo. Mas, parafraseando um famoso técnico de futebol gaúcho, temos que sempre ter cautela, afinal nas duas últimas Olimpíadas, vimos as mulheres (em Londres) e os homens (no Rio) chegarem aos trancos e barrancos e sem tanto favoritismo levarem o ouro olímpico. Na teoria, os homens chegam com mais chances de pódio em Tóquio.

- Mayra Aguiar

Mayra Aguiar
Foto: CBJ/Divulgação

Se não tivermos Rafaela Silva - que luta pra provar sua inocência em caso de doping-, Mayra será a grande esperança do judô brasileiro para Tóquio - ao lado de Rafael Silva 'Baby' ou David Moura nos pesados. Campeã mundial em 2017 e bronze em 2019, Mayra tem uma regularidade impressionante na categoria até 78kg e isso não vem de hoje - seus dois bronzes em Londres e Rio não deixam mentir. Com certeza, o desejo de Mayra é trocar o metal da medalha em 2021 e, se ela estiver saudável e em um bom dia, isso é totalmente possível acontecer. 

- Isaquias Queiroz e Erlon Souza

foto: Rededoesporte.gov.br

Isaquias vai para Tóquio com duas chances de medalha, mas a do C1-100om parece ser a mais cristalina pois nos últimos três mundiais em 2017,2018 e 2019 ele esteve no pódio (dois bronzes e um ouro). Em condições normais de temperatura e pressão, ele é nome pra estar entre os melhores, resta saber em qual posição.

No C2-1000m, Isaquias e Erlon competiram menos do que o esperado, mas por terem um entrosamento natural, essa pode ter sido uma tática de 'esconder o jogo' e que pode dar resultado na Olimpíada. Eles podem até almejar mais do que a prata conseguida no Rio de Janeiro - a disputa vai ser com o barco alemão que se classificar para Tóquio. E Isaquias poderá assim, cumprir sua promessa de conquistar duas medalhas em memória do técnico Jesus Morlán, falecido em 2018.


- Surfe masculino, Ítalo Ferreira e Gabriel Medina

Medina e Italo
Foto: WSL/Cestari

O surfe é outra modalidade em que podemos dizer que temos bons favoritos. Afinal, Ítalo Ferreira e Gabriel Medina disputaram o título da WSL em 2019, com Ítalo levando o seu primeiro título e superando o bicampeão Medina. A dupla é candidata fortíssima ao pódio olímpico e só os americanos Kolohe Andino, especialista em ondas pequenas como a que teremos no Japão, e John John Florence, um surfistas mais completos do circuito, poderão melar uma dobradinha brasileira que poderá acontecer se ambos repetirem as boas atuações de 2019.

- Bia Ferreira

Bia Ferreira
Foto: Reprodução/CBBoxe

A boxeadora brasileira tem feito um ciclo irretocável, com pouquíssimas derrotas e um título pan-americano e mundial na bagagem. Ela é a lutadora a ser batida em sua categoria até 60kg. E como o torneio olímpico de boxe não está sob chancela da AIBA, fica esperança de termos um sorteio das chaves mais justas e sem loucuras como a primeira do ranking pegando a segunda na primeira rodada (sim, isso já aconteceu em torneios da AIBA). Ela praticamente não tem adversárias e se ela não tiver nenhum problema de lesão, é cotada para pelo menos disputar a final olímpica. Menos do que isso será uma grande surpresa.

- Arthur Zanetti

Zanetti
foto: Ricardo Bufolin/CBG

Apesar de Arthur Nory estar atualmente com 'hype' maior por conta do título mundial na barra fixa, Zanetti é a maior esperança nas argolas, até porque, a regularidade é sua grande arma. Ele sempre esteve nas finais do aparelho em campeonatos mundiais e em 2018 levou a prata. Em Tóquio, a disputa promete ser muito acirrada e uma série forte será fundamental para que ele consiga o feito inédito de se tornar o primeiro ginasta a ter três medalhas olímpicas nas argolas

- Ana Marcela Cunha

Ana Marcela Cunha
Foto: Rafael Bello/COB

A maratonista de águas abertas teve um ciclo dominante - venceu o prêmio de melhor na maratona aquática em 2017, 2018 e 2019 - e vai chegar em Tóquio como a nadadora a ser batida. O que é bom e ruim ao mesmo tempo. É ruim porque ele vai se tornar mais visada e estudada do que nunca, e o risco de ser 'marcada' pelas adversárias e ficar encaixotada como ficou no último mundial de esportes aquáticos na prova olímpica dos 10km é grande. Mas Ana Marcela não foi eleita a melhor da maratona aquática em três anos seguidos à toa, com inteligência ,técnica e força - qualidades mais do que demonstrada por ela - a primeira medalha olímpica da sua carreira pode vir em Tóquio.

- Ícaro Miguel 

Um dos expoentes dessa ótima geração que surgiu no taekwondo brasileiro,Ícaro tem totais condições de chegar a uma final olímpica, afinal, ele chegou a final do mundial em 2019 e o atual número do 1 mundo na sua categoria até 80kg - primeiro brasileiro a conseguir tal feito. Apesar do equilíbrio na categoria, Ícaro pode sobressair e se garantir nesse pódio em Tóquio.

- Bruno Fratus

Bruno Fratus
Foto: Sátiro Sodré/SS Press/CBDA

Com uma carreira mais do que consolidada, a medalha olímpica seria o ápice mais do que justo para Bruno Fratus. Afinal, ninguém na natação nadou mais vezes abaixo dos 21 segundos nos 50 metros nado livre. E nesse ciclo ele se consolidou como principal nadador brasileiro com duas pratas nas duas edições do mundial de esportes aquáticos. Presente em duas finais olímpicas da prova, é muito provável que veremos Fratus em sua terceira final em Tóquio e o pódio dessa tem vez não deverá escapar, apesar de que, os 50 metros é uma prova que não permite erros e um detalhe pode fazer um azarão levar o ouro e um favorito ficar fora do pódio. Mas é uma medalha que vale a pena apostar.



Menções honrosas: Bem, aqui vão alguns nomes que talvez não carreguem tanto favoritismo, mas ainda sim são candidatos a medalha nesse momento. ao lado do nome, uma explicação rápida sobre o motivo de estarem entre as menções

Arthur Nory - ele foi campeão mundial em um aparelho que na teoria não é sua especialidade, o que empolga bastante,já que Nory também é forte no solo. Mas a barra fixa é um aparelho difícil, com atletas fortes e Arthur pode tanto levar o ouro quanto ficar fora do pódio. Dependendo da condição física dele, no melhor dos cenários ele pode conseguir duas medalhas olímpicas. Vamos torcer para que isso aconteça daqui a um ano.

Futebol masculino - Na teoria temos uma seleção sub24 - O COI e a FIFA abriram uma exceção e os nascido sem 1997 participarão dos jogos no ano que vem - fortíssima, principalmente do meio pra frente: Vinícius Júnior, Rodrygo, David Neres, Richarlisson, Lucas Paquetá, Bruno Guimarães, Matheus Cunha... O problema é que o torneio olímpico, por não ser data Fifa, vai exigir muita conversa da CBF com os clubes e não saberemos quem poderá estar em Tóquio. Se tivéssemos força máxima, os favoritos ao ouro seriam o Brasil, mas atualmente é incerto demais fazer alguma projeção.

Darlan Romani - Esse estaria na lista de maiores esperanças se não estivesse em uma modalidade com um nível tão alto. Darlan é excepcional, mas encara uma das melhores gerações do arremesso de peso da história. A final do mundial em 2019 comprova isso. Mas ele tem chance de brigar principalmente se conseguir aumentar o sua melhor marca, que já é absurda - 22,63m.

Nathalie Moelhausen - A esgrimista fez história e conseguiu um incrível e inédito título mundial, e mudou de patamar na espada - a sua arma. Mas o problema é que essa arma no feminino tem esgrimistas muito próximas e um detalhe vai definir as medalhistas em Tóquio. Claro que Nathalie tem totais condições de ser a primeira medalhista olímpica da esgrima brasileira, mas o caminho não será fácil.

Vôlei de praia feminino - Foi tão difícil escolher entre Ana Patrícia e Rebeca e Ágatha e Duda que decidi por as duas duplas aqui. Até porque, o rendimento de ambas as duplas foi bem parecido e fica meio difícil saber quem vai despontar como dupla principal até Tóquio. Mais jovens, Ana Patrícia e Rebeca tem um grande potencial de crescimento ainda, mas o talento de duda aliado a grande experiência e técnica de Ágatha pode ser um diferencial também. Enfim, ao menos uma dessas duplas tem boas de brilhar em Tóquio

Martine Grael e Kahena Kunze - A dupla campeã olímpica da 49er FX fez um ciclo mais relax, com direito a Martine fazer regata de volta ao mundo. Com isso, os resultados tão dominantes do ciclo anterior não vieram. Mas ainda sim, elas são uma parceria muito forte e deverão estar brigando pelo pódio olímpico em Tóquio, pois a sensação que se tem é que elas se guardaram para o momento de brilhar nos Jogos Olímpicos. É aguardar pra ver.

Foto: Juvenal Dias

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