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Ginástica de Gala coroa trabalho realizado durante pandemia


Monika Queiroz, treinadora da Seleção Brasileira de Ginástica Rítmica para as disputas individuais, cunhou uma frase que já se tornou clássica durante este período de pandemia: “A CBG pegou os limões e fez uma mousse”. Ela se refere ao grau de resiliência demonstrado pela entidade, que soube se organizar e coordenar esforços para manter os atletas em atividade ao longo destes meses desafiadores. Com grande capacidade de inovação, a CBG foi capaz até mesmo de inspirar outras confederações a formatar treinos virtuais.

Neste domingo, segundo a lógica de Monika, a Confederação vai dar outra prova dessa capacidade com a realização da ginástica de gala O evento começa às 17h, e poderá ser acessado pelo aplicativo Zoom. A sala virtual comporta até 3 mil usuários simultâneos.

O evento é a oportunidade de apresentação de uma síntese das atividades desenvolvidas por todas as modalidades da ginástica brasileira. Como não poderia deixar de ser, o espetáculo será abrilhantado com a participação de medalhistas em Jogos Olímpicos e em Mundiais, além de funcionar como palco para os talentos jovens que já estão despontando.

Evento que transcende o esporte, em diálogo com a arte, a GINÁSTICA DE GALA tem como um de seus propósitos a confraternização entre os praticantes da Ginástica Artística, Rítmica, de Trampolim, Aeróbica, Acrobática e Para Todos. Quatro anos atrás, por exemplo, foi realizado na Arena Olímpica da Rio-2016.

Neste domingo (12), no entender da presidente da CBG, Maria Luciene Cacho Resende, o espetáculo será revestido de um caráter ainda mais abrangente. “Desde as primeiras semanas da pandemia, tive a sensação de que, ao coordenarmos as ações necessárias para fazer frente a esses desafios, estávamos fazendo mais do que simplesmente reagir num cenário adverso: estávamos também fazendo história. No futuro, dirigentes, treinadores e atletas vão olhar para este momento como um marco. Definitivamente, posso dizer que, com união, somos mais do que a soma das partes. Todos nós crescemos, cada um exercendo seu papel. Hoje somos mais fortes, mais capazes. Nosso caráter foi posto à prova, e respondemos à altura. A Ginástica de Gala será um momento de respiro, de triunfo e de amor. Celebramos nossa capacidade de resistir”.

Adriana Alves, Coordenadora Técnica da Ginástica Artística Feminina, deixa claro que a entidade vai deixar uma mensagem para todos os telenautas que acompanharem a atividade. “As mensagens serão passadas pela própria ação: união e resiliência são as palavras de ordem para este momento. Fomos obrigados a encontrar uma forma de manter corpo e mente sãos. Isso resultou nesse show! Trabalhamos como uma família, vibrando com cada conquista, como a simples meta de aumentar um exercício em menor tempo até a recuperação da saúde de um familiar”.

Preparador físico especialista em ginástica artística e rítmica e experimentado coreógrafo de conjuntos de GR, Rhony Ferreira faz uma breve explanação sobre o cerne do trabalho:

“Criamos um enredo para encaixar todas as modalidades de uma forma lúdica. E também criamos uma coreografia para cada categoria – desde as pequenininhas do Projeto Caixa, passando pelo infantil, juvenil até chegar ao adulto. Criamos os personagens e elas os representam em diversas fases”, diz o profissional, que é professor chancelado pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e leciona nas academias de formação de treinadores de Ginástica Artística.

Segundo Rony, os obstáculos ao longo destes meses peculiares não foram pequenos – mas as respostas foram dadas, uma a uma. “Um dos grandes desafios está relacionado a entraves tecnológicos. Nos treinos virtuais, a gente junta meninas de diversos estados, cada um com diferente velocidade de internet, várias sem conseguir se conectar. Fazemos tudo com música, e o delay não nos permite sincronizar os movimentos. A gente supera tudo isso usando muita criatividade, e o brasileiro é bom nisso. Aprendemos com o Covid-19 a sorrir com os olhos, porque as máscaras encobrem nossos sorrisos, e fizemos das tripas coração”.

Não menos empolgada com o espetáculo que está sendo preparado, Iryna Ilyashenko, uma das treinadoras da Seleção Brasileira de Ginástica Artística Feminina, já adianta que brilho não vai faltar no domingo, mesmo que o céu esteja nublado. “A mensagem que vamos passar é que todos nós somos estrelas. Cada um de nós brilha e dá força para as outras estrelinhas, que estão crescendo a cada dia. A pandemia mudou nossa vida, mas nossa comunidade revelou, com muito trabalho, uma força incrível. Misturados com outras modalidades, nós nos conhecemos melhor. Suamos juntos, sorrimos juntos, nos conhecemos melhor”.

Pelo que se pode deduzir de declarações de Adriana Alves, esse brilho a que Iryna se refere tem alcance bem longo. “O país é enorme e cada estado tem sua particularidade. O lado bom desse trabalho foi conhecer cada criança, trocar conhecimento com cada professor e aprender mais. Mapeamos muitos ginastas, e isso será um facilitador para o processo de formação de novos grupos da seleção que vêm aí para 2024, 2028...”.

Foto: Divulgação

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