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Associação de Esgrimistas levanta fundo para auxiliar academias afetadas pelo coronavírus


Em prol das dezenas de academia de esgrima que estão de portas fechadas desde março, a Associação Brasileira de Esgrimistas (ABE) lançou o crowdfunding “Socorro às academias de esgrima na pandemia”, que pode ser acessado neste link.

Com o lema de “Um por todos e todos por um! Não vamos deixar que o Coronavírus também destrua nosso esporte”, a vaquinha tem meta de 15 mil reais e já no primeiro dia alcançou mais de 3,8 mil reais, valor doado por 13 pessoas.

A ajuda será destinada a “academias de esgrima, que não contam com a estrutura de um clube para dar suporte”, de acordo com o texto publicado lembrando que ainda é incerto quanto tempo irá durar o período de interrupção de trabalho devido ao Covid-19. 

Segundo Pierre Souza, diretor administrativo da ABE, existem em torno de 30 salas de esgrima no país e apenas oito possuem um suporte de clube. “Dentre as salas de esgrima e academias que não recebem este suporte, algumas conseguiram manter uma base mínima de alunos, porém outras estão enfrentando uma crise severa”, explicou ao Surto Olímpico.

“Temos recebido relatos desoladores de responsáveis por salas de esgrima que estão há praticamente quatro meses sem qualquer tipo de receita.  Um grande problema das academias é que, em geral, não conseguem reduzir seus custos, pois como os proprietários são os próprios treinadores, não há possibilidade de aderir em planos de proteção ao emprego, redução de jornada ou outros mecanismos criados”, acrescentou o esgrimista.

Souza afirma ainda que “está claro que o montante que seria necessário para impedir que a situação se deteriore irremediavelmente para algumas academias é superior ao que esperamos arrecadar na campanha”. Porém ele tem confiança que o dinheiro “ao menos ajude e evite o fechamento destes espaços”.







Pessoal, todos sabemos os tempos difíceis pelos quais estamos passando. As academias de esgrima, que não contam com a estrutura de um clube para dar suporte, estão sofrendo muito nos últimos meses com as atividades suspensas. E pior, ninguém sabe por mais quanto tempo essa situação irá durar e, sem dúvidas, o recomeço será muito duro. Não adianta sentar e esperar ajuda. Cabe a nós da esgrima, como comunidade, nos unirmos e apoiarmos as academias que mantém o nosso esporte vivo e acessível para todos. Por isso, propomos um Crowdfunding para formar o Fundo de Apoio às Academias de Esgrima do Brasil. O fundo será gerido por um comitê independente, composto por: @⁨Renzo Agresta⁩, @⁨Maju⁩ e @⁨Contato⁩. Não vamos esperar que alguém venha salvar as Academias! Vamos nós, comunidade da esgrima, ajudar o nosso esporte a seguir vivo e forte após a pandemia! Clique abaixo e doe a quantia que puder! As Academais não podem esperar! https://www.catarse.me/socorro_esgrima
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O dinheiro recebido será “gerido por um comitê independente”, composto pelos atletas olímpicos Rengo Agresta (especialista no sabre), Maria Julia (Maju) Herklotz (florete) e Guilherme Toldo (florete). O texto da campanha ressalta que eles “são ativos no mundo da esgrima e que, ao mesmo tempo, não têm vinculação a qualquer academia, para garantir a independência na gestão dos recursos”.

O Comitê também ficará responsável por “receber as solicitações de recebimento de recursos e analisar os pedidos para distribuir o montante que for arrecadado da melhor forma”. São três os pré-requisitos para uma Academia solicitar o fundo: deverá ser uma “sala de esgrima independente financeiramente de clube ou outra instituição”; “estar devidamente inscrita na Confederação Brasileira de Esgrima”; e “demonstrar a necessidade financeira para manutenção da atividade”.

As academias são muito importantes não só por em geral servir de base para o esporte e revelar os principais trunfos da esgrima brasileira, mas também muitas vezes auxiliam no desenvolvimento e treinamento de vários atletas de ponta.

Enquanto Souza alerta que “não há dúvida de que a crise afetará o esporte como todo”, ele ressalva que as academias, “diferentemente dos clubes, ficam a margem de qualquer tipo de política pública pelo esporte, são empreendedores do esporte, que ajudam na construção da esgrima por meio da prestação de serviços” e assim precisam mais urgentemente deste apoio.

Ele ainda aponta que “a Confederação não atuou na mitigação dos impactos para a esgrima como um todo”, acrescentando que a “CBE aparentemente se vê como responsável apenas pelo alto rendimento, portanto, quando as competições internacionais cessaram, a Confederação entrou em um processo de estagnação e não agiu para buscar soluções para seus filiados”.

“Atualmente se vê que clubes e academias servem à Confederação, e não o contrário; recursos significativos são utilizados para manter uma estrutura burocrática ineficiente que não dá retorno para seus filiados”, completa.

Entenda o caso

O Comitê Olímpico Brasileiro (COB) doou 200 mil reais para a CBE como parte de um programa de apoio financeiro para os esportes olímpicos. O presidente da entidade, Ricardo Machado, usou 178,5 mil desta quantia para pagar uma dívida de 2012 com o extinto Ministério do Esporte.

Não só a dívida é contestada por alguns atletas e dirigentes, mas também foi questionada por não levar em consideração o cenário atual de desalento para atletas, treinadores e clubes. De acordo com o portal GloboEsporte.com, durante uma ata de reunião do Conselho de Administração, o conselheiro Roberto Pacheco teria dito que a dívida era para ter sido parcelada e deveriam ter esperado “um recurso administrativo que contestava a dívida”.  

A Associação Brasileira de Esgrimistas lançou um abaixo-assinado com 502 assinaturas de atletas em que defende que o valor "deveria ser repassado aos responsáveis pelo desenvolvimento da esgrima brasileira. Os clubes, academias, entidades vinculadas à CBE que sofreram com a crise econômica gerada pela pandemia do Covid-19”.

Em um ofício de 18 de junho de 2020, a CBE respondeu que o “referido programa de Apoio do COB não permite que as confederações distribuam ou usem tais recursos como melhor lhes aprouver, mas sim e somente para uso exclusivo das necessidades prementes das entidades de administração do esporte”, completando que “lamentavelmente (…) os recursos oriundos do Programa de Apoio Financeiro às Confederações não permitem” uso do dinheiro para o auxílio de academias, clubes, e atletas.

Falando ao Surto, Pierre Souza afirma que “as competições organizadas pela CBE são deficitárias” e o tempo sem torneios na verdade “gerou economia de recursos para a Confederação”. Assim, “do nosso ponto de vista não faz sentido algum o dinheiro destinado ao socorro do esporte ser utilizado na única entidade que não foi afetada pela pandemia”. 

Em relação aos 21,5 mil reais restantes, o diretor da ABE revelou que o Conselho de Administração está atuando para que seja destinado a compra de EPIs, com o objetivo de auxiliar as academias.

Foto: Reuters/Peter Cziborra

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