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Além de casamento e programa de TV, surfista Tati Weston-Webb sonha com ouro em Tóquio: “Tudo mudou quando virei brasileira de verdade”


“Tudo mudou na minha vida quando virei brasileira de verdade”. A frase de Tatiana Weston-Webb, surfista classificada para Tóquio 2020, pode soar estranha, mas é real. Desde que decidiu fazer parte do Time Brasil em busca do sonho de disputar os Jogos Olímpicos, há pouco mais de dois anos, foram muitas transformações. Morando no Havaí, ela se divide entre os preparativos do casamento com o surfista brasileiro Jessé Mendes, as negociações para a sexta temporada de seu programa de TV e a preparação para Tóquio 2020.

“Mesmo com a pandemia, estou trabalhando bem forte, pensando muito nos Jogos Olímpicos. Na verdade, tive uma lesão e fiquei me recuperando. O COB está me ajudando bastante com a fisioterapia, mesmo longe. Tenho me reunido sempre com a equipe do COB que acompanha meus treinos. Para mim, treinar no Havaí é uma vantagem porque tem ondas pesadas o ano inteiro”, explica a gaúcha de 24 anos.

“O COB é muito importante para mim, me dá muito apoio. Isso é super importante na vida do atleta, sinto que querem o melhor possível para mim”, comenta Tati, que realiza reuniões praticamente diárias com a equipe multidisciplinar do COB, que inclui o preparador físico Josué Moraes, o especialista em biomecânica Franklin Camargo, o fisioterapeuta Bruno Medeiros, a médica Ana Carolina Côrte e o Gestor Esportivo Bernardo Otero.

Quanto aos projetos paralelos, Tati só quer curtir um pouco o breve momento sem viagens e competições. “Não sei se vai ter o programa de televisão este ano”, diz a surfista, referindo-se à atração do Canal Off que leva o seu nome. “Então, estou me preparando para o nosso casamento, que nunca imaginei seria tão difícil. Mas vale a pena porque sei que, no final das contas, vou ficar o resto da minha vida com uma pessoa que amo muito.”

Natural de Porto Alegre (RS), Tati se mudou com apenas dois meses de vida para o Havaí, tendo crescido praticamente dentro do mar. Ela é filha do surfista inglês Douglas Weston-Webb e da bobyboarder brasileira Tanira Guimarães.

“Lembro que era bem pequena na minha primeira vez no mar, com meu pai surfando numa prancha laranja gigante”, relembra Tati. Ela começou a surfar aos 8 anos, influenciada pelo irmão Troy. “Quando era criança, fazia tudo que ele fazia. Ele começou a surfar e me apaixonei. Mas nunca achei que viraria uma profissional. Quando comecei a competir, por diversão, gostei muito. Quando ganhei um campeonato que a (norte-americana) Carissa Moore já havia vencido e ela tinha acabado de conquistar o primeiro dos quatro títulos mundiais, isso me fez virar surfista profissional”.
Emoção na classificação para Tóquio

Em 2015, Weston-Webb foi campeã do WQS, divisão de acesso do surfe mundial, e também disputou a elite do Circuito Mundial, tendo sido eleita revelação da temporada. No ano seguinte, ganhou seu primeiro evento no WCT. Mas a maior emoção da carreira até agora veio em 2019.

“Ter vencido o US Open foi muito especial, mas o momento mais marcante até agora foi a classificação para os Jogos Olímpicos. Não tem como não ser. Foi um momento muito especial que eu nunca imaginei que aconteceria”.

“Comecei a pensar nos Jogos Olímpicos quando falaram que o surfe estaria no programa de Tóquio. Isso se tornou um sonho que eu poderia conquistar. Todos os meus amigos e familiares me apoiaram na decisão de competir pelo Brasil. Isso mudou a minha vida”.

Além de Carissa Moore, Tati revelou que tem mais duas inspirações: o noivo Jessé Mendes e a amiga Bethany Hamilton. A surfista sobreviveu a um ataque de tubarão em 2003, quando teve o braço esquerdo amputado, mas ainda voltou ao surfe profissional.

“Meu ídolo é a Bethany Hamilton. Ela é muito inspiradora para mim, no surfe e na fé. É ainda minha amiga, e cresci a assistindo nas competições. O que ela faz e mostra ao público é muito maior que o esporte, é uma lição de vida: ‘nunca desistir’. Essa é uma frase que levo comigo”.

“Já meu noivo é um exemplo, nos ajudamos muito. Falamos coisas boas um para o outro, mas também pegamos no pé quando é preciso. E me ajuda bastante ter um atleta de elite comigo todos os dias”.

Cada vez mais brasileira, Tati Weston-Webb segue sonhando e trabalhando firme para, quem sabe, ouvir o hino nacional no Japão.

“Representar o Brasil nos Jogos Olímpicos me fez sentir algo tão forte. Não tenho palavras, quase chorei quando soube da notícia. Não vejo a hora de estar lá competindo. Estou pensando muito mais no país, nas pessoas e tudo que existe em torno disso. Amo o Brasil de coração, é uma honra defender esse país. Conquistar uma medalha de ouro será a realização máxima de um sonho”.

Foto: WSL/Divulgação

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