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Saltadora Juliana Campos foca no índice para os Jogos de Tóquio


Juliana de Menis Campos, aos 23 anos, é uma sucessora natural de Fabiana Murer, a maior referência do Brasil na prova do salto com vara feminino. A atleta da AABLU-SC está passando pela turbulência causada pela pandemia da Covid-19, mas não perde de vista o objetivo de buscar o índice olímpico da prova (4,70 m) para garantir qualificação para Tóquio-2021.

"O maior objetivo é garantir participação na olimpíada e para isso temos de ter tranquilidade. Acho que deveremos voltar aos treinos normais em breve, no máximo em agosto ou setembro, e aí terei bastante tempo de preparação para a temporada do ano que vem", comentou. "Tranquilidade que não tive em 2020, depois que sofri um acidente num treinamento em dezembro, quebrei o nariz e tive de operar", lembrou a tricampeã do Troféu Brasil Caixa de Atletismo (2017, 2018 e 2019).

Durante a 20ª live realizada recentemente pelo instagram da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), Fabiana Murer, campeã mundial ao ar livre em Daegu-2011 e indoor em Doha-2010, apontou Juliana como sua sucessora.

"A Juliana é uma atleta que está bem e tem a segunda melhor marca do Brasil. Ela é nova, alta e pode saltar bem melhor e, quem sabe, quebrar o meu recorde", disse a atleta que já não compete mais. "A Juliana treinou bastante comigo. Isso foi legal para ela, porque eu não tive isso no início da carreira, uma pessoa para me espelhar. Comigo por perto, ela podia questionar e usar as varas que eu usava nos treinos", completou a recordista sul-americana, com 4,87 m, marca obtida em 2016, justamente em sua última temporada como atleta profissional.

A responsabilidade é encarada com tranquilidade por Juliana, nascida no dia 17 de outubro de 1996, em São Caetano do Sul (SP) e treinada pela a ex-atleta Karla Rosa da Silva.

A saltadora já marcou seu nome no esporte. Ela é recordista brasileira sub-18, com 3,86 m, e sub-23, com 4,56 m. Esta marca foi obtida no dia 26 de junho de 2018, em Castellón, na Espanha. O resultado é o segundo no Ranking Brasileiro da história, atrás somente de Fabiana Murer, recordista sul-americana.

Na quarentena, a atleta tem treinado apenas em casa, sem nenhuma atividade específica do salto com vara. "Faço aeróbico, alongamento e ioga, com ajuda de alguns vídeos. Não tenho espaço para mais nada porque moro em apartamento. Mesmo mantendo o condicionamento físico, você perde muito na parte técnica. A gente costuma fazer bastante acrobacia e não tenho onde fazer", comentou.

Vice-campeã sul-americana indoor em fevereiro em Cochabamba, Bolívia, Juliana terminou a temporada de 2019 em primeiro lugar no Ranking Brasileiro, com 4,37 m, marca obtida no dia 13 de abril, em San Diego, Estados Unidos. Apesar das dificuldades, mantém o otimismo. "Consegui bons resultados no início de 2020, mesmo voltando de cirurgia e estando preocupada. Isso me anima mais", disse.

Juliana praticou ginástica artística por 8 anos. "Sempre gostei muito de ginástica, mas acabei ficando muito grande para a modalidade e me machuquei. Com isso, a equipe do meu clube me falou para fazer o teste no salto com vara. Relutei um pouco no começo, mas acabei indo e decidi seguir", contou.

Formada em administração de empresas pela PUC-SP, ela já tem uma base para a vida após a carreira. "Hoje eu sou atleta, mas quando parar tenho por onde começar, fora do esporte", concluiu a saltadora. Se depender de suas atuações e das possibilidades de crescimento, porém, Juliana Campos ainda tem muito atletismo pela frente.

Foto: Wagner Carmo/CBAt

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