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‘Enciclopédia do goalball’, técnico do Brasil soma mais de 350 jogos pela Seleção


Conversar com Dailton Nascimento sobre goalball é ter uma certeza: ele vai se lembrar com precisão de datas, jogos, nomes e tudo que compõe a história da modalidade. Verdadeira enciclopédia do paradesporto e com mais de 350 jogos pela Seleção Brasileira no currículo, ele tentará levar as mulheres ao seu primeiro pódio paralímpico, ano que vem, em Tóquio.

Convidado desta quarta-feira (27) do "CBDV Ao Vivo", live que a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais realiza em suas redes sociais, o treinador rememorou parte de sua trajetória, iniciada nos anos 90 no Instituto dos Cegos da Paraíba Adalgisa Cunha. 

"Foi minha porta de entrada na educação física adaptada. Um desafio enorme porque, até então, se sabia muito pouco, a literatura era escassa. Tinha seis anos de profissão e precisei fazer todas as adaptações. Em 1993, participei de uma competição na Unicamp com crianças cegas. Depois disso, não parei mais", contou.

Os primeiros passos foram na natação e no atletismo. O goalball, ele conheceria pouco depois, graças a uma professora do Rio Grande do Sul: "A professora Marlene me mostrou como funcionava o jogo numa folha de papel. Não havia goalball no Norte e Nordeste. A predominância era o futebol de 5. Aos poucos fui estudando, consegui uma bola... Em 1994, vi um jogo da Seleção Brasileira nos Jogos Latino-Americanos e do Caribe para Cegos contra o México e me empolguei ainda mais".

Nenhum nome passa batido pelo recorte do tempo que Dailton vai traçando ao longo da conversa. Cita os atletas Cesar, de Maringá, e Joaquim como alguns dos primeiros com quem trabalhou. Faz questão de, a todo instante, agradecer a quem esteve junto no desenvolvimento da modalidade. "Hoje, o goalball é um dos melhores do mundo no cenário internacional, mas não podemos nos esquecer do passado. Eu sou contemporâneo do goalball. A única diferença é que continuo estudando. Sou um apaixonado", emenda.

Apego aos números 

Influenciado por um amigo paraquedista, que anotava todos os saltos que fazia, Dailton passou a registrar em uma lista suas partidas pela Seleção (masculina, que ele treinou de 2002 a 2008, e feminina). A última atualização é de 352 jogos internacionais. Antigamente, marcava até a quantidade de viagens feitas: "Parei nas cento e poucas, faz tempo que não anoto", brinca. 

Desde que assumiu a seleção feminina, o Brasil conquistou dois ouros em Parapans – Lima 2019 e Toronto 2015 –, além de um bronze no Mundial de 2018, feito que garantiu a classificação para a Paralimpíada de Tóquio. O país saltou até o segundo lugar no ranking mundial. O foco, agora, é conseguir a inédita medalha paralímpica, no Japão, mesmo tendo de lidar com o adiamento em um ano de todo o planejamento.

"O desafio da psicologia é não deixar os atletas chegarem a um nível de ansiedade que gere impaciência. Estamos trabalhando diariamente com eles esse aspecto. Na preparação física, é dar condição mesmo com treinamentos dentro de casa. E no planejamento, junto com a CBDV, fazer o que for mais eficaz para retomar o foco para essa medalha."

Foto: EXEMPLUS/CPB

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