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Campeã paralímpica na bocha sonha com mais oportunidade para mulheres na modalidade


A medalhista de ouro por equipes da bocha nos Jogos Rio 2016 Evani Calado contou em uma Live  no instagram do Comitê Paralímpico Brasileiro  que sonha por mais oportunidades para mulheres na modalidade.

Atualmente, as regras da bocha não separam por gênero as disputas. Homens e mulheres competem entre si no individual. Já nas disputas por equipes, é obrigatória a participação de uma atleta. 

“Eu sonho em termos uma Seleção feminina e uma masculina. A BISFed [Federação internacional responsável pela bocha] está estudando a possibilidade da realização de disputas individuais por gênero após os Jogos de Tóquio. Eu vibrei muito com a notícia, só de ter a possibilidade é um ganho enorme”, contou animada a campeã paralímpica por equipes BC3 nos Jogos Paralímpicos Rio 2016.

A bocha paralímpica é a modalidade mais inclusiva do paradesporto. Ela possibilita que atletas com maior grau de deficiência física, como paralisia cerebral severa e tetraplégicos, participem do Movimento Paralímpico. 

Evani teve seu primeiro contato com a modalidade ainda na escola, quando um professor de Educação Física decidiu que não ia deixá-la sem a parte prática das aulas. “Ele me falou que não ia me dar a nota sem fazer nada. Me falou para pesquisar sobre a bocha, fazer um relatório e disse que a minha irmã iria me ajudar. Eu achei que ele estava ficando maluco. Ele levou um cano de PVC e bolinhas de tênis para aula e foi assim que joguei bocha pela primeira vez, de forma adaptada, claro”.

A jogadora ressaltou que a atitude do professor foi totalmente diferenciada e que iniciativas como a dele são muito importantes para a inclusão por meio do esporte. “Eu ficava na sala durante as aulas de Educação Física na escola, mas esse professor me fez sair de lá. Ele se importou e estava disposto a me incluir na aula. Atitudes assim fazem toda diferença”.

Anos mais tarde, durante a faculdade de Publicidade e Propaganda, Evani foi convidada a experimentar a modalidade novamente, dessa vez já em clube. “No começo não queria ir, minha mãe insistiu. Os treinos eram sábado de manhã, eu estudava à noite e queria dormir até mais tarde no fim de semana. Por insistência da minha mãe eu fui e depois não quis mais parar de treinar”.

No bate-papo, Evani relembrou o começo na modalidade e contou de onde veio seu primeiro kit de bocha. “No começo eu não tinha dinheiro para comprar um kit para mim, usava um emprestado da associação que treinava. O perdi uma vez, foi bem chato, e depois disso percebi que precisava de um próprio, até para não prejudicar outros atletas caso o perdesse de novo. O Dirceu me vendeu um kit para eu pagar quando pudesse, sem pressa. Ele tinha um coração muito bondoso”, contou com enorme carinho de como o tetracampeão paralímpico Dirceu Pinto, que faleceu no início do mês de abril em decorrência de problemas cardíacos, foi importante no seu início de carreira.

Foto: Alê Cabral/CPB

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