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Após rebeldia de Delfina Pignatiello, governo argentino libera treino de atletas com vaga para Tóquio


Na última quinta-feira (04), uma entrevista da nadadora Delfina Pignatiello se espalhou na Argentina. As fortes declarações ao "Todo Noticias" repercutiu no país inteiro e sacudiu os governantes. A "rebeldia" da tricampeã dos Jogos Pan-Americanos nos 400, 800 e 1.500m fez com que o governo argentino liberasse o retorno aos treinamentos dos atletas já classificados para os Jogos Olímpicos. A decisão veio no último sábado (06), dois dias após as fortes frases de Delfina na imprensa argentina.

"Não consigo treinar em uma piscina há 11 semanas. É um recorde mundial. Não há exercícios que repliquem a sensibilidade que um nadador precisa para treinar na água. Estou treinando para manter minha condição física, mas para um nadador perder uma semana de treinamento na água, é equivalente a dois ou três meses de recuperação", disse Delfina.

Delfina cogitou não participar dos Jogos Olímpicos se continuasse a não poder treinar. Seu treinador e sua mãe também confirmaram e concordaram com a nadadora.

"Saber que não posso chegar às OIimpíadas preparada me frustra demais e levo em consideração a possibilidade de nem mesmo me prepara para os Jogos e parar de nadar se isso continuar se espalhando", desabafou Pignatiello.

"Quero ir aos Jogos Olímpicos para representar meu país da melhor maneira possível, gosto de colocar minha bandeira, mas gosto de fazê-lo bem, não gosto de jogar um joguinho. Esse é um assunto sério. Meu corpo tem que estar preparado. Não que um mês antes [dos Jogos Olímpicos] eu possa me preparar. O último ano de preparação para uma Olimpíadas é essencial", finalizou.

"Sempre ficamos calados e alinhados, mas pedimos desesperadamente. Mesmo que os Jogos sejam realizados, não seremos capazes de competir da mesma maneira", relutou Gustavo Roldán, treinador da Delfina.

Delfina conquistou três ouros em Lima 2019 e é candidata a medalha em Tóquio - Foto: Rodrigo Néspolo/LANACION
As declarações deram certo. No último sábado (06), o ministro do Turismo e do Esporte, Matias Lammens, e a secretária de esportes, Inés Arrondo, divulgaram uma flexibilização para atletas classificados poderem treinar. Por conta da pandemia do novo coronavírus, medidas de segurança sanitárias deverão ser seguidas à risca, como foi dito na reunião virtual que selou a liberação.

O Presidente do Comitê Olímpico Argentino (COA), Geraldo Werthein, e atletas como os campeões olímpicos, Santiago Lange (vela) e Paula Pareto (judô) também estiveram no encontro.

"Após várias semanas de rigoroso trabalho conjunto com o Comitê Olímpico e com as federações, conseguimos encontrar essa solução para que nossos atletas olímpicos e nossos atletas voltem a se preparar para os Jogos. Os treinamentos serão realizados com protocolos muito rigorosos, o objetivo é que nossos atletas cheguem nas melhores condições possíveis em Tóquio, mas cuidado da saúde de si mesmos e de toda a população", disse o ministro Lammens.

O jornal argentino "La Nacion" citou a flexibilização como um ganho de rebeldia de Delfina Pignatiello. Após suas declarações, vários atletas olímpicos, que estava respeitando a quarentena imposta e entendiam a situação do vírus que matou milhares de pessoas no mundo, levantaram suas vozes mostrando desejo e a necessidade de voltarem aos treinamentos, uma verdadeira pressão em cima dos governantes.

Foto: Sergio Moraes/Reuters

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