A Agência Mundial Antidoping (WADA) anunciou que sua equipe independente de Inteligência e Investigações (I&I) concluiu a inquirição de 298 atletas russos que vinham sendo alvos da agência na 'Operação LIMS', sobre doping institucionalizado na Rússia, fornecendo informações detalhadas para 28 Organizações Antidoping (ADOs), incluindo 27 Federações Internacionais (FIs).
Desde que a WADA I&I teve missões bem sucedidas na Rússia, entre os meses de janeiro e abril de 2019, na recuperação da cópia do Sistema de Gerenciamento de Informações do Laboratório (LIMS), dados e amostras do antigo Laboratório de Moscou, há a compilação de diversas evidências em casos individuais.
Nos dias 29 e 30 de abril deste ano, a WADA junto ao I&I realizou seminários online para explicar cada informação coletada para as ADOs e como usá-los para determinar se houve violações das regras antidoping por parte dos atletas envolvidos na investigação. Com a entrega desses dados, a WADA encerra sua investigação sob o grupo de 298 atletas russos.
Cada evidência disponível nos dossiês são diferentes e caberá a cada organização decidir se os casos serão apresentados como violação das regras antidoping. Posteriormente, a WADA revisará e discutirá as decisões com cada ADO, apelando à Corte Arbitral do Esporte (CAS) se necessário. Além disso, outra possibilidade é a própria WADA levar os casos diretamente à corte, como garante o Código Mundial Antidoping.
Foto: Arquivo/WADA |
Gunter Younger, diretor da I&I da WADA, declarou que sua equipe fez grandes avanços nas investigações. "Construímos esses pacotes de casos com base em todas as evidências disponíveis e continuaremos a fornecer assistência e aconselhamento às organizações relevantes, para que possam avaliar se tais dados serão apresentados como doping".
Younger garantiu que o fato da agência ter migrado para a fase de gerenciamento das evidências contra o grupo alvo, significa estar cada vez mais perto de levar a julgamento aqueles que trapacearam. "Esse sempre foi o objetivo para nós, pois queremos fazer o melhor para que o esporte seja limpo no mundo todo", afirmou.
Já o presidente da WADA, Witold Banka, alega que essa é maior e mais complexa investigação da agência e que sua equipe faz um excelente trabalho. "Foi uma coisa enorme, 24 terabytes de dados, centenas de atletas em 28 organizações produzindo resultados reais. A crise de doping na Rússia tem ocupado os recursos da WADA nos últimos cinco anos e a equipe de I&I está na linha de frente. Agradeço ao grande trabalho e profissionalismo", apontou.
Cerca de metade dos atletas investigados que tiveram seus casos entregues às ADOs não são afetados pela suposta manipulação que resultou em um caso de não conformidade movido pela WADA, contra a Agência Antidoping da Rússia (RUSADA), que em dezembro do ano passado levou ao banimento russo de competições oficiais por quatro anos.
Vale lembrar que a RUSADA recorreu ao CAS em relação ao banimento e o caso aguarda julgamento.
É preciso reiterar que de acordo com o Código Mundial Antidoping, a WADA não pode divulgar nomes dos esportes e organizações que receberam os dossiês. Esses dados só serão publicados após o processo ser de fato concluído.
Foto: Arquivo/WADA
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